FELIPE . . A minha mente estava em negação, eu tirei o lençol do meu corpo e eu estava completamente pelado. — Não, não...Que porra você fez comigo sua doente? Eu gritei enquanto me levantava da cama, e a Renata acordou assustada. Ela olhou pra mim atordoada, e logo em seguida deu um sorriso malicioso, como se finalmente tivesse lembrado de tudo o que houve. — O que deu em você, Felipe? Você parecia estar amando, enquanto eu estava sentando deliciosamente em você. Eu fechei os meus olhos, tentando lembrar detalhadamente o que houve, mas os flash da Nicole cavalgando em mim apareciam como se fosse ela realmente. Eu voltei a abrir os olhos e apontei para os cabelos. — Foi os cabelos, você fez tudo de caso pensado, não foi? Sua ordinária. Você colocou alguma coisa na minha bebida, e depois de me dopar, manipulou os meus sentidos. Você é suja, Renata. É por isso que você é solitária, e infeliz, porque você vive em função de infernizar a vida dos outros, você é tão des
Eu fui direto pro hotel que eu estava hospedado, tudo o que eu queria era um banho, eu estava me sentindo sujo, e pensei em como eu iria falar sobre aquilo com a Nicole. Assim que entrei na suite, eu fui direto pro banheiro, eu queria esmurrar as paredes, quebrar tudo que visse pela frente, a raiva que eu estava sentindo de mim mesmo por ter caído naquela armação era gritante. Quanto eu saí do banheiro, coloquei uma roupa o mais rápido que podia, pra poder levar as taças para serem averiguadas, eu não queria perder tempo. Eu peguei o meu celular pra poder pegar o endereço mais próximo que fizesse esse serviço, e notei várias notificações das minhas redes sociais. Quando eu as abri, vi um vídeo da Renata cavalgando em cima de mim. — Não, não, essa filha da puta não fez isso. Esbravegei furioso, sentindo o meu rosto esquentar, e uma vontade absurda de matar aquela ordinária. O desespero tomou conta de mim, e tudo o que eu conseguia pensar era em como a Nicole estava se sent
NICOLE . . Eu desliguei o meu celular e evitei qualquer tipo de contato com o Felipe. Depois de terminar o meu chá, eu levantei do sofá disposta a encerrar aquele ciclo, não havia nada que minhas amigas pudessem dizer que mudasse a minha decisão. — Preciso ir. Quem vai comigo até o aeroporto? — Pra onde você vai Nicole? A Clara perguntou preocupada. — Pra ser sincera, eu não sei. Vou pegar o primeiro voo que aparecer. — Você vai assim? Sem destino? Sem perspectivas do que irá encontrar pelo caminho? Isso é burrice. — Eu não vejo isso como burrice, Clara. Essa é a atitude mais corajosa que eu já tomei em toda a minha vida. — Que tal você pensar mais um pouco? Fica morando comigo por enquanto, até as coisas se acertarem? — Não. Vocês não estão vendo o quanto tudo isso está me fazendo mal? Eu quero andar pra frente, no entanto, tudo isso está me deixando estagnada no mesmo lugar. E apesar de eu amar muito o Felipe, eu não vou conseguir perdoá-lo. Por favor, procurem me ente
FELIPE . . Desde que tomei a decisão de ficar com a Nicole, eu não conseguia fazer mais nada da minha vida, exatamente tudo girava em torno dela, e de certa forma, o meu comportamento controlador e obsessivo, estava prejudicando a mim mesmo. Eu sabia que não dava pra controlar tudo, mas eu não conseguia abrir mão dela. Eu liguei pra Clara, afinal, era a única que eu havia tido algum tipo de contato, e talvez por não reconhecer o meu número, ela atendeu. — Alô? Quem é? — Oi, é o Felipe Gutierrez. Um enorme silêncio se fez do outro lado da linha. — Ela está aí com você, não está? — Felipe, é... — Por favor Clara, eu preciso realmente falar com ela. — Ela não está comigo. — Isso é importante, Clara. — Eu sei que parece que eu estou mentindo, mas não estou. Ela estava a pouco tempo, mas agora não está mais. — E onde eu consigo encontrá-la? Mais uma pausa silenciosa, e aquilo já estava me deixando nervoso. — Clara? — Olha Felipe, tudo o que posso te dizer é que você não
NICOLE . . Quando coloquei os meus pés em solo pernambucano, eu olhei em volta e pensei: E agora? Era um lugar novo, totalmente desconhecido pra mim, e não havia ninguém naquele local pra me direcionar. Eu caminhei em direção aos taxistas e pedi pra me deixar no hotel mais próximo da praia. — Qual praia senhorita? Eu não sabia que praia, e não havia nenhuma forma de demonstrar que eu conhecia algum lugar. — Qual a mais próxima? — A de boa viagem. — Então me leve pra um hotel de lá. — Vamos lá então. Eu queria ligar o celular pra tirar fotos enquanto fazíamos o trajeto até o hotel, mas fiquei com medo do Felipe me ligar, eu não queria correr o risco de ceder, não naquele momento em que eu estava cheia de coragem pra recomeçar. Quando chegamos no hotel, eu tive a sorte de encontrar suítes vagas por não ser um final de semana. — Quantos dias você pretende ficar hospedada com a gente? — Olha, eu ainda não sei, pois eu vim pra morar, então pretendo encontrar u
FELIPE . . Eu sempre fui conhecido pelo trabalho excelente que eu exercia, as jóias da minha marca sempre foram destaques em desfiles de alto padrão, meu sucesso foi regido pelo o meu esforço, e pra mim, ter o meu nome envolvido em tanta baixaria estava me deixando completamente envergonhado. O vídeo que a Kátia divulgou tomou grandes proporções, a minha sorte era que a grande maioria das pessoas estavam do meu lado, elas acreditavam em mim, e eu enxerguei isso como o princípio da queda da Renata, daquela vez, não teria escapatória pra ela. Eu tentei ligar pra Nicole outras vezes e não obtive resposta, o celular dela continuava desligado, então eu liguei pro Fred pra mais uma vez ele tentar me ajudar, pelo menos convecendo as amigas da Nicole a dizerem o paradeiro dela. — E aí? Conseguiu falar com elas? — Sim, e só não me chamaram de santo, elas estão furiosas comigo e não quiseram dizer o paradeiro da Nicole, a única coisa que falaram era que ela não estava no Rio de Ja
NICOLE . . Eu passei um tempo deitada na cama e olhando pro teto, pensando sobre o que eu faria no meu dia, eu deveria ir atrás de um emprego, mas o meu psicológico estava abalado demais para fazer aquilo naquele momento, então eu tomei a decisão de ir à praia. — Biquíni...Eu preciso de um biquíni. Eu me lembrei que ao longo do caminho eu vi diversas lojas e bancas que vendem biquínis Então eu saí do hotel e fui procurar por um. — Bom dia, eu gostaria de um biquíni. A vendedora que estava calculando alguma coisa no balcão levantou o olhar e me encarou e o semblante dela foi estranho. — Espera, você é...Ah desculpe, pelo seu corpo, você veste um M. Estou certa? Eu sabia exatamente o que ela iria me perguntar, e ainda bem que ela não perguntou, tudo o que eu não queria naquele momento era dar detalhes sobre a minha vida pessoal pra uma completa desconhecida, apesar do país inteiro saber exatamente sobre esses detalhes. — Isso, eu visto M. Ela me mostrou algumas pe
FELIPE . . Quando a noite desse dia infernal finalmente chegou, eu me peguei pensando em como seria o meu reencontro com a Nicole, já estava passando da hora da gente se entender, e eu estava cansado de não poder viver o meu relacionamento com ela em paz. Eu entendia os motivos dela ter escolhido ir embora, mas o que custava me ouvir? Me dar o benefício da dúvida? Mas em meio a esses pensamentos, eu me coloquei no lugar dela. Existia abertura pro benefício da dúvida diante de um vídeo tão comprometedor? Eu precisava pegar o resultado da análise que eu havia mandado fazer, mas provavelmente eu não estaria no rio pra isso. — Droga, eu odeio precisar do Fred. Falei antes de ligar pra ele. — Diz. — Preciso de um favor. — Outro? Cara, você pode me deixar dormir? — Eu preciso que você pegue pra mim o resultado da análise que solicitei pra comprovar que havia algo na minha bebida. — Porque você não vai? — Porque eu fiz o que você falou, e descobri que a Nicole foi pr