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Capítulo 11 (Melina)

Depois de pesquisar um pouco eu descobri que no Brasil é mais comum o herdeiro cair em um golpe do que receber a herança.

Decidi peitar o Orlando. Preferia morrer de fome do que perder a última coisa que eu tinha na vida.

Quando ele percebeu que eu não iria abrir mão do que era meu ele começou a jogar baixo, enviou um cara que entrou no meu apartamento, meteu uma faca na minha garganta e disse:

- Assine o que o Orlando quer ou da próxima vez essa faca vai acertar bem aqui - ele passou o dedo por cima da minha jugular.

- Mande dizer para o Orlando que eu prefiro morrer do que abrir mão do meu direito.

Na segunda vez ele enviou outro cara que me pegou no trem vazio da CPTM e encostou um revólver na minha coluna:

- Dinheiro na mão do Orlando ou seu sangue no chão.

Depois disso fui na polícia, mas eles não puderam fazer nada por mim porque o Doutor Orlando Savignion é um dos advogados mais renomados do meio jurídico.

Fui na OAB e eles não puderam fazer nada também porque o Doutor Orlando Savignion é presidente de duas comissões e está se preparando para concorrer à presidência da Ordem dos advogados daqui um ano.

Nesse momento eu percebi que lutar contra um homem com dinheiro e com influência era a mesma coisa que lutar contra o mar revolto estando fraca.

Nesse momento eu decidi que não tinha nada a perder então iria até onde pudesse defendendo o meu direito a herdar.

Disseram que a vontade de quem deixou o testamento vale muito, então porque para a justiça brasileira a vontade do meu tio não valia nada?

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