Um pouco antes de uma das vivências, Florência me procurou com um semblante aflito para falar algo importante e secreto.
– Mishra, a Mestra descobriu que as garotas foram para a Aldeia do Falo na noite da festa iniciática! Ela está chamando toda a Tribo da Floresta para uma reunião no Círculo de Pedra!
– Puxa vida! Que bom que não fomos com elas! Coitadas... Será que o castigo será rigoroso?
– Você não está entendendo: o Encontro com o Deus Selvagem será aman
Com a chegada de minha primeira iniciação, outra festa foi realizada. O Ritual foi espetacular! Estar nua na floresta e ser abençoada pelos seres da natureza trouxe-me a sensação de grandioso poder! Desta vez eu não tive medo: trilhei o caminho das Guardiãs, uma trilha escura e estreita na mata fechada. Durante a caminhada, eu estive só. As demais iniciadas da Tribo me aguardavam na Pedra da Lua. Era assim chamada por ser tão alta que parecia chegar até a lua, além de estar situada no ângulo que a aproximava mais ao Poder Lunar. Antes de lá chegar, uma sensação misteriosa me preenchia: eu sentia que as árvores me observavam! Sempre tinha a impressão de que elas possuíam uma face em seus troncos; Face de Anciã! O mais impressionante foi ter me sentido acolhida por
Florência não queria a aceitação dos Deuses, sua ira a cegava! A perda de seus poderes a limitava aos cinco sentidos dos mortais e isso, para uma deusa, era a mais terrível maldição! Os frutos dourados de sua beleza apodreceram no lago de sua essência sombria, transformados em pântano estagnado. Antes conhecida como Poetiza da Linguagem das Flores, Guardiã dos Oceanos, Discípula da Lua, agora se encontrava na ausência de todos os poderes que contornavam sua beleza.Para sua sorte, a Coruja foi automaticamente transformada em um Espelho Mágico ao cair no mundo dos mortais junto à
A primeira Magia na Jornada Iniciática da deusa era atravessar o Portal do Casulo. Na caminhada dentro do Portal, Florência foi magnetizada por uma borboleta da cor violeta que passara por seu caminho. A deusa seguiu diante até notar que estava envolvida por dezenas de borboletas coloridas, voando todas na mesma direção. Distraída e maravilhada, de repente, percebeu estar em uma passagem escura e não encontrava uma saída. Começara a tatear pelos arbustos, mas estes já não eram mais os mesmos. Os muros eram como uma parede flexível e gosmenta que ficava cada vez mais estreita, pressionando e prendendo o corpo de Florência. Subitamente, algo puxou seu pé e a colocou pendurada de cabeça para baixo. Florência se contorcia na tentativa de romper aquela estranha prisão
Após a travessia da transformação, as primeiras magias que Florência recebeu de sua Mestra eram um tipo de “Benzimento”; Rituais de Purificação para cortar o Pacto Negativo que fizera com os Soturnius, transmutando as trevas, o desejo de vingança e os ressentimentos emaranhados na alma da deusa.Após as purificações, atravessara os “Portais da Alma” para a Iniciação à Magia Interior. Até que chegou o momento de conectar-se aos seus Poderes Intuitivos. Florência recebeu seu primeiro exercício:– Ca
Na manhã seguinte, ambas conversaram com mais intimidade e menos barreiras uma com a outra. Falaram de suas experiências de vida e se sentiram mais à vontade para se expressar sem tanta limitação. Foi então que Florência começou a se desabafar:– Em meu nascimento, consagrada fui ao Deus do Vinho, do Êxtase, da Arte. Com Infindável poder, a Deusa da Beleza me abençoara. A Musa do Canto purificou-me com as águas da música. Com o dom da melodia em meu canto, não haveria prece que deixaria de sensibilizar Tronos para concretizar meus ped
Mishra, após assistir a desconhecida história de seu passado através do Espelho Mágico, despertou-se daquelas imagens vindas do objeto e agora sabia que seu verdadeiro nome era Jasmim, concluindo toda a visão sobre tudo o que lhe acontecera antes de tomar a Poção do Esquecimento.Perplexa após receber um turbilhão de informações sobre sua própria vida, Jasmim indagou à Mestra:– E agora? O que devo fazer com todo esse conhecimento? Acho que estou ainda mais perdida que antes...– Você comp
Após concluir essa jornada, eu, a Deusa da Flor, tive mais clareza sobre toda minha história: eu sempre fui a Deusa da Flor, mas uma deusa que precisava amadurecer. A minha descida ao planeta Terra era a própria Iniciação; O teste que os deuses me deram para promover o meu crescimento, com o intuito de me fazer utilizar meus poderes com sabedoria. Na verdade, eu não desci para o mundo dos humanos, eu desci ao meu mundo interior. Muitos humanos se perdem nessa descida, assim como eu um dia também me perdi.Todos os personagens dessa jornada em minha “Floresta da Alma” eram as diversas faces que moravam dentro de mim. Esse era o motivo de terem nomes de flores, afinal, eram facetas da Deusa da Flor! Apenas Dríade, os
REFLEXÕES DA AUTORA - ALINE DRÍADEUma vez, publiquei nas redes sociais a seguinte frase: “Uma das maiores crenças limitantes do meio espiritualista é – Tenho que mostrar aos outros que sou iluminado.” Essa publicação teve muitas “curtidas”, pois muitas pessoas se identificaram com a frase. Porém, de que adianta curtir, compartilhar e perceber essa realidade se continuamos sendo quem não somos para transmitir uma imagem de iluminação espiritual às pessoas desse meio? Se essa crença existe é porque nós mesmos a alimentamos através de nossos comportamentos e nossas máscaras! Muitas pessoas que curtiram e aplaudiram a minha postagem são pessoas que sustentam essa ilusão! Eu, por exemplo, tenho meus vícios, minhas dificuldades, meus complexos