CecíliaEu precisava saber se ele sequer havia mudado, se tinha se arrependido de todas as coisas que fez e do mal que nos causou, porque, se esse fosse o caso, ainda existia a probabilidade de ele ser um pai para Brandon, mesmo que não fosse o mesmo para mim. Eu me troquei, vesti algo que não chamasse tanta atenção — na medida do possível, já que Bella havia me dito várias vezes que deveria tomar cuidado ao sair de casa e jamais me vestir com algo que fosse “me deixar mal” na mídia, — e pedi ao motorista, que Steffano havia deixado disponível para me levar onde quer que eu desejasse, que me levasse até o hospital onde meu pai tinha sido internado. Era óbvio que eu não tinha muita esperança quando se tratava dele, mas para a minha surpresa, a recepcionista sorriu ao ouvir meu nome. — Você é a filha do Sr. Blackwood? Soube que se casou há pouco tempo, seu pai estava muito feliz com a notícia — ela falou enquanto chamava uma das enfermeiras para me acompanhar. — Sei que ele vai fica
CecíliaEu ignorei as palavras ditas por Hector e admito que praticamente saí correndo para longe daquele homem, que um dia tinha sido o meu namorado. Meu coração estava acelerado e eu sentia que se continuasse a ver o rosto de Hector ficaria ainda pior. Tudo o que eu conseguia pensar era que ele estava mentindo, que Steffano não era como ele; eu queria desesperadamente chegar em nossa casa e abraçar o meu marido, queria chorar em seus braços como fiz antes, e queria ouvi-lo dizer que estaria ao meu lado, porque, por mais que eu não quisesse admitir, Steffano tinha se tornado a minha âncora. Eu queria me esconder em seus braços, e quando entrei naquele carro e pedi para o motorista me levar para casa, senti que tudo poderia ficar bem.Para minha surpresa, assim que desci do veículo uma mulher me impediu de entrar na minha própria casa. Ela parecia ter, no mínimo, trinta anos. Seus olhos eram castanhos e sua pele parecia porcelana. Ela me olhou de cima a baixo e eu senti minha pele
HéctorPor um momento, eu tive medo de Cecília não ser burra o suficiente para vir me encontrar, mas aquela idiota realmente veio. Ela estava tremendo, os olhos inchados e eu não precisava ser um gênio para saber o que tinha acontecido. Ela estava duvidando daquele canalha do McNight. Ele tinha finalmente feito algo e me dado uma brecha, e claro que eu sabia que ele faria, mas não esperava que fosse logo após o casamento. Porém, agora isso não era importante, o importante era que eu tinha Cecília ali, nas minhas mãos e eu finalmente iria me vingar por Steffano ter mandado seus capangas atrás de mim. Eu tinha me segurado muito pra não surtar durante todo esse tempo, principalmente com o meu velho me enchendo o saco, mas com Cecília de volta, eu podia ir além. Eu ferraria a vida de Steffano McNight e teria a minha galinha dos ovos de ouro, de volta. — Eu não estou aqui para brincar, então fale de uma vez, Hector — ela disse tentando parecer firme, mas uma garotinha assustada era se
CecíliaEu queria negar desesperadamente as drogas daquelas fotos e das coisas que Hector me contou, mas, porra… era óbvio que eram verdade. Era inegável, principalmente quando se via aquelas fotos, aquelas provas. Como? Como Steffano pode mentir para mim? Por que ele sequer confiou em mim para me dizer o que fazia? Ele tinha mentido sobre o meu pai? Tinha mentido sobre Hector? Até onde ele tinha mentido? Ele sabia sobre tudo e, por isso, foi até a loja naquele dia? Então… Steffano realmente só queria me usar. Deus. Eu não era nada para ele. Eu era apenas uma forma de manter sua máscara, de manter o perigo longe de sua vida. Como eu pude ser tão burra? Como pude me entregar para ele? Acreditar nele? Eu tinha acreditado em tudo o que ele me falou, como uma completa idiota, e agora eu estava presa a esse homem! Por que diabos tinha que ser eu? Eu fui a sorteada por parecer boba demais? Por ter sido gentil demais? Minha mente girava, procurando um motivo, uma razão além de
SteffanoEu estava bem. Cecília e eu estávamos bem e eu tinha me certificado de que não teria trabalho acumulado, mas um desgraçado da Camorra invadiu a porra do nosso território, e eu tive que ir lá. Eu tive que resolver. Pensei em deixar para depois, para o dia seguinte — por Cecília — mas o meu pai pediu para que fizesse naquele momento, que mostrasse o orgulho de um McNight, e isso fodeu a porra da minha vida. Eu tive que ligar para ela, para avisar — mesmo que minha secretaria tivesse se oferecido para fazer isso em meu lugar — mas, para minha surpresa, depois de atender Cecília já não respondeu, e quando eu terminei de falar, ela apenas desligou. Admito, eu achei estranho. Deveria ter notado bem ali, mas eu não notei. Eu apenas segui, porque sequer tinha tempo para parar e ligar para ela uma vez mais. Eu passei a droga da noite inteira acordado, torturando e questionando aquele merda, para nada! Para descobrir que ele não passava de um peão inútil que foi jogado pra sacrif
CecíliaSteffano tinha mentido pra mim, mas… ele também tinha me provado que não estava me traindo. Uma parte minha queria acreditar desesperadamente no homem com quem eu me casei, mas a outra estava morrendo de medo. Eu não tinha medo por ele ser parte da máfia, ou pelas coisas que fizeram ao ex-namorado de Bella. Steffano tinha me falado sobre as coisas que ele fez com ela, e eu achava justo o castigo que ele teve, mas… ainda era difícil encarar a mentira dele. Como ele pode mentir pra mim? Me enganar? Eu fiquei perdida nesses pensamentos no primeiro dia, e ao segundo, cheguei a outro questionamento. Como eu podia simplesmente ignorar o que ele me dizia? Ele estava desesperado. Estava me pedindo por perdão. Como eu podia negar? Era Steffano a me pedir perdão. Era ele a dizer que errou e a me contar tudo. Eu não deveria perdoar? Ele me ajudou, me protegeu, ele cuidou de Brandon e da minha mãe! Steffano podia estar mentindo para mim, mas… ele ainda era a melhor coisa de tod
SteffanoEu me declarei para Cecília. Me declarei e me abri naquele momento, mas… algumas horas depois, ouvi um grito ressoando da direção do quarto dela e quando corri para ver o que estava acontecendo, me deparei com uma governanta em choque, parada em frente ao quarto com a bandeja ao chão. O quarto de Cecília… estava vazio. Ela tinha fugido? Ela me odiava a ponto de fugir? Não! Cecília… Eu precisava encontrar a Cecília. Eu… — Senhor! Ela deixou uma carta! — uma segunda empregada falou, tentando confortar a governanta que ainda estava em choque, e eu peguei aquele pedaço de papel com medo do que quer que estivesse escrito ali, mas para minha surpresa, tudo que eu senti foi raiva. Raiva que me consumia por completo, afinal, em letras tremulas, Cecília escreveu. Steffano… eu amo você. Perdoe-me, eu não sei como dizer isso, mas Hector tem provas contra você e a sua família, eu… não posso fazer nada. E ele me quer, então… eu darei a ele o que ele quer, assim, ao menos eu ir
CecíliaAssim como Hector disse, ele estava me esperando em frente ao condomínio com um carro preto, e quando eu entrei, vestindo um dos moletons de Steffano, que usei para sair despercebida pelos criados e seguranças, ele bufou parecendo insatisfeito. — Entre de uma vez —falou irritado — e me poupe da sua birra. Franzi meus lábios, sentindo minha cabeça inteira latejar. Eu ainda não fazia ideia do que Hector queria comigo, porque, se era Steffano que ele queria atingir, tinha formas mais eficazes do que estar ao meu lado. Na verdade, eu acreditava fielmente que qualquer opção era bem mais viável do que me usar naquele momento, mas… ele parecia apenas incomodado enquanto eu me mantinha em silêncio.Tentei me perguntar como nunca havia notado os sinais, a forma como aquele homem era de verdade, o quão podre ele sempre foi, mas me dei conta de que quando você é alguém desesperado por afeto, você não deseja ver nada além de uma saída, e Hector era a minha. Ele era a minha saída par