Olívia olhou para Sara pensando que gostaria de um dia ser como ela. Achava a sogra incrível, o tipo de mulher completa, em que não se consegue encontrar defeito por mais que se procure. Linda, inteligente, independente, mas também uma esposa devotada, uma mãe capaz de mudar a órbita do mundo e uma avó amorosa. Até mesmo com Zuri, que tinha acabado de conhecer e que não tinha nenhuma obrigação sanguínea ou de afeto. Zuri era sua responsabilidade, não tinha ligação real alguma com Nick, ainda assim, Sara tratava a garotinha como uma princesa. Se preocupou com roupas, com aquele quarto que mais parecia ter saído de um sonho e Zuri parecia sentir isso, porque também adorava a avó. — Posso ir? — Para onde quiser, desde que saiba que sempre vai ter um colo aqui para voltar. E não é porque meu filho te ama. É porque você merece. Então, mesmo que percebam que não querem ficar juntos, ainda vai ter esse colo. Olívia se levantou apressada, quase correu, mas, assim que chegou à porta, v
Olívia focou a atenção naquela conversa, ficou segurando o vestido no meio do corpo, sem terminar de subi-lo. Queria saber do que Kyara estava falando, por que Júlia precisaria se preocupar com Anne?Júlia também não entendeu, questionou a menina, Kyara tinha uma personalidade doce que sempre a agradou, não se conheciam até a família sair do Brasil e se alojar no Texas, mas aquela garota tinha sido uma surpresa boa.No entanto, o extinto materno a fez se armar, achou que Kyara falaria algo sobre o jeitinho meio estabanado de Anne.A filha de Júlia era uma jovem linda, mas que nunca se interessou por namorados, tinha dificuldades na escola, caia pelo menos duas vezes ao dia e às vezes se perdia nos próprios sonhos, mas nada disso era motivo para se preocuparem, ao menos não na opinião de Julia.— Do que você está falando, Kyara. Minha filha te incomoda em alguma coisa?— Não, Júlia, eu adoro a Anne, somos amigas, sabe disso. É só que a Olívia ela estava em um lugar muito exposto. O cer
Arjun queria ficar com Kyara e Nick queria que o filho ficasse com ele e Olívia, um conflito que tinha tudo para ser pequeno, mas o rapaz percebeu que aqueles poucos dias no condomínio pareciam ter mudado a personalidade doce de Arjun.— Não! Não! Não! Não!O garotinho começou a repetir sem parar a mesma coisa. Agarrado as pernas de Kyara ele simplesmente parecia não ouvir, nem ser capaz de falar outra coisa.Nick tentou conversar, mas Arjun se debateu e acabou acertando justamente a cabeça do rapaz que se afastou com dor.Kyara se manteve em pé com as mãos para cima tentando mostrar que não tinha influência nenhuma naquela reação. Zuri ficou abraçada ao pai olhando para Arjun com a expressão mais feia que conseguiu.E enquanto todo mundo se voltou para Nick, talvez pela primeira vez, Olivia olhou para outro lado. Abaixou na frente de Arjun e fez um círculo com o braço, sem tocá-lo, mas o envolvendo.— Está tudo bem, olha, ninguém pode entrar. É nosso mundo, respira.Ela também repetia
Olívia arrumou o quarto para receber Kyara, não havia nenhum colchão disponível, pensou em oferecer a própria cama para que a moça dormisse com Arjun e assim, Nick poderia ficar na cama de solteiro e ela dormiria com Zuri, mas o namorado foi veementemente contra.— Não pode estar falando sério, não vou deixar que a primeira pessoa que durma na nossa cama seja uma estranha.— Mas o que eu faço?— Deixa que eu resolvo.— Nick! O que vai fazer?Olívia perguntou desconfiada e foi jogada na cama, ele ficou sobre ela antes de responder.— Vou falar que não tem lugar na nossa casa e nem na nossa vida para ela e que estou louco para beijar a minha mulher.Olíe sentiu a boca salivar, passou a língua no lábio sem perceber o quanto aquele gesto podia ser provocante, estava tentando lidar com o que Nick a fazia sentir. Era intenso!Abriu a boca tentando respirar, mas ele a beijou como se tivesse sido um convite.Ela viu o olhar de Nick mudar, como se ela tivesse se tornado uma presa e ele estive
Kyara estava dormindo na cama que deveria ser de Arjun, enquanto o garotinho estava deitado em um cobertor no chão. Olívia havia organizado tudo com cuidado, colocou uma garrafa de água ao lado da cama do filho, um copo de leite coberto com um guardanapo e separou um cobertor mais grosso, já que a noite estava fria.Achou absurdo que um adulto tivesse coragem de deixar uma criança dormir no chão em uma noite como aquela.Puxou o ar com força, tentando controlar a raiva. Não se incomodava que Kyara estivesse apaixonada por Nick. Nas primeiras horas, até achou que deveria ajudar. Talvez, se ele visse Kyara como uma possibilidade, não sofresse tanto quando chegasse o momento de dizer adeus. No entanto, depois da conversa que teve com Sara, isso havia mudado.Não estava mais disposta a partir, muito menos a permitir que ela e Nick se envolvessem. Ainda assim, não se importou em convidar a menina para sua casa. Arjun gostava dela, e ela parecia ter adorado o menino, achou que o filho merec
Olívia acreditava nisso enquanto Nick só conseguia ver a mesma menina que ainda ficava vermelha a cada vez que se beijavam. Nunca foi sobre quantos homens uma mulher já teve na cama, o que ele detestava era a vulgaridade, o desejo de atrair pensando em usar e machucar.Assim como as meninas que o desprezavam na adolescência, apesar da suposta pureza, tinham a mente vulgar e isso o enojava. Olíe nunca foi assim.— Ninguém além de mim nunca vai passar a noite com você, nem a noite, nem o dia. Você é minha, Olíe, sempre foi.Olívia não entendeu o porquê, mas ficou arrepiada quando ouviu o namorado dizer que ela o pertencia. Achou estranho, talvez devesse ficar brava, mas a ideia de que ele era seu dono foi o que a consolou durante todo o tempo em que ficaram longe.Ficou olhando para o namorado sem saber o que dizer, mas pensando que não existia nenhuma outra pessoa no mundo a quem quisesse pertencer, nunca houve.— Ficamos sem camaOlívia tentou mudar de assunto, mas Nick se levantou e
Nick descobriu naquele dia que gostava de coisas pequenas, coisas tão simples que nunca tinha notado até aquele dia, o sorriso de Zuri ao se olhar no espelho segurando a boneca que tinha ganhado da avó, o olhar carinhoso e atento de Olíe enquanto colocava a mão no pote de creme e passava no cabelinho da filha mecha por mecha com o cuidado de um artista tocando sua obra-prima.— Paciência, mulheres são demoradas.Falou achando que o filho ainda estava sentado onde o colocou, mas quando se virou para a poltrona e não viu o garotinho, foi como se um alarme soasse em sua mente. Saiu apressado e quando chegou a cozinha Arjun tinha puxado uma cadeira e tentava se equilibrar sobre ela com os pezinhos pequenos e o braço esticado para alcançar um pote de mel.A bancada de mármore preto onde estavam os doces também abrigava o cooktop com uma panela de óleo que emanava um cheiro adocicado e o calor formava uma nuvem como um aviso de perigo que Arjun nem imaginava existir.Em uma mão o garotinho
A mesma menina! Aquela que chegou com o nariz empinado e enfrentou os soldados da máfia só para se sentar ao seu lado.Não conseguiu segurar a sede que sentiu daquela boca, se soubesse o futuro teria puxado ela pela mão naquela tarde, a feito quebrar os ovos que ela tinha escondido nos bolsos, levado um tiro se fosse preciso, mas teria a beijado.Olívia tinha ido até a pequena fonte onde ele estava preso, precisava ao menos de água, não conseguiria caçar, não com as mãos e os pés acorrentados daquela forma, achava que tinha sido deixado para morrer, mas foi então que viu a garota que se tornaria seu mundo.Ela chegou com o olhar confiante e a expressão séria, mas sorriu ao cumprimentar os soldados que estavam ali para garantir que Nick não recebesse ajuda.Foi parada por dois homens que se colocaram na frente dela, enquanto o outro apontou o revólver para a cabeça de Nick. O rapaz sabia que para ele até um passo em falso seria o motivo perfeito para puxar o gatilho, ficou olhando para