EmilyO céu estava tingido de um azul suave, com nuvens dispersas que pareciam pintadas à mão. A estrada até a fazenda dos meus pais sempre me trazia uma sensação de nostalgia. Era o lugar onde eu havia crescido, onde muitas das minhas memórias mais preciosas estavam guardadas. Agora, voltar ali, casada e grávida, parecia um marco na minha vida.Oliver segurava minha mão enquanto dirigia. Seus dedos acariciavam os meus de vez em quando, um gesto silencioso de conforto. O rádio tocava uma melodia tranquila, mas estávamos mais envolvidos no silêncio confortável entre nós.— Como está se sentindo? — Ele perguntou, sem tirar os olhos da estrada.— Bem. — Respondi, sorrindo. — Só um pouco ansiosa. Faz tanto tempo que não passamos um tempo assim com meus pais.— Eles estão ansiosos para nos ver. — Disse ele, apertando minha mão suavemente. — Especialmente agora, com o neto tão perto de chegar.O simples pensamento do bebê trouxe um calor ao meu peito. Levei a mão livre até minha barriga e a
EmilyA manhã seguinte na fazenda começou com o som suave dos pássaros cantando e o cheiro de café fresco vindo da cozinha. Abri os olhos lentamente, sentindo o calor do corpo de Oliver ao meu lado. Ele já estava acordado, me observando com aquele sorriso encantador que sempre parecia me roubar o fôlego.— Bom dia, minha leoa. — Disse ele, a voz rouca de sono.Eu ri, ainda me espreguiçando.— Leoa?— Você está sempre com fome, sua barriga estava roncando. — Ele brincou, beijando minha testa. — Falando nisso, tenho um plano para essa manhã.— Um plano? — Perguntei, curiosa, sentando-me na cama.— Cachoeira. Vamos fazer um piquenique. Eu já organizei tudo.Senti meu coração se aquecer com a ideia.— Parece maravilhoso. Quero muito ir.— Eu sabia que você gostaria. — Disse ele, levantando-se e começando a se vestir.Enquanto nos preparávamos, a energia animada de Oliver era contagiante. Quando descemos para a cozinha, encontramos meus pais lá, rindo de algo.— E o casal finalmente aparec
Oliver Enquanto Emily terminava de comer, fiquei observando cada detalhe dela. Seus olhos brilhavam, e o sorriso suave nos lábios me fazia querer devorá-la ali mesmo. Quando ela terminou, não consegui conter um sorriso malicioso que escapou do meu rosto.— O que foi? — Ela perguntou, arqueando uma sobrancelha, divertida.— Estava só pensando que agora que você já se alimentou, é a minha vez. — Respondi, minha voz baixa e carregada de intenção.Emily riu, mas havia um brilho curioso em seus olhos.— E o que você quer comer?A pergunta não era inocente, e a forma como ela me olhou, inclinando a cabeça levemente, fez o desejo em meu peito crescer ainda mais. Inclinei-me para frente, aproximando-me dela, e coloquei minha mão em sua coxa, acariciando suavemente.— A melhor coisa sobre você estar sempre de vestido ultimamente... — Comecei, minha voz baixa, quase um sussurro. — É que o acesso ao meu paraíso ficou tão fácil.Ela abriu a boca para dizer algo, mas eu não dei tempo. Deitei-a su
OliverA viagem de volta para casa foi tranquila, mas minha mente não conseguia desligar. Cada quilômetro percorrido me aproximava de uma nova realidade, uma que estava ansioso para viver, mas que também carregava uma responsabilidade esmagadora. Eu seria pai. Não apenas o homem que protegia e amava Emily, mas também alguém que teria que ensinar, guiar e estar presente para nosso filho.Eu me perdi nesses pensamentos, a paisagem passando como um borrão ao meu redor, enquanto minha mente revisitava todas as decisões que me trouxeram até aqui. As boas e as ruins. Será que eu estava pronto? Será que eu saberia ser um bom pai?— Em que está pensando? — Perguntou Emily ao meu lado, sua voz doce quebrando o silêncio. Ela tinha a cabeça encostada na janela, observando a paisagem com um leve sorriso, mas agora me olhava curiosa.— No que está por vir. — Respondi, sorrindo suavemente. — Estamos prestes a começar algo completamente novo, e quero que tudo esteja perfeito para você e para o bebê.
EmilyO som do carro parando na entrada me despertou de meus pensamentos. Estava na cozinha, colocando os últimos toques no jantar, quando ouvi a voz calorosa de minha mãe. Oliver foi o primeiro a sair para recebê-los, como sempre atencioso e acolhedor.— Não acredito que você trouxe tanto, mãe. — Ouvi a voz de Oliver enquanto ele pegava as sacolas das mãos dela. — Estamos preparados para um exército?— Não reclame, rapaz. Toda mãe gosta de encher a casa com comida quando visita os filhos. — Ela respondeu, com aquele tom divertido e caloroso.Fui até a porta para recebê-los e, ao ver minha mãe e meu pai entrando com aquele ar animado, senti uma onda de conforto. Não importava o quanto eu amasse a casa que construí com Oliver, ter meus pais ali fazia tudo parecer mais completo.— Emily, querida! — Minha mãe me envolveu em um abraço apertado, enquanto meu pai já dava tapinhas nas costas de Oliver.— Como está o meu neto? — Ela perguntou, segurando meu rosto com as duas mãos e me observa
OliverA manhã começou com o sol brilhando intensamente pelas cortinas do nosso quarto, anunciando mais um dia cheio de preparativos. Emily ainda dormia profundamente ao meu lado, com uma das mãos descansando na curva da barriga. Era uma visão que me fazia sorrir todas as vezes que a via assim: tão serena, tão linda.Levantei-me devagar, tentando não acordá-la. Havia muito para fazer hoje, e eu queria que ela tivesse um dia especial. Não era todo dia que estávamos tão perto de um dos momentos mais importantes das nossas vidas.Minha primeira parada foi a sala de estar, onde Alice já estava me esperando com seu tablet em mãos. Ela tinha ajudado a organizar a surpresa que eu planejava para Emily.— Tudo pronto? — Perguntei, sentando-me no sofá enquanto analisava os últimos detalhes.— Sim. A fotógrafa confirmou que estará no local às três da tarde. Já arrumei o estúdio com as ideias que você pediu. — Respondeu Alice, com um sorriso no rosto.Eu queria que Emily tivesse uma lembrança esp
OliverEra um daqueles dias em que a tranquilidade aparente era tão frágil que quase se podia ouvir o som dela quebrando. Não demorou muito para que minha intuição provasse estar certa.Alice entrou no meu escritório com passos rápidos, sua expressão séria denunciando que não trazia boas notícias.— Precisamos conversar. — Disse ela, sem rodeios.— O que aconteceu? — Perguntei, imediatamente em alerta.Alice fechou a porta atrás de si e se aproximou da minha mesa, colocando alguns papéis sobre ela.— Sofia. — Começou, deixando o nome dela pairar no ar por um momento. — Descobrimos que, mesmo após todo o escândalo, e as evidências de fraude, com sua influência ela conseguiu responder em liberdade. Mas não é só isso.Sentei-me, sentindo meu corpo ficar tenso.— Continue.— Ela está tramando algo, Oliver. — Disse Alice, com firmeza. — Tenho pessoas monitorando os passos dela, como você pediu, e, nos últimos dias, ela visitou Fernando na prisão e também teve reuniões com Christopher.A me
OliverO caminho até a prisão parecia mais longo do que realmente era. O silêncio dentro do carro me permitia pensar, mas minha mente estava fervilhando. Eu nunca quis ver Fernando novamente, muito menos dar a ele a chance de falar comigo depois de tudo o que ele fez. Mas eu precisava saber o que ele sabia sobre Sofia e, acima de tudo, garantir que ele não estivesse do lado dela nessa última cartada.Quando o carro parou diante da penitenciária, respirei fundo e saí, ajeitando o terno. Eu tinha negócios a resolver e pretendia sair dali com respostas.O guarda me acompanhou até a sala de visitas, um espaço pequeno, frio, com uma mesa e duas cadeiras de metal. Esperei por alguns minutos até ouvir as portas se abrirem atrás de mim.Fernando entrou escoltado, algemado. Ele estava magro, com o rosto mais abatido, mas os olhos ainda tinham aquele brilho de arrogância que sempre me irritou.— Oliver Blake. — Ele disse, com um meio sorriso irônico, puxando a cadeira e sentando-se à minha fren