Obrigada pela companhia, estou amando poder compartilhar essa aventura com vocês. Comentem e me digam o que estão achando! Sigam o perfil e temos um grupo onde todas são bem-vindos! Abraços da autora ; ) Maggiore é um termo em italiano que significa MAIOR e é usado para designar pessoas que tem uma missão de vida.
Nick estava sentado no banco do passageiro, não sentia doer, ao menos não os cortes e hematomas. A incerteza é muito mais dolorida do que qualquer surra.Entrou na hospedagem sem olhar para os lados, sem se incomodar com nada. Passou na frente de Sombra, olhou para o lugar precário, tudo naquele país parecia ser um encontro bizarro de extremos, os pobres não tinham nada e os ricos tinham muito mais do que precisavam.Uns, tomavam banho com água suja que escoava dos telhados, outros em banheiras de hidromassagem e usavam tantas joias que chegava a ser difícil erguer os braços.Nick foi até um móvel de madeira entalhada, pegou uma garrafa de destilado e virou na boca.Gargarejou, jogou o líquido de um lado para o outro sentindo o álcool queimar os cortes. Cuspiu no chão como se já fizesse parte daquele universo sem alma. Virou a garrafa de novo e dessa vez engoliu o líquido que se misturou ao sangue.Se sentou no pequeno sofá ainda segurando a garrada, justamente ele que nunca poderia te
O rapaz saiu do banho ainda zonzo, desde que Olívia foi levada, Nick nunca mais tomou os remédios, nem se preocupou com a alimentação ou qualquer outra coisa que não fosse a culpa que sentia. Estava fraco, sabia disso!Parou em frente ao espelho, a dor o lembrava do que encontraria ali, no banho, a cada vez que tentava se limpar, mais a água se tingia de um vermelho vivo.Olhou, mas não se reconheceu, nada naquele reflexo se parecia com ele, os olhos estavam escondidos o inchaço o fazia parecer outra pessoa.Colocou a mão no canto da boca, tentou abrir, mexer o maxilar para os lados, mas a dor o fez parar e quando franziu o rosto, tudo latejou.Pensou que a sua Ratinha teria ouvido, se fosse ela naquele palco ela teria ido, Olívia nunca o deixaria sozinho, sabia disso, mesmo antes de se conhecerem direito, ela havia o salvado.Dia após dia, por meses, ela o visitou.Nick conhecia as regras da máfia, mas se deixou vencer pelo ódio, cometeu um erro e foi punido com a morte. Não uma ex
O estrondo trouxe Nick de volta para a realidade, mas os pensamentos se misturaram e ele chamou por Olívia. Lembrou do dia em que a conheceu.Ela havia caído das escadas, uma queda boba, mas o barulho o acordou, estava dormindo do sofá da casa da irmã quando a garota tropeçou.O barulho, o mesmo barulho que o apresentou a sua ratinha, o fez chamar por ela.— Olíe!Bode entrou e quando Nick o olhou não conseguiu nem mesmo me mover antes do chute que o jogou no chão.— Parece que gosta mesmo de apanhar. Vou levar a sua cabeça para o chefe!O rapaz tentou se levantar, mas Bode usou todo o peso do corpo ao se ajoelhar sobre o peito de Nick.— Quietinho, valentão! O chefe quer você inteiro.O americano não conseguiu responder, sentia o pulmão ser esmagado, mas o que realmente o impediu de falar era uma dor muito maior. Estava cansado, um ano procurando por alguém que parecia ter se desintegrado, não eram homens comuns, não deveria ser difícil daquela forma, mas estava impossível!Pensou em
Sombra deixou Nick sozinho porque sentia que aquela ação os levaria a uma guerra, precisava estar pronto, tinha pessoas a quem queria proteger, não podia perder mais ninguém, principalmente depois do que viu na boate.Organizou tudo o que pode, no começo pensou que saírem da índia fosse o melhor caminho, por fim, terminou sendo convencido a ficar.— Teimosa como uma mula!Falou sozinho enquanto pensava sobre Lara, a mulher era um verdadeiro furacão e dos mais perigosos. As filhas da máfia, diferente do que o mundo acreditava, costumam ser doces e gentis, na maioria das vezes, mulheres que frequentavam a alta sociedade com uma elegância que despertava a inveja de muitos, mas Lara não, ela era diferente.Incontrolável, a palavra que mais se encaixava aquela mulher, não foi a primeira vez que Lara enfrentou Sombra e ele sabia, não seria a última. Principalmente se a ordem dada fosse para que se afastasse de Muralha. O marido não era apenas um homem de confiança, as habilidades dele seria
Nick foi chamado para um encontro estratégico com Omar e Dawood, no mundo poucas coisas se movimentam tão rápido quanto duas organizações criminosas em busca de evitar uma guerra que ninguém queria, mas que estava beirando o inevitável. Os passos estavam tranquilos, diferentes do que Sombra esperava que fossem. Na mesa, uma moça loira extremamente bonita estava segurando a mão de Omar quando o rapaz a viu o coração bateu forte no peito, sentiu como se o mundo desaparecesse e só os cabelos daquela menina existissem. Se apressou, mas assim que olhou para a garota os olhos se prenderam na coleira, a réplica perfeita da marreta de Thor, o Deus do trovão que Olíe dizia que ele se parecia. Os olhos se encheram de lágrimas imediatamente, mas sorriu. Apesar da dor que sentiu, da vontade de arrancar aquela joia do pescoço da garota e gritar que ela não tinha o direito. A risada dolorida veio em meio a um pensamento bobo. Duas réplicas e nenhuma verdade. Aquela garota era tão falsa quanto
Não teve a resposta que procurava, mas teria, não se importou com que precisaria fazer, havia deixado de se importar com qualquer coisa há muito tempo.Todas as manhãs tomava meio litro de óleo de rícino puro, a textura era horrível, mas de alguma forma, aquilo o ajudava, lembrou do que uma médica da família explicou sobre a doença que o martirizou durante toda a vida.— Não tem nada de errado com você. Imagine que a única forma de transportar comida dos campos para a cidade fossem os trens e essas locomotivas simplesmente não pudessem mais funcionar, todos os trens do mundo inteiro parassem, o que aconteceria?— As pessoas das cidades ficariam famintas.— Exatamente Nick, o seu cérebro está faminto. As locomotivas que deveriam estar levando o alimento até ele não funcionam em você, mas agora imagine que apesar desse caos, seja possível que aviões levem quilos e mais quilos de salgadinho, chocolate, biscoitos recheados, e toda essa porcaria industrializada. O que que as pessoas famint
Segurava o papel com tanta força que as beiradas amassaram enquanto o vermelho ficava mais intenso. Era como se cada gota daquele vermelho queimasse a sua alma, cada traço do desenho tivesse sido pintado com a angústia de Olivia.— Não…Ele entendeu que cada um daqueles desenhos foi desenhado com sangue, com o sangue que ele não estava lá para evitar que caísse, a imaginou sozinha, lutando para sobreviver em meio a doçura que só é possuía, que só alguém com a alma de Olívia seria capaz. Ninguém além dela transformaria a dor em arte, só a sua ratinha.Foi arremessado para o passado, o dia em que ela foi levada por Vikran, as noites intermináveis sem respostas, os rostos que olhavam para ele com pena, como se soubessem algo que só ele não sabia. O som da risada de Olívia, os beijos, o jeito que ela parecia não conseguir controlar a respiração sempre que se beijavam e apesar da falta de ar ela o puxava de novo e de novo.— Nick, filho! Escuta. Precisa ver isso.Entregou o celular para o
Correu, mas isso não significava o fim, ao menos não para Nick, não estava desesperado pela fala do padrinho, sabia que Olie estava viva, mas também sabia que aquele vídeo era real.Chorou, chorou como se as lágrimas pudessem apagar aquelas cenas, a dor que sentia, o absurdo daquela luta que Olívia travou sozinha. Lembrou do corpo pequeno e ainda assim, deliciosamente provocante, quando conheceu Olívia ela parecia só uma adolescente rebelde, roupas largas e estranhas, olhar confuso, e um jeito estranho. Mas a primeira vez que a viu de biquini, quase infartou com o que sentiu.Queria conversar com a irmã, tinha acesso livre a casa de Mel, abriu a geladeira, pegou uma garrafa com água e foi para os fundos da casa.O dia quente o fez beber no gargalo, achou que a irmã estivesse com as crianças na piscina, mas o que encontrou o fez esquecer completamente de Mel e dos sobrinhos.Olie deitada na espreguiçadeira, perdeu o fôlego. A boca secou ao mesmo tempo em que salivava. O sangue corria