Um café da manhã

Olívia entrou no chuveiro. Passou tanto sabonete entre as pernas que começou a arder. Se sentou nua no chão do banheiro. A água que caia quente e deixava a pele marcada não conseguia lavar as lembranças que voltavam com força.

Pensou em Nisha, uma das meninas que cuidou enquanto trabalhava em uma das primeiras casas em que ficou, tentou oferecer o que não tinha, juntar os cacos de outra pessoa, mesmo estando quebrada e em um lugar onde se vendia amor envolvido em embalagens douradas e vermelhas.

Carne temperada com lágrimas e para consumo imediato.

Nisha devia ter pouco mais de doze anos, os seios estavam começando a se formar.

Nos primeiros dias, a tosse e a febre vinham leves, intercaladas com sorrisos tímidos que a menina ainda conseguia dar. Depois, a tosse ficou mais forte, a febre mais alta.

Olívia fazia chás, roubava remédios da gaveta do gerente e usava os poucos legumes e verduras que conseguia juntar para fazer sopas.

Atendia os clientes de Nisha para que ela pudesse descans
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