Após tomar um banho relaxante tomei café, não nego que não tinha a menor vontade de ir naquela consulta, estava com medo, mas já percebia que se aproximava do momento. Distraída ainda sentada à mesa com o café da manhã a minha frente, eu pensava, e se eu não for, Andrew ficará bravo? Imagino que sim, já que está se dando o trabalho de me auxiliar. Domingos apareceu na porta da cozinha, o homem grande com seu semblante sério passa medo em quem o vê, mas já percebi que ele é um bom homem e parece ser fiel ao dono da casa e aos seus mandamentos.— Senhora, precisamos ir. — eu mal me alimentei já que estava nervosa demais, sentia queimação só de pensar nos resultados que os exames me darão.— Será que não dá para remarcar? — questionei baixo, quase inaudível.— Falou algo, senhora? — perguntou, pisquei várias vezes.— Não! — respirei fundo criando confiança, preciso parar de ser omissa a minha gravidez, ela é a minha realidade, não dá para correr disto. — Vamos! — Levantei e peguei minha
LiaSegurei firme a mão de Andrew e não tem como negar o quanto me senti bem com o seu apoio, ele me passa segurança e mesmo sem dizer nada ele me diz com os olhos, "estou aqui", ainda não sei como ele veio parar aqui, e muito menos o porquê, mas imagino que a saída de Domingos tenha algo a ver com isso, ele me observou todo o caminho, parecia que tinha ordens para me observar e agora vendo meu maravilhoso marido aparecendo aqui do nada penso que era bem isso.— Prontinho, linda, foi muito bem viu, parabéns. Mesmo com medo, foi corajosa. — Abri os olhos ao ouvir a voz da enfermeira. Andrew sorriu orgulhoso, se levantou e me deu a mão. — Os exames ficaram prontos em 1 hora, pelo menos o BETA HCG, o hemograma completo é pouco mais tempo, mas como solicitado urgência será mais rápido.— Ok, obrigado, mas quanto tempo?— Mais ou menos 1 hora, a médica chamará assim que estiverem prontos.— Ok, você está bem? — perguntou.— Sim, só um pouco tonta. — falo ao sentir tontura ao levantar, isso
AndrewSai de casa deixando Lia se arrumando para ir até a clínica, ao entrar no carro, sinto uma sensação estranha, como se estivesse fazendo algo de errado, penso que seja por eu me sentir responsável por ela, mas não queria invadir sua privacidade, e nem pretendo deixá-la desconfortável com a minha presença nos seus exames, mas imagino o quanto ela não queria o pai do seu bebê por perto, pelo menos imagino que é o que toda mulher quer nestes momentos.Segui para o trabalho ansioso para que ela fosse a clínica e fizesse os exames necessários, se ela ao menos me ligar após eles para informar os resultados já me sentiria incluído em sua vida, então parti tentando levar o meu dia normalmente, precisava me ligar no que tinha a fazer e trabalho não me falta na empresa.**Já estava há um tempo analisando os contratos pendentes quando Iara bateu na porta me trazendo o café que eu já tinha pedido há um tempo.— Pensei que tinha sido abduzida. — Brinco com ela observando a tela do computado
Lia não parecia nada bem, quanto mais eu abraçava, mas ela chorava, o que fiz foi tentar levantar, sua cabeça para que ela olhasse em meu rosto, imagino o quanto ela deve estar ma'l de ouvir o que ouviu assim do nada e principalmente sem ter as pessoas que ela tanto confia ao lado.A médica chamou uma enfermeira, sei lá porque, mas estava me preocupando.— Lia olha para mim. — segurei seu rosto que estava vermelho entre minhas mãos fazendo ela olhar em meus olhos.— Eu não sei o que fazer… — ela fala pausadamente.— Falei que estou aqui com você, não se apavore, estou do seu lado e vai ficar tudo bem. Confia em mim? — ela assentiu e me abraçou com força quase sentando em meu colo, me levantei e abracei ela forte tirando seus pés do chão. — Ficará tudo bem, confia em mim, eu vou te ajudar em tudo. Após um tempo se acalmando, ela agradeceu.— Obrigada, marido, se não fosse você…— Senhor Hernandez podemos conversar? — A médica diz ainda na porta.— Já vou, alguém pode ficar com ela, ela
LiaPor mais que eu me veja em uma situação extremamente delicada agradeço a Andrew por todo apoio que ele esteja me dando, não imaginava que ele seria uma pessoa tão gentil a ponto de ficar comigo em um hospital mesmo após me falar que odeia o ambiente hospitalar, isso não é novidade e penso que ninguém goste, mas ele parecia disposto a ficar e eu não pude deixar de agradecer.Durante o dia recebi a ligação da minha irmã em busca de notícias, ela falou que o meu avô tinha ido em casa para buscar roupas do Bruno e dele dizendo que iriam em mais uma viagem, estranhei já que as viagens deles costumam ser sempre marcadas bem antes e não assim em cima da hora, acabei alertando o meu marido que ligou a Lucca mandando que ele ficasse de olho em meu primo e avô, não nego que me sinto muito protegida ao seu lado, não teria como ser diferente com toda a energia que ele envolve já que é sempre tao confiante.Léa falou que minha vó queria vir ao hospital para me ver e Andrew pediu para que o seu
Não tive como não ficar espantada com tudo que ouvi.As horas passaram e minha irmã e minha avó se despediram.— O motorista as levaram em casa, qualquer coisa que precisarem é só me ligar. — Andrew chamou por Domingos para ele ajudar minha avó enquanto minha irmã se aproximou de mim e falou em meu ouvido.— Se achar necessário fale com o seu marido sobre o Miguel, penso que ele saberá desvendar tudo em tempo recorde.— E se ele conhecer o Miguel e souber que estou grávida dele, a fúria dele virá contra mim.— Lia, ele está fazendo de tudo por você, retribua sendo sincera, você não sabia de nada disso, piorou dessa rixa.— Tentarei tocar no assunto, obrigada Léa.— Estou aqui para o que der e vier está bem, se precisar me liga.— Obrigado mana! Manda um abraço para a Larissa.— A Larissa! — ela fez bico, me deixando intrigada. — Está bem. — ela sorri, beijou minha testa e saiu do quarto. Meu marido as acompanhou enquanto eu procurava por algo na TV, peguei o celular, me lembro bem do
Fiquei assustada com o que sentia enquanto dormia e muito mais com o que vi quando a enfermeira acendeu a luz, minhas roupas estavam sujas de sangue e meu ventre parecia ser espremido, eu tinha certeza de somente uma coisa, eu estava perdendo o bebê!As enfermeiras pediram para que meu marido saísse do quarto, mas ele parecia inerte, paralisado, me olhava como se algo de ruim fosse me acontecer, vi temor em seus olhos, e mesmo com tantos alertas, ele se aproximou de mim mesmo com as enfermeiras o mandando sair.— Por favor, senhor, precisamos que saia. — ele caminhou até a mim, ignorando a enfermeira que não lhe tocava.— Você está bem? Não te deixo sozinha, se pedir eu fico e ninguém me tira daqui. — eu segurava a barriga de modo em que tentava segurar meu ventre dentro de mim, ele beijou minha testa.— Elas só querem ajudar… — falo tentando apaziguar.— Não se aflija, ficará tudo bem. — ele fala olhando em meus olhos, instantes depois apareceram 2 seguranças para retirá-lo enquanto
1 Dia depois...Penso que como Andrew disse antes, deus escreve certo por linhas tortas, penso que não estava na hora de eu ser mãe, me vejo imatura, insegura e sem estabilidade emocional para isso e conversando com a psicologa ela pode me ajudar com isso já que eu via como egoismo da minha parte não sentir tanto a perda da gestação, sim, eu me senti egoísta com isso e cheguei a falar com o Andrew que eu não merecia viver e nem mesmo o contrato já que ele disse que só me daria se o bebê estivesse bem, mas como ele disse não estava previsto que o embrião não estivesse no útero, com isso eu não tive culpa, não fiz ma'l a um ser indefeso e me sentiria péssima se tivesse feito.A psicologa me marcou mais algumas consultas com ela para que eu possa trabalhar melhor a minha ansiedade que como ela diz é fora do normal, preciso de tratamento. Não sai do hospital no dia esperado, mas hoje tive minha alta e não posso negar que estou bem melhor, fazia tempos que eu não me sentia bem como estou