Mary Pape
Meu corpo está doendo, do topo da cabeça até a sola do pé. Sinto um desconforto enorme no meu peito, forçando que se expanda e contraia conforme a sua vontade. Não consigo abrir os olhos, os sinto com um peso enorme forçando que me mantenha de olhos fechados.
Porém, podia ouvir e sentir o toque de outras pessoas no meu corpo, ouvia a conversa de todos eles ao meu redor, sabia que o natal já havia passado e que eles estavam se programando para o ano novo essa noite.
Por suas conversas, sábia que um tal de Andreollo e Gagnon estavam patrocinando a diversão deles para essa noite, estava achando divertido o entusiasmo que todos estavam essa noite, mas queria saber sobre o Ravi, elas normalmente sempre falam sobre meu pequeno.
“Ele é um médico bonito, mas sei lá…” — Uma delas dizia.
“Veja como ela chegou, talvez encontre paz agora, ainda mais se aceitar a segurança que pode receber” — Estranhamente elas hoje resolveram falar em códigos.
De alguma forma sei que Ravi estava sendo bem cuidado, ainda mais quando ouvi aquela voz suave ao meu lado.
“Cuidarei bem do Ravi, preciso apenas que se recupere para voltar para o seu pequeno” — Era uma voz sem rosto, mas de alguma forma conseguia imaginar o homem que apareceu na minha frente quando chamei pelo Ravi.
Naquele momento a minha preocupação estava apenas no meu anjinho, que não tinha ideia do que estava acontecendo ao seu redor. Que sua mãe estava sofrendo as consequências por péssimas escolhas.
Não fazia ideia de quanto tempo já havia se passado, ou como realmente estava, apenas sabia que estava ainda cheia de hematomas e com um gesso na perna esquerda.
Sentia que o peso desse sono começava a diminuir, minhas pálpebras tremulavam com a movimentação ao meu redor, de alguma forma sabia que algo estava para acontecer. Todas estavam mais próximos de mim.
“Abra os olhos” — Ouvia um comando e um leve peso nas minhas pernas. — “Cuidado pequeno…”
O sorriso do Ravi se torna a coisa mais importante, forço os olhos e peço ajuda por tudo que é sagrado para que possa ver o meu menino.
— Mamãe… — A voz do Ravi é tudo o que precisava.
Alguém que estava ao meu lado, uma ânsia de vômito me toma e tento virar de lado para poder vomitar. Aparece um balde próximo a minha boca, felizmente nada sai. Minha respiração estava fraca, mesmo assim conseguia respirar com dificuldade, mas sozinha.
Vários médicos estavam em cima de mim, verificando algumas coisas, metade das coisas que eles falavam não fazia sentido algum a mim, apenas tentava tocar no meu menino.
Ele estava usando um macacão do Sullivan o personagem azul de monstro S.A. De alguma forma acho que ele conseguiu dizer que é seu filme preferido.
— Não se preocupe com ele, fiz o melhor que pude para que Ravi não percebesse nada! — Consigo olhar para o mesmo homem que vi antes de dormir naquela mesa de cirurgia.
Meus olhos ainda estavam um pouco turvo, talvez ainda o efeito da medicação para me manter dormindo e uma sede que estava arranhado a minha garganta.
— Que tal nos falar o seu nome, não encontramos nenhum documento seu… — O homem de óculos e olhos azuis perguntou com o Ravi no colo.
— Mary… — Digo com a garganta seca.
Por um instante deixo que meus olhos se fechem e sinto que todos começam a cuidar de mim. Quando abro os olhos, meu bebê estava sentado nos ombros do médico que lia alguma coisa em um prontuário.
Várias mulheres tentavam se aproximar do homem que cuidou do meu filho e por algum motivo isso me irritou. Não pelo médico charmoso que estava com o meu filho em seus ombros, mas porque aquelas oferecidas estavam tentando se aproximar do meu filho para chegar até o homem.
Finalmente estava livre de todos aqueles dispositivos, via que o gesso no pé vinha até o joelho, uma das enfermeiras havia me explicado o que aconteceu comigo. Para reparar o meu figado a cirurgia foi extensa e cheia de detalhes, a recuperação seria lenta e precisaria de muito repouso.
Quase uma hora depois, uma das diversas enfermeiras que cuidou de mim estava com uma bandeja com mingau e gelatina.
— Fique feliz em ter apenas isso! — Ela me diz rindo enquanto faço uma careta para o que tinha ali.
— Nunca fui adepta de mingau. — Digo um pouco mais divertida. — Sabe me dizer se meu bebê continua por aqui?
A enfermeira sorri e apenas confirma com a cabeça e sinto uma alegria enorme em saber que verei meu bebê novamente.
— Quanto tempo estou inconsciente? — Pergunto ao notar as imagens na TV da Times Square olhando para a grande bola iluminada.
— Sua entrada no hospital foi dia 24, falta um pouco menos de três horas para o ano novo. — Céus fiquei sete dias apagada e meu bebê com um estranho.
Termino a refeição que ela havia me trago e sorri para mim de modo amável. Estranho um pouco, não estou acostumado com pessoas sendo assim amável.
Amável adjetivo de dois gêneros:
Aquele que demonstra delicadeza, cortesia, afável, lisonjeiro, simpático.
Aquele que merece afeto, amor, digno de ser amado.
Sabia decorados a definição de amável, já que era uma coisa que não conhecia. Pelo menos não pelas mãos do Donald.
Meus pensamentos estavam voltados para o que farei agora, Ravi não pode ficar com um desconhecido, ainda mais que tenho que me afastar o máximo possível para não ter o Donald me perseguindo. Não aceito ter que dividir o meu bebê com aquele lunático. Meus pensamentos estavam na TV e não percebi a entrada de meu monstrinho S.A.
— Oi! — Olho em direção à entrada do meu cubículo e aquele homem estava lá com um olhar protetor no meu filho.
— Oi! — Digo sorrindo, agradecida por cuidar dele.
— Deve estar cheia de perguntas não é? — Confirmo com a cabeça e seguro na mãozinha do meu menino que de alguma forma puxou a escadinha.
— Sim, vária… — Digo tentando ajudar Ravi a subir.
Mas sinto a mão do desconhecido sobre a minha, ele pega o Ravi do chão e o coloca sobre a cama com um olhar protetor sobre ele.
— Imagino que seus atos desesperados foi para mantê-lo protegido! — Ele toca na bochecha rosada do meu menino.
— Não imagina o quanto estava desesperada. — Digo olhando para aqueles olhos azuis que me sondavam.
— Não sei o que pretendia quando fez a sua entrada no saguão do hospital, mas queria pedir que deixasse que ele ficasse na minha casa até que se recupere. — Ele fala de uma forma tranquila, mas algo me chama atenção.
— Não sei o seu nome! — Falo sentindo o cheirinho do meu bebê.
Olhei para cada parte dele e via o quanto ele estava bem cuidado, provavelmente a esposa dele esteja fazendo essa caridade, ou sei lá. O que importa é que ele está seguro.
— Perdão nem me apresentei eu sou… — Mas Ravi sai do meu colo e pula no pescoço do homem na minha frente.
— Papai, papai, papai. — Começo a rir do jeito que meu filho o trata.
— Já deve ter descoberto sobre a forma que ele fala. — fico curiosa.
— Sim, na verdade, quando soube meu ego que ficou inflado murchou! — Ele começa a gargalhar. — Mas me chamo Renan Andreollo, sou anestesista do hospital.
O sorriso dele, me deixou envergonhada, fazia tanto tempo que tinha uma conversa leve com outro homem, atualmente minhas conversas masculinas se baseiam apenas em agressões verbais e físicas.
— Acredito ser melhor que ele esteja com você, em vez de algum abrigo sozinho com desconhecidos. — Toco na perninha do meu menino.
Constatei o quanto Ravi se afeiçoou ao Renan e acredito que não seria certo o afastar, pelo menos via meu filho bem cuidado e feliz.
— Tudo bem, até que me recupere e possa sair da cidade com ele. — Observo-o franzir a sobrancelha, um tanto irritado.
Me surpreendo ao ver o rosto de Renan, pelo visto, ele não gostou muito do que falei, mas tera que viver com isso, é a segurança pelo meu filho.
Renan Andreollo Manuela conseguiu realmente tudo o que precisava, como já havia conseguido falar com Lev, sabia que ele carregaria a minha irmã em qualquer loucura que estivesse fazendo. Eles são a minha única família e sabia que por minha felicidade ele fariam de tudo por mim. Principalmente me ajudar a cuidar desse anjinho que nem a mim pertence. No fim do meu plantão fui até a UTI onde a mãe do Ravi estava, para que ele pudesse dar um beijo em sua mãe. Precisarei pensar em como cuidar desse pequeno nas horas que estiver em alguma cirurgia. Ao entrar na UTI, Ravi que já estava acordado reconheceu a sua mãe, o segurei mais apertado no meu peito e deixei que ele beijasse o rosto de sua mamãe. — Não podemos demorar pequeno, ou a tia ali brigará comigo. — Sorrio um pouco mais divertido olhando para a enfermeira da UTI. Me aproximo do ouvido da mãe do Ravi e sussurro ao seu ouvido, até porque não preciso de mais ninguém criando fofocas com meu nome pelos corredores do Hospital Gene
Renan AndreolloSou um médico há muitos anos e a privação de sono é algo que me acompanha desde a época de faculdade, para mim não seria algo demais ficar acordado enquanto organizo as coisas para mais tarde.Tenho certeza de Maurício e Manuela irão convidar muito mais pessoas que apenas os nossos amigos de plantão e particularmente gosto de cada um deles, desde as enfermeiras que participam das cirurgias como dos fisioterapeutas que entram apenas para regular os respiradores.Aproveito que Ravi estava dormindo e desço com a minha sorella para poder organizar a árvore e pedir para a empregada de casa preparar algumas coisas para a nossa ceia.Pego meu celular e vejo que meu aplicativo de mensagem Smoke estava com dois grupos criados e que fui adicionado, um se chamava.Boletim esposa de Renan. Reviro os olhos, isso é arte de Angela, a enfermeira da UTI que deve estar de plantão hoje, mas, na verdade, nem me importo muito, gostei de saber que todos torcem por minha felicidade.Natal de
Renan AndreolloEm poucas horas a minha casa estava totalmente decorada com muitos enfeites natalinos, embaixo da árvore estava com mais caixas de presente do que a que estava no shopping com um modelo do papai Noel para tirar fotos. Queria muito ter uma foto assim com o Ravi, mas acho que já estou fazendo mais do que a mãe dele aceitará.Quando meus companheiros de plantão chegaram na minha casa o meu celular começou a apitar e com curiosidade apertei para ver o que estava acontecendo e para a minha surpresa o grupo de notícias da mãe do Ravi estava enchendo de mensagens.Boletim esposa de Renan: A futura senhora Andreollo, teve a sua sedação diminuída, diminuímos os parâmetros da ventilação mecânica para ver como está o seu nível de consciência, para o anestesista de plantão, achou satisfatório os estímulos causados.Ela está ativa e reativa, com reflexos em boas condições, funções fisiológicas presentes e acreditamos que no ano novo ela já estará acordada para celebrar o novo ano e
Mary PopeUma semana depois que acordei e conheci o homem maravilhosos que vem cuidando de Ravi, a cada visita que recebo meu pequeno está usando uma roupinha diferente, com cheiro de limpeza e sem contar que ele está sempre feliz.As enfermeiras que estão cuidando de mim sempre me tratam com muito respeito e após verem o Ravi correndo pela UTI todo elétrico em direção de Renan, acredito que devem imaginar que posso ter algum envolvimento com esse médico todo charmoso que está me visitando todo dia.Estava finalmente livre de todos os dispositivos que me conectavam aos vários medicamentos que estava tomando nos últimos dias. Além disso, estava fazendo acompanhamento com uma psicóloga já que entrei com um carro no saguão em um hospital, causando alguns machucados.Mas eles estavam mais preocupados com o fato de que pudesse ser um risco para o Ravi e via a preocupação de todos em relação ao meu filho. Conheci a pediatra que estava cuidando do meu pequeno e pelo que disse causou um peque
Renan AndreolloAssim que consegui convencer a Mary a ficar comigo, deixo Ravi descer do meu colo e correr pelo quarto, observava o quanto ele estava eufórico.Depois de toda a confusão que a Vera fez na minha casa, conversando com todos enquanto olhávamos o Ravi se divertir com os novos brinquedos, decidi que o manter sempre comigo seria o melhor, já que a Vera podia surgir na casa e causar algum mal ao meu pequeno.Então ele está sempre comigo durante os plantões e por sorte nunca recebi nenhuma reclamação, quando eu ou a Thalita estávamos em cirurgia, Manuela ou Oliver estavam cuidando dele, pelo que demonstrava, ele já tinha as suas preferências para fazer bagunça.Com os dias, soube que a Mary iria receber alta e comecei a ficar angustiado, já que ela havia dito que iria embora de Dallas para se afastar do perigo do ex-marido. Um assunto que ela não suporta tocar.Tento respeitar ao máximo, mas quero muito poder ajudar e sem contar que ela ainda precisa de tratamentos, então usei
Mary PopeEstar rodeada por pessoas desconhecidas e, ao mesmo tempo, conhecidas me trouxe uma sensação que nunca senti, mesmo ao lado dos meus pais antes de morar com o Donald. Digo esperar por suas visitas. Estar casada com ele apenas no civil, nunca fez com que realmente me sentisse casada, ainda mais quando ele ia e vinha quando bem entendia. A distância que acabei colocando entre mim e minha família fez apenas que a falta de afeto aumentasse e como já era emancipada desde os dezesseis, sempre tive controle em minhas finanças.Outra coisa que graças a Deus nunca precisarei do Donald, tenho minha renda e sou financeiramente estável, não preciso de nenhum centavo dele para manter o meu filho e farei o meu melhor para nunca ter que pedir nenhum centavo daquele cretino.Olho para o Ravi brincando com o homem enorme que descobri ser um dos pediatras que estão cuidando da saúde do meu filho, que nem percebo a aproximação da Giuliana ao meu lado. Desde quando nos conhecemos no hospital,
Renan Andreollo Ver todos os meus amigo e a minha pequena família recebendo a Mary como uma de nós, foi tão prazeroso. É algo que nunca senti ao lado da Vera, já que ela não aceitava que a nossa casa recebesse os meus companheiros de plantão, com medo de aumentar o risco de trazermos mais bactérias hospitalares. Amava aquela mulher de uma forma que não via o quanto ela realmente era detestável. Agora vendo todos tentando deixa a mãe do Ravi confortável e principalmente fazer com que se sinta segura e uma de nós é maravilhoso. Ela foi aceita por todos eles, principalmente por quem mais era importante na minha vida, Giuliana. Quando a minha irmã pediu para passar a noite com o Ravi, ela me deu a oportunidade de conversar com a Mary e conhecê-la melhor, quem sabe conseguir entender o que fez ela fugir. Claro que sim que seu antigo relacionamento é abusivo e violento, mas nada acontece do dia para a noite. Com esse pensamento preciso realmente entender se ela está na posição de receb
Mary PopeQuando ouvi ele dizer “Seja minha”, a lembrança de quando o Donald me fez o mesmo pedido foi a minha ruína, não que acredite que o Renan fará o mesmo que o meu então ainda marido. Um título que assim que possível modificarei para me deixar livre realmente desse homem.Aceitar as carícias do Renan foi algo fácil, durante os dias que fiquei internada e sabia que ele queria algo a mais, sentia uma insegurança enorme e principalmente tinha medo de rejeitar o seu toque, por isso fiquei tão surpresa em deixá-lo me tocar e principalmente me beijar como ele estava fazendo.Adorei como ele me colocou em seu ombro e caminhou comigo até o seu quarto, quando chegamos até onde é seu quarto ele me deixou escorregar por seu corpo e já sentia o peso de meus seios com a excitação e o desejo que ele me tocasse. Assim como a minha intimidade já molhada pelas reboladas que havia dado em cima dele ainda na sala.Ele estava ainda com a sua mão estendida em um convite e uma promessa, pelo menos er