EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 21. Uma desculpaQuando Kim abriu os olhos, a escuridão já envolvia tudo, e estava tão cansada que nem teria se incomodado em acordar, se não fosse pela boca de Peter fazendo uma festa em seus seios. Seus lábios devorando um de seus mamilos era a sensação mais excitante do mundo. Podia sentir a forma deliciosa como entrava nela, podia sentir o mundo se perdendo naqueles gemidos, podia sentir aqueles dois corpos se tornando um só como se não pudessem se separar nunca mais.O clímax chegou novamente. Aqueles orgasmos eram como marés incontroláveis, que a deixavam totalmente exausta; mas em certo momento, depois de um mar de beijos e gritos, apenas sentiu como ele a levantava contra seu peito para colocá-la numa enorme banheira de água quente.Kim olhou pela janela, sabendo da ameaça que pairava sobre sua cabeça, porque Percy tinha dito que ela deveria chegar todas as noites em casa para dormir, mas até isso tinha doído demais para obedecer. Já não quer
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 22. Uma mulher determinadaA resposta era "não". A resposta era evidentemente "não", já não era suficiente, e isso se devia completamente a ele. No entanto, Kim não podia dizer a verdade.—Estou buscando minha saída do casamento —sussurrou sem olhar nos olhos dele—. Mas os divórcios demoram, você sabe como é.Peter assentiu enquanto ficava pensativo por um momento, decidindo se devia ou não dizer algo assim, mas finalmente se atreveu a abrir os lábios.—Você tem que voltar para a casa do seu marido todas as noites? —perguntou—. Já sei que você não está com ele mas... —Seus dedos percorreram devagar aquelas marcas que a moça tinha nas bochechas e que eram as únicas que não pertenciam a ele—. Não quero que algo assim aconteça de novo.—E não vai acontecer de novo —garantiu a moça num sussurro—. Mas não sei se posso ir para outro lugar, é... é bastante complicado.No entanto, aquela não era uma resposta que Peter estava disposto a aceitar. Deixá-la i
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 23. Não vou aceitarHavia neve agora. Neve, e algo que definitivamente não podia ser chamado de trabalho.Chegar à Dinamarca foi algo estranho para Kim, embora fosse verdade que era fotógrafa esportiva, fazia muitos anos que não saía da Suíça, que não aproveitava a vida, que não sorria.Mas ali a esperava o desconhecido, um mundo em que não precisava ser quem tinha sido antes, um espaço onde podia esquecer tudo e Deus era testemunha de que Peter era absurdamente bom nisso.Desceram daquele avião para subir em um sedã que já os esperava e que os levou diretamente a um hotel de luxo.As reuniões com os patrocinadores foram rápidas, a única coisa que Peter devia fazer era aproveitar as pistas, usar aquela roupa de grife e deixar tirar fotos para promover tudo que pusessem em suas mãos, desde artigos esportivos, aparelhos eletrônicos, roupas, e tudo o que fosse possível.—Deixa eu te fazer uma pergunta —murmurou Peter naquela tarde, depois de uma sess
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 24. Três mesesEla precisava se levantar. Levantar e responder e dizer e explicar... mas não queria. Podia fazer isso, mas não queria.Seus olhos se fecharam por um momento infinito e depois se abriram para fixar-se além de Peter, no céu avermelhado do entardecer que era perfeito para tantas fotos e especialmente para tantas lembranças.—Sim, você chegou tarde —sussurrou enquanto seus olhos marejavam—. Mas de maneiras que você ainda não entende. Se você tem certeza de que quer que eu fique por perto... eu vou ficar. Meu casamento acabou há muito tempo, então vou ficar por aqui, mas você precisa me prometer algo.Havia algo no tom de sua voz que fez Peter estremecer, mas ele simplesmente se recostou e puxou sua mão para fazê-la sentar sobre a neve.—Pode falar —respondeu com curiosidade porque não imaginava qual seria a condição que ela poderia impor.—Isso não vai durar menos de três meses.—Como assim...? —perguntou ele sem entender, e Kim segur
Aquele vestido azul marinho tinha mangas compridas e era totalmente fechado. Elegante e completamente coberto. E Kim agradecia porque isso significava que Peter tinha pensado em cada um dos beijos que tinha dado nela há menos de duas horas.Pela primeira vez na sua vida, aquelas marcas em sua pele ganhavam uma dimensão totalmente diferente, e se não fosse pelo que realmente significavam, até teria chegado a adorá-las.E mesmo assim, coberta, Peter jurava que não havia homem que tivesse olhos para outra mulher naquela noite, a menos que estivesse perdidamente apaixonado.—Não, não, deixa isso. —Apressou-se ele tirando a câmera das mãos dela e deixando-a sobre a cama—. Esta noite é para curtir, nada de fotografias, nada de patrocínios, nada de nada. Só vamos nos divertir e passar um momento agradável no leilão.Kim revirou os olhos, mas finalmente concordou em não trabalhar naquela noite, pendurou-se em seu braço como se realmente fossem um casal consolidado e saiu andando para longe
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 26. Algo importante—Kim, você está bem?Peter a tinha visto sorrir durante toda a noite, mas já começava a conhecê-la o suficiente para saber que de repente todo aquele brilho tinha se apagado.—Baby, o que está acontecendo? —perguntou enquanto caminhavam devagar em direção a uma das saídas depois de se despedirem.—Nada, não é nada, só... Me perguntava, todo esse dinheiro que é arrecadado aqui no leilão, para onde vai?Peter deu de ombros e respondeu com sinceridade.—Na verdade, não faço ideia. Provavelmente vai para alguma das associações esportivas para aumentar o orçamento dos jogos ou algo assim.Kim ficou pensativa e Peter não pôde deixar de notar aquela tristeza estranha que às vezes se apoderava dela, mas em vez de fazer a bobagem que qualquer outro faria, que era perguntar por que ela ficava assim, preferiu puxá-la, envolvê-la num abraço apertado se colocando atrás dela e beijá-la abaixo da orelha antes de fazer aquela declaração.—Já
Preparar algo assim desde o início parecia loucura, mas Kim tinha jurado que nunca tinha visto Peter tão animado desde que o conhecia. Claro que imediatamente contatou seu empresário, e em questão de poucas horas já tinham concordado sobre o que iriam fazer.Kim sentiu o coração bater como uma bola de ping-pong nas mãos de profissionais no momento em que viu Peter abrir aquele container de fibra de vidro e tirar os esquis.—Você acha que eles aguentam uma descida assim? —perguntou a moça nervosa porque, por mais que quisesse que aquilo desse certo, o mais importante para ela naquele momento era que Peter não se machucasse.Ela o viu avaliar várias vezes a resistência e a flexibilidade dos esquis, e depois fazer um pequeno gesto de concordância.—Vão aguentar, eu prometo, e se não aguentarem, lembre-se sempre que sou um esquiador profissional —sussurrou aproximando-se dela e acariciando seu rosto com as mãos, porque não suportava vê-la preocupada—. Nada vai acontecer comigo, sou cui
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 28. O melhor está prestes a acontecerEstava pronto, estava mais que pronto. Peter respirou fundo enquanto sentia o ar frio da montanha formando uma fina camada de gelo sobre suas bochechas. Tinha muito pouca pele descoberta no rosto abaixo dos óculos e entre os cachecóis, mas ainda assim podia sentir como se fossem pequenas lâminas injetando adrenalina em seu corpo.Sempre tinha se sentido assim desde criança, por isso amava os esportes de inverno, exatamente igual a seu pai, exatamente igual ao resto de sua família. Mas agora havia algo mais.Sempre tinha competido por um troféu. Dinheiro era o que não faltava. Amor, reconhecimento e apoio na família era o que não faltava, então a única razão que tinha para competir era um troféu, ou melhor dizendo, muitos deles. No entanto, nas últimas semanas Kim tinha lhe dado muito mais pelo que competir, muito mais pelo que trabalhar, tinha lhe dado um motivo diferente, e embora Peter sempre soubesse que em su