06 - Renan Andreollo

Renan Andreollo

Manuela conseguiu realmente tudo o que precisava, como já havia conseguido falar com Lev, sabia que ele carregaria a minha irmã em qualquer loucura que estivesse fazendo. Eles são a minha única família e sabia que por minha felicidade ele fariam de tudo por mim.

Principalmente me ajudar a cuidar desse anjinho que nem a mim pertence.

No fim do meu plantão fui até a UTI onde a mãe do Ravi estava, para que ele pudesse dar um beijo em sua mãe. Precisarei pensar em como cuidar desse pequeno nas horas que estiver em alguma cirurgia.

Ao entrar na UTI, Ravi que já estava acordado reconheceu a sua mãe, o segurei mais apertado no meu peito e deixei que ele beijasse o rosto de sua mamãe.

— Não podemos demorar pequeno, ou a tia ali brigará comigo. — Sorrio um pouco mais divertido olhando para a enfermeira da UTI.

Me aproximo do ouvido da mãe do Ravi e sussurro ao seu ouvido, até porque não preciso de mais ninguém criando fofocas com meu nome pelos corredores do Hospital General de Dallas.

— Cuidarei desse pequeno, até que esteja pronta, então seja forte! — Exclamo olhando para a paciente que ainda estava sedada respirando por aparelhos.

Saio do hospital, com o Ravi acenando para todos que passam pela gente. Estava carregando a bolsa dele no ombro e minhas mãos cheias de sacolas com as compras que Manuela fez durante a Madrugada.

— Nem pense em sair sem me deixar dar um beijinho nesse pequeno. — Manuela surge ao nosso lado e pega o Ravi no colo que gargalha ao ver quem o apertava.

— Minha irmã e cunhado devem estar aí no estacionamento… — Não consigo nem concluir o que queria.

Ela o carrega em direção à saída, onde vejo toda a minha equipe, o plantão de trauma e equipe cirúrgica, todos aparecendo ao nosso lado.

— Tem que comprar uma árvore-de-natal. — Uma das enfermeiras diz ao fazer um carinho na bochecha do Ravi.

— Que tal uma ceia hoje e trocarmos os presente na sua casa, acredito que esse pequeno esteja sem nenhum brinquedo. — Mauricio diz ao bater em meu ombro. — Vou com Zack para a sua casa.

Olho para todos ao meu redor que pareciam mais entusiasmados do que eu. Podia ver meu cunhado ao longe e pelo seu olhar incrédulo estava engraçado.

Todos foram caminhando ao meu lado até o meu carro, se organizando para que pudéssemos preparar a festa na minha casa e com certeza adorarei ter a casa cheia em volta desse pequeno anjinho que surgiu em minha vida.

Observo quando a minha irmã sai do carro olhando para todo aquele alvoroço em torno de pequeno anjinho em um casaquinho do Harry Potter.

— De quem é esta criança Renan? — Minha irmã olha de Ravi para mim, com certo desespero.

— O roubei para mim. — Digo rindo da expressão assustada de Giuliana.

Todos começam a rir e até Ravi se rende ao momento, ele estende os bracinhos e o pego com carinho para apresentá-lo a minha irmã e ao meu cunhado.

— Tudo bem, vou organizar a casa para a chegada de vocês, que tal as 20 h? — Pergunto olhando para o pequeno que provavelmente não entendia o que estava acontecendo.

— Tudo bem, nos vemos mais tarde. — Me despeço da minha equipe e me viro em direção aos dois assustados.

— Ravi estes são a tia Giulia e o tio Lev. — Coloco a mão na barriguinha do meu anjinho e apresento a minha reduzida família a ele.

— Renan, o que aconteceu para estar com esse lindinho? — Minha irmã estende a mão para pegá-lo de mim.

Olho para ver a reação do Ravi e me surpreendo em ver que ele vai para o colo da minha irmã e brinca com os cachos de seu cabelo.

— A mãe dele causou um acidente essa noite no hospital, ela está se recuperando na UTI, me convenceram de ficar com ele, pelo menos até que ela se recupere. — Falo olho para o carro da mãe dele que não estava assim tão longe.

Aproveito que a minha irmã estava com ele no colo e toco no ombro do meu cunhado para ele vir comigo e tentar achar uma solução para o carro da mãe do pequeno.

— Levo para você, Giulia nos acompanha com o nosso carro. — Lev diz ao abrir a porta e olhamos para a tudo que estava revirado dentro.

— Ela parecia estar preparada para fazer uma viagem. — Confirmo ao ouvir a voz da minha irmã atrás de mim.

— A mãe dele chegou muito machucada, vocês não tem ideia. — Resolvo contar um pouco do que houve para eles.

Não me estendo muito, até porque estava começando a esfriar e hoje teria um dia bem puxado para dar um natal mágico para o pequeno que foi me entregue sob confiança. Minha irmã, ajudou a instalar a cadeirinha no banco de trás do meu carro e com um pouco de dificuldade consegui colocá-lo sentado e preso no cinto.

— Esqueceu como se prende uma criança Guilia? — Digo rindo para ela.

— Sei un idiota, fratello mio! “Você é idiota irmão!”

Começo a rir, observando que Ravi fica confuso com a fala da minha irmã.

— Vamos para casa pequeno! — Saio da parte de trás e observo enquanto minha irmã vai até o seu carro e meu cunhado passa com o carro da mãe do Ravi por mim.

Espero que a Vera não resolva aparecer durante o período que estiver com o Ravi em casa, sei que se ela o ver fará uma confusão enorme, ainda mais que ainda brigamos pela casa. Me recuso dar a minha casa de mão beijada a mulher que nem se importa com a nossa história.

Dirijo devagar preocupado com o meu acompanhante, presto atenção a cada sinal de trânsito que havia pela frente respeitando a todos. Antes de chegarmos em casa vejo a minha irmã e meu cunhado entrando em uma venda de árvores-de-natal, reviro os olhos para a atitude dos dois.

Mesmo sabendo que teria que comprar uma hoje para a festa de mais tarde, acreditava que poderia descansar um pouco após o meu plantão. Olho para o retrovisor e vejo que alguém começava a fechar os olhinhos.

Posso não ter experiência, mas não sou idiota. Ligo para a minha irmã e aviso que estou indo para casa, descansar um pouco com o Ravi e assim poderia ficar despreocupado mais tarde.

O caminho para minha casa foi bem tranquila, com o Ravi falando baixinho na sua cadeirinha, acho que ele cantarolava uma canção. Ao passar pelos portões do condomínio fechado onde moro deixo avisado que receberei visita mais tarde e que minha irmã e cunhado estão chegando.

Paro com o meu carro na vaga coberta e olho para o espelho e o olhar curioso do Ravi é até engraçado, ele brincava com a sua chupeta e olhava para todos os lados.

— É campeão, que tal conhecer a sua casa pelos próximos dias? — Digo me virando em sua direção.

O seu olhar cheio de curiosidade e expectativa estava ali, peguei em sua bochecha e fiz um carinho delicado e vê-lo confiando em mim, faz com que acredite que ele não conhece carinho de pai, o que me faz perguntar tudo o que a mãe dele não deve ter passado para mantê-lo seguro.

Saio do carro e o retiro para levá-lo para dentro, estava esfriando muito nos últimos dias, provavelmente vai nevar ainda mais essa noite. O coloco no chão e pego as bolsas que a Manuela havia comprado e a bolsa que tiramos do carro de sua mãe.

Já em casa, no conforto e aquecidos, deixei que ele conhecesse cada uma dos cômodos do andar inferior, minha casa era grande e quando havia pedido a decoração pedimos no intuito de ter crianças correndo entre os móveis sem perigo de se machucar.

Enquanto ele corria pela sala embaixo de meus olhos, preparo algo para tomar café ao lado do meu parceirinho curiosos. Com tudo pronto, o chamo para comer e o vejo coçando os olhinho e bocejando.

— Vamos comer e prometo que te coloco na cama. — O pego no colo e o sento de frente para mim e lhe dou de comer.

Antes que terminasse de oferecer as frutas, ele estava praticamente cochilando. O pego no colo e antes que chegue com a meu pequeno anjinho, minha irmã surge abrindo a porta para que meu cunhado arraste uma árvore de um dois metros de altura.

Fratello, comprei a decoração e quando chegamos na portaria o caminhão de uma loja infantil estava na entrada, permitimos a entrada. — Ela diz e já vejo alguns homens descendo do caminhão na frente de casa.

— Vou colocá-lo na minha cama. — Digo para ela que sorri para a cena.

Sei o que todos estão pensando, até eu, comecei a pensar sobre isso. Já que será impossível não me apegar a esse pequeno que passará seus dias ao meu lado.

O levo para o meu quarto, retiro a roupa que ele estava e o deixo mais fresquinho, troco a sua fralda e deixo a sua chupeta perto. Ao seu redor encho de travesseiros, fico olhando para a cena e ainda não me sinto seguro, ele pode empurrar os travesseiros e acabar caindo, melhor pegar mais.

Pronto, Ravi estava no meio de um ninho e como um pai substituto estava orgulhoso em proteger a minha cria, a mãe dele não poderá me acusar de não cuidar dele. Me viro em direção à porta quando sinto uma presença atrás de mim e vejo a minha irmã ali que me chama.

— Qual quarto você escolherá para ele? — Olho pelo corredor como outros quatro quartos e prefiro mantê-lo próximo.

— Esse dá frente. — Digo abrindo a porta e observo o quarto de hóspedes decorado em tons neutros.

— Acho que em uma semana você estará tão apaixonado nessa criança que vai se ver considerando ajudar a mãe apenas para dar um lar a ele. — Sorrio para minha Giuliana e a puxo para um beijo.

— Acabei de pensar sobre isso sorella. — Confesso a minha irmã.

— Vera nunca foi uma mulher de família, termine essa briga com ela e siga com a sua vida, seja com esse garotinho ao seu lado ou não, você merece conhecer a felicidade fratello.

A puxo para fora do quarto para começarem a arrumar o que precisavam, pelo que vi, Manuela estourou o meu cartão resolvendo tudo o mais rápido possível.

— Aproveite fratello, curta esse menino e quem sabe não conquiste a mamãe dele.

Começo a rir, Giuliana não sossegará até conseguir me ver livre de Vera e principalmente aproveitando a vida novamente com uma família.

Talvez ela esteja certa, mas por hora quero pensar apenas em ser o protetor daquele anjinho na minha cama.

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