CecíliaEu queria negar desesperadamente as drogas daquelas fotos e das coisas que Hector me contou, mas, porra… era óbvio que eram verdade. Era inegável, principalmente quando se via aquelas fotos, aquelas provas. Como? Como Steffano pode mentir para mim? Por que ele sequer confiou em mim para me dizer o que fazia? Ele tinha mentido sobre o meu pai? Tinha mentido sobre Hector? Até onde ele tinha mentido? Ele sabia sobre tudo e, por isso, foi até a loja naquele dia? Então… Steffano realmente só queria me usar. Deus. Eu não era nada para ele. Eu era apenas uma forma de manter sua máscara, de manter o perigo longe de sua vida. Como eu pude ser tão burra? Como pude me entregar para ele? Acreditar nele? Eu tinha acreditado em tudo o que ele me falou, como uma completa idiota, e agora eu estava presa a esse homem! Por que diabos tinha que ser eu? Eu fui a sorteada por parecer boba demais? Por ter sido gentil demais? Minha mente girava, procurando um motivo, uma razão além de
SteffanoEu estava bem. Cecília e eu estávamos bem e eu tinha me certificado de que não teria trabalho acumulado, mas um desgraçado da Camorra invadiu a porra do nosso território, e eu tive que ir lá. Eu tive que resolver. Pensei em deixar para depois, para o dia seguinte — por Cecília — mas o meu pai pediu para que fizesse naquele momento, que mostrasse o orgulho de um McNight, e isso fodeu a porra da minha vida. Eu tive que ligar para ela, para avisar — mesmo que minha secretaria tivesse se oferecido para fazer isso em meu lugar — mas, para minha surpresa, depois de atender Cecília já não respondeu, e quando eu terminei de falar, ela apenas desligou. Admito, eu achei estranho. Deveria ter notado bem ali, mas eu não notei. Eu apenas segui, porque sequer tinha tempo para parar e ligar para ela uma vez mais. Eu passei a droga da noite inteira acordado, torturando e questionando aquele merda, para nada! Para descobrir que ele não passava de um peão inútil que foi jogado pra sacrif
CecíliaSteffano tinha mentido pra mim, mas… ele também tinha me provado que não estava me traindo. Uma parte minha queria acreditar desesperadamente no homem com quem eu me casei, mas a outra estava morrendo de medo. Eu não tinha medo por ele ser parte da máfia, ou pelas coisas que fizeram ao ex-namorado de Bella. Steffano tinha me falado sobre as coisas que ele fez com ela, e eu achava justo o castigo que ele teve, mas… ainda era difícil encarar a mentira dele. Como ele pode mentir pra mim? Me enganar? Eu fiquei perdida nesses pensamentos no primeiro dia, e ao segundo, cheguei a outro questionamento. Como eu podia simplesmente ignorar o que ele me dizia? Ele estava desesperado. Estava me pedindo por perdão. Como eu podia negar? Era Steffano a me pedir perdão. Era ele a dizer que errou e a me contar tudo. Eu não deveria perdoar? Ele me ajudou, me protegeu, ele cuidou de Brandon e da minha mãe! Steffano podia estar mentindo para mim, mas… ele ainda era a melhor coisa de tod
SteffanoEu me declarei para Cecília. Me declarei e me abri naquele momento, mas… algumas horas depois, ouvi um grito ressoando da direção do quarto dela e quando corri para ver o que estava acontecendo, me deparei com uma governanta em choque, parada em frente ao quarto com a bandeja ao chão. O quarto de Cecília… estava vazio. Ela tinha fugido? Ela me odiava a ponto de fugir? Não! Cecília… Eu precisava encontrar a Cecília. Eu… — Senhor! Ela deixou uma carta! — uma segunda empregada falou, tentando confortar a governanta que ainda estava em choque, e eu peguei aquele pedaço de papel com medo do que quer que estivesse escrito ali, mas para minha surpresa, tudo que eu senti foi raiva. Raiva que me consumia por completo, afinal, em letras tremulas, Cecília escreveu. Steffano… eu amo você. Perdoe-me, eu não sei como dizer isso, mas Hector tem provas contra você e a sua família, eu… não posso fazer nada. E ele me quer, então… eu darei a ele o que ele quer, assim, ao menos eu ir
CecíliaAssim como Hector disse, ele estava me esperando em frente ao condomínio com um carro preto, e quando eu entrei, vestindo um dos moletons de Steffano, que usei para sair despercebida pelos criados e seguranças, ele bufou parecendo insatisfeito. — Entre de uma vez —falou irritado — e me poupe da sua birra. Franzi meus lábios, sentindo minha cabeça inteira latejar. Eu ainda não fazia ideia do que Hector queria comigo, porque, se era Steffano que ele queria atingir, tinha formas mais eficazes do que estar ao meu lado. Na verdade, eu acreditava fielmente que qualquer opção era bem mais viável do que me usar naquele momento, mas… ele parecia apenas incomodado enquanto eu me mantinha em silêncio.Tentei me perguntar como nunca havia notado os sinais, a forma como aquele homem era de verdade, o quão podre ele sempre foi, mas me dei conta de que quando você é alguém desesperado por afeto, você não deseja ver nada além de uma saída, e Hector era a minha. Ele era a minha saída par
SteffanoNada fazia sentido, e a forma como Thomas e o meu pai agiam, deixava claro que os dois desgraçados tinham escondido tudo de mim. E se Nero Moretti estava ali, queria dizer que eles também haviam feito planos sem se preocuparem em me contar ou consultar. Eu teria que ter uma longa conversa com aqueles dois, mas agora, a minha maior preocupação era tirar Cecília das mãos daquele doente do Hector Esposito. Eu não fazia ideia do porquê aquele filho de uma puta queria Cecília, mas vendo Nero na minha frente, era fácil de entender.Com toda certeza Mateo Esposito não ia deixar a chance de ter Nero ao seu lado, afinal, com o poder dos Moretti, ele poderia se eleger sem problemas, e claro, usar o medo para manter as dívidas longe, assim como todos que eram perigoso para ele. Nem mesmo os McNight podiam agir de forma descuidada com alguém como Nero, e Esposito deveria saber disso, porém, isso só me deixava ainda mais bravo com aquele merda do caralho. Isso tudo deixava as coisas be
CecíliaEu estava em pânico pelo que poderia acontecer, mas, por sorte, Hector me jogou em um quarto depois daquela conversa e, trancando a porta, ele me abandonou lá dentro antes de sair. Eu não tinha ideia do que fazer ou sequer se teria chance de fazer alguma coisa, mas se o tal Nero Moretti era meu avô, talvez eu tivesse uma chance de estar a sós com ele, de pedir por ajuda e proteger Steffano e o meu bebê. Minha barriga demoraria um pouco para crescer e os Esposito não podiam esperar muito, com medo de os McNight os perseguirem. Então, eu só precisava conversar com o meu avô sozinha e rezar para que esse homem sentisse algum tipo de afeto pela neta que nunca conheceu. Eu não tinha ideia se isso sequer funcionaria, mas eu sabia que se tentasse… Steffano viria até mim. Ele iria me encontrar e tudo ficaria bem. Nosso filho ficaria bem. Abraçada à minha barriga, eu decidi que esse era o único caminho a ser tomado, mas, para minha surpresa, mal tive tempo sozinha antes da porta
CecíliaQuando meus olhos se abriram, havia um teto branco sobre minha cabeça e vozes discutiam ao fundo. Vozes femininas, onde uma delas me era muito familiar. — Ela é a minha filha! Não a sua! — ouvi minha mãe gritar e uma voz de uma mulher um pouco mais velha pareceu ainda mais irritada com isso. — Você me julgava como uma mãe ruim, mas foi pior ainda! Sua garota estúpida! — a ouvi reclamar e um bufar baixo surgiu de um terceiro ser. — Sofia… Angelina, por favor… se acalmem. — O terceiro ser, que tinha uma voz grave, pediu. — Nero, por que você nunca fica do meu lado quando essa ingrata está envolvida? É por você sempre ser mole que essa garota… A mulher mais velha parou no meio da frase e eu grunhi, tentando erguer meu corpo para encarar quem quer que estivesse ali à minha volta. — Cecília! — mamãe gritou, e de assalto me abraçou. — Deus! Filha! Perdão! Perdão! Eu nunca pensei que… que te traria tantos problemas! Cecília… é tudo culpa minha. Ela continuou a dizer, e minha