Passado em Comum

Envolvimento Inesperado

ManuelaEntrei na cozinha ao lado de Cecília e, para minha surpresa, deparei-me com Logan e Olívia em uma cena estranha. Os dois estavam imóveis, encarando-se de forma intensa, cada um segurando utensílios de limpeza. Logan segurava uma sacola de lixo enquanto Olívia empunhava uma vassoura. O clima tenso pairava no ar, e eles não pareciam notar nossa entrada até Cecília quebrar o silêncio.— Está tudo bem aqui? — perguntou Cecília, com uma expressão confusa.Olívia corou visivelmente, parecendo desconfortável diante da situação. Era óbvio que algo estava acontecendo ali, embora eu não conseguisse identificar o quê. Logan, por sua vez, se apressou em explicar, pedindo desculpas por ter deixado cair a travessa com a massa, arruinando parte do jantar. Cecília, sempre compreensiva, tratou logo de tranquilizá-lo, assegurando que havia outros pratos prontos e que tudo ficaria bem. Em seguida, ela pediu nossa ajuda para levar os pratos para a sala de jantar.Não pude deixar de notar o olhar

Refúgio Familiar

AdrielApós o jantar tumultuado no apartamento de Liam, uma inquietação tomou conta de mim, e eu não conseguia parar de pensar em Manuela. Sua imagem, radiante e feliz ao lado de Logan, martelava em minha mente, despertando uma mistura de emoções que eu não sabia como lidar.No dia seguinte, ao acordar, um forte alívio tomou conta de mim ao lembrar que era feriado e eu não precisava voltar para Brasília ainda. Com estranheza, eu constatei que não queria me afastar de São Paulo neste momento. Porém, uma sensação de derrota estava me acompanhando desde a noite anterior e, sem muita disposição para fazer qualquer coisa naquele dia, eu decidi aproveitar o tempo livre para visitar meus pais.Ao chegar à casa dos Barreto, fui recebido pela governanta, que me informou que o meu pai estava na biblioteca e a minha mãe no jardim. Os anos passavam, mas a rotina familiar nos dias de folga permanecia sempre a mesma. Minha mãe sempre teve uma paixão por jardinagem, e mesmo com um jardineiro à dispo

Café da Manhã

ManuelaO café da manhã transcorreu de forma tranquila, com Logan e eu conversando casualmente enquanto saboreamos nossas refeições. No entanto, a recordação da noite anterior me fez mudar o rumo da conversa para algo mais pessoal e delicado.— Você dormiu bem esta noite? — perguntei, o analisando enquanto aguardava a sua resposta.Logan confirmou que sim com um sorriso, mas havia algo em seu olhar que me fez questionar a verdade por trás da sua resposta. Agora que eu conhecia a história entre ele e Olívia, e considerando a noite agitada que tivemos, eu sabia que ele estava mentindo.Ele continuava a comer com uma concentração excessiva, como se cada movimento do garfo exigisse um esforço sobrenatural. Era claro para mim que algo o perturbava profundamente.— Logan, não precisa fingir. Está na cara que você não está bem. Aposto que passou a noite em claro pensando em Olívia — disse, decidindo abordar diretamente o assunto.Ele ergueu o olhar para mim, surpreso com minha declaração.—

Arrependimento Tardio

AdrielQuando a campainha ecoou pelo apartamento, o caos reinava na casa de Cecília e Liam. O choro incessante de Caleb deixava Cecília ocupada demais para sequer pensar em atender à porta, enquanto Liam, claramente desorientado pela situação, parecia incapaz de prestar qualquer auxílio real à sua esposa.Decidi intervir, oferecendo-me para verificar quem estava à porta. Mal sabia eu que encontraria Manuela do outro lado. Seus olhos, ao me ver ali, refletiam uma mistura de surpresa e cautela, revelando sua própria hesitação.— Cecília? — Sua pergunta confusa ecoou pelo corredor.— Está ocupada com o bebê — informei, abrindo mais a porta e convidando-a a entrar. — Ele não para de chorar, e eles não sabem o que fazer.Ao ouvir sobre Caleb, a expressão de Manuela se transformou em espanto, e ela entrou no apartamento, ansiosa para ajudar. Perguntou rapidamente onde encontrá-los, e indiquei o caminho até o quarto do bebê. Eu me vejo dividido entre seguir Manuela até o quarto do bebê ou p

Surpresa no Shopping

ManuelaApós a chegada de Liam, Cecília também veio ao nosso encontro na sala e me convidou para um café na cozinha, enquanto Liam ficava para resolver algo importante com Adriel. Aceitei o convite, agradecendo pelo apoio silencioso que ela sempre me oferecia. Eu me sentia em um turbilhão de emoções após a conversa com Adriel. Por mais que eu soubesse exatamente o que ele me fez passar no passado, suas palavras pareciam tão sinceras, tão cheias de promessas de mudança. Era difícil não ser afetada por elas.Sentadas à mesa, conversamos bastante, e eu não pude evitar contar a ela sobre a conversa com Adriel. Cecília ouviu atentamente, seus olhos transmitindo compreensão. Ela não precisava dizer muito; eu sabia que entendia exatamente o que eu estava passando.— É tão típico dele, não é? — Cecília finalmente disse, sua voz carregada de frustração. — Agora que conseguiu o que queria, ele aparece com promessas vazias de mudança.Balancei a cabeça concordando, as palavras dela ressoavam em

Ela foi Sequestrada!

AdrielApós minha tentativa frustrada de abrir meu coração e declarar meus sentimentos para Manuela, senti-me ainda mais determinado do que antes. Não estava disposto a desistir. Não era uma questão de ego, mas sim de reconhecer a profundidade dos meus sentimentos. Não podia mais fingir que Manuela não era alguém importante em minha vida, pois está bastante claro que ela está no centro de tudo aquilo que penso e faço.Os sentimentos que Manuela despertou em mim provaram que o amor que eu pensava sentir por Cecília era apenas uma ilusão, uma criação da minha cabeça. Mais uma vez, agradeci em pensamento a Manuela por ter impedido que eu cometesse uma tolice, estragando uma amizade tão valiosa quanto a de Liam e Cecília em nome de algo que não passava de uma grande bobagem.A conversa com a minha mãe me fez despertar de uma vez por todas e agora, mais do que nunca, eu preciso mostrar a Manuela o quanto ela significa para mim. Eu estava determinado a provar a ela o que sinto.Pensava sobr

Presa

Manuela O pânico tomava conta de mim enquanto eu observava o ambiente escuro ao meu redor. Não havia iluminação alguma naquele lugar e o ar parecia pesado, como se faltasse oxigênio para respirar. Talvez eu devesse considerar-me sortuda por aquela noite estar fria, certamente uma temperatura menor que vinte graus, pois em outras circunstâncias aquele lugar abafado teria sido insuportável. Tentei manter a calma, apesar do desespero que me consumia. Enquanto era empurrada pelos cômodos da casa, fiz um esforço para prestar atenção em cada detalhe, como se minha sobrevivência dependesse disso. Percebi que não havia nenhum móvel na casa inteira. Absolutamente nada. Pelo menos nos locais pelos quais passei antes de ser jogada à mercê dentro de um cômodo e trancada ali, sem uma única palavra sequer. Aquela sensação de isolamento e incerteza era aterradora. Eu não fazia ideia de onde estava e Marcão, após dar instruções para que tomassem meus pertences e me levassem para o esconderijo, nad