Sarah A minha vontade é não sair dos braços de Samuel pelo resto do dia e deixar que qualquer menção ao passado de minha mãe e ao que devo fazer para descobrir isso fique para trás. Eu poderia certo? Fingir que não sei nada e só curtir o meu casamento com Samuel... poderia. Mas não vou fazer isso. Não quero viver a minha vida, sabendo que estou no escuro. Desvencilho-me de Samuel, mesmo que a minha vontade seja o exato oposto e com sua mão na minha nós seguimos até o ponto, onde o jardim começa. Deixo que a visão da mistura de cores das rosas me acalme um pouco. Adoro esse lugar. Nós seguimos por uma trilha de pedra e chegamos a uma área aberta, as flores nos cercando. Vejo que foi posto uma mesa redonda pequena no centro do pátio e que Dylan conversa baixo com Nina, nada na proximidade dos dois denunciando em que pé anda o relacionamento dos dois e mesmo assim, a intimidade entre eles é quase palpável. Espero que dê tudo certo entre eles. Eles percebem a nossa chegada, os r
SamuelOlhar para Sarah agora, é o mesmo que encarar um fantasma. Ela tenta, consigo perceber isso. Ela está tentando com todas as suas forças, mas nem eu sei, se conseguiria lidar com o que havia escrito naquela carta.Quando o caos tomou a mansão com o desmaio de Sarah, eu tive que manter meu controle em uma base de ferro. Depois de cuidar de Sarah e o médico nos indicar que ela havia sofrido um colapso nervoso, ela acordou e perguntou sobre a carta.Nina a havia guardado. Sarah leu aquilo uma vez e de novo. Ela parecia morrer um pouco mais a cada releitura. Depois de algumas horas no quarto silencioso, ela me passou as folhas, o pedido silencioso em seu olhar, me fazendo ler.Eu nunca vi algo mais doentio.Carlos nunca foi o pai dela e sim o irmão. Como se não bastasse a declaração de Laura de que ficou em cárcere por quase sua vida inteira, ainda tem o fato de como tudo terminou. Ele sabia que ela era irmã de sangue e ainda assim.... tudo que ele fez...O que há de errado com ess
Sarah Sinto os olhares em mim, assim que eu entro na cozinha. Nina me olha com um orgulho brilhando neles, algo que eu não compreendo muito bem, mas decido por ignorar por enquanto. Luci é um pouco mais discreta, mas corre para encher a minha caneca com um chocolate quente com uma aparência cremosa que me enche de fome. Faz pouco mais de uma hora que eu tive um dos sexos mais intensos e quentes com meu marido. De certa forma, foi libertador. Foi como acordar de um longo pesadelo. Meus problemas e revelações feitas, ainda estão aqui comigo claro, mas eu consegui sair daquele limbo de dor que havia me enfurnado. Eu queria respostas... bom, agora eu tenho boa parte delas, por mais horríveis que sejam. Tenho que ver um ponto positivo nisso e me agarrar com todas as forças na ideia de que foi melhor saber do que continuar no escuro. É isso ou enlouquecer de vez. Luci começa a me trazer comida de uma forma que me aquece o coração. Ela traz bolo, sanduiches e opções de frutas diversa
Sarah Meu olhar percorre o hall do hotel modesto, mas bem aconchegante em que Samuel faz o nosso registro. A viagem de carro até aqui durou um pouco mais de duas horas e eu me surpreendi com o quão perto esse Nicolas estava de nós. Dylan me explicou que o máximo que seu contato na delegacia conseguia nos informar, estava naquele documento que ele me mostrou, então agora nós só vamos descansar um pouco e esperar a tarde cair para conseguirmos checar o bar que Nicolas foi pego vandalizando. Outro ponto importante, foram as informações que ele conseguiu da família de Demétrio ou mais especificamente, a falta delas. Tudo sobre os Rigns parece envolto por uma cortina pesada. Nos registros da empresa, não há nenhuma menção a nenhum Liam e o nome do pai de Demétrio está cavado tão fundo nisso tudo que seria preciso uma ação judicial para conseguir arrancar isso deles. Muito errado. Sinto os pelos da minha nuca se eriçarem e olho para os lados, não vendo nada, além das paredes em tom az
SarahUma música animada nos recepciona, assim que entramos no bar. Pestanejo desconcertada ao contemplar o estilo de pub inglês que nos cerca.Nossa... eu esperava no máximo algumas mesas e garçonetes com expressões desinteressadas, mas isso aqui...— Fomos teletransportados para um bar no centro de Londres e eu não percebi? — Nina brinca, os lábios com um batom vermelho vivo se resgando em um sorriso.— Começo a pensar o mesmo amiga. — Digo a ela.— Eu dei uma pesquisada, antes de vir aqui. — Dylan comenta, enquanto caminhamos para uma mesa no centro do bar, que já começa a encher.— Claro que pesquisou. — Samuel retruca, a voz ácida e sorriso debochado.— O que quer dizer? — Dylan pergunta, as sobrancelhas arqueadas.— Ele quer dizer, que talvez você tenha a ficha completa de cada funcionário daqui. — Nina responde por Samuel, olhando para Dylan com um sorriso provocador.Dylan tenta disfarçar o constrangimento, mas seu olhar se desviando para o cardápio na mesa o trai.— Não conse
SarahNós quatro paramos em frente a um conjunto residencial modesto, as casas com aparência pequena e com pouco a oferecer além das cores acinzentadas nos olhando de volta.Um pouco deprimente.Há um limite para a influência de Dylan e de sua persuasão, pois quando tentamos mais uma vez achar o endereço exato de nosso doutor, tivemos poucos resultados, o que é relativamente suspeito, já que na ocorrência poderíamos ter isso.O que sabemos, entretanto, é que o conjunto de casas é exatamente esse. Há uma troca de olhares entre nós quatro e eu decido tomar a frente disso logo.— Vamos nos separar. — Anuncio, olhando para eles.— Separar? — Samuel me pergunta, não parecendo feliz.— São muitas casas Sam e chegar os quatro em cima dessas pessoas seria estranho. — Tento explicar, fazendo um nó em meu cabelo — Vamos fazer assim: Cada um de nós, vai chegar dizendo fazer parte de um projeto social e que para uma pesquisa de campo, estamos em busca de informações.— Sabe que seu trabalho nunc
Sarah Olhando a sala pequena, mas encantadoramente leve que me cerca, eu fico imaginando que Eduardo deva ser do tipo meticuloso. O piso abaixo dos meus pés reluz de tão limpo e até as almofadas de cores em vinho, estão plenamente ordenadas nos cantos dos sofás. Ele não parece ser o tipo que ajuda a manter mulheres em cárcere ou que se embebeda em bares, causando prejuízo. Relaxando um pouco meus ombros, me encosto no sofá, enquanto o senhor pequeno vestindo um casaco de lã traz uma bandeja com o que deve ser o chá e os biscoitos. Sorrio para ele, quando ele deposita com mãos um pouco trementes, algo comum para alguém da idade dele, uma xícara fumegante do chá a minha frente, o cheiro refrescante do que me lembra muito capim limão, inundando meus sentidos. — Faz realmente muito tempo que não recebo visitas. — ele comenta, sua própria xícara a sua frente. — É uma pena, pois sua casa é encantadora. — Comento, com educação. — Obrigado, mas sabe, quanto mais velho fico... mais eu p
Samuel Encaro a porta fechada a minha frente, já sentindo um nervo pulsar em minha testa. A responsável por fechar com tudo a porta bem na minha cara, foi uma senhora de um pouco mais de um metro e fala ferina. Mas que criatura difícil.Olho para Nina, que segura a risada como pode.— Acho que não era quem procurávamos. — Ela comenta o óbvio, as bochechas tremendo com a vontade de rir.Se eu não estivesse tão preocupado com Sarah nesse momento, talvez eu até entrasse na sua brincadeira, mas essa constante sensação de que algo está errado em meu peito, desde que nos separamos é demais para mim agora.— Sim Nina, obrigado por me lembrar. — Respondo, um pouco mais ácido do que gostaria.Nina revira os olhos para o meu mau humor, já estando acostumada com meu jeito irritadiço.Nós descemos o pequeno lance de escadas, tentando ver a casa por onde Sarah entrou, mas a distância agora já não me permite tanto.Por qual motivo, eu me sinto tão estranho?As próximas duas casas que entramos são