Instintivamente, olhei para o Ethan, mesmo sabendo que a decisão cabia somente a mim. Havia carinho em seu olhar, mas ele respeitou meu silêncio. Voltei meu foco para a médica.— Tudo bem, então. Aceito a proposta do hospital. — Respondi, com serenidade. — Mas com uma condição, Dra. Meredith. Quero ser avaliada como a Dra. Sarah, e não como a médica que está tratando o Ethan.A médica me observou, visivelmente surpresa com minha firmeza, mas antes que dissesse qualquer coisa, o Dr. Severid interveio, com um sorriso leve no rosto.— Tive o prazer de conhecer seu trabalho por meio do Sr. Ethan, Dra. Sarah, e como afirmei anteriormente, acredito que a senhorita é uma profissional competente e inteligente.— Obrigada, Dr. Severid.— O hospital ganhou muito ao contratá-la. Portanto, não se preocupe quanto à sua reivindicação. Claro que associar o nome do Sr. Ethan ao nosso hospital é vantajoso, mas a sua permanência em nosso quadro não será baseada nisso. Inclusive, se a senhora estiver di
Ficamos conversando um pouco na sala, depois fui para o quarto. Queria tomar um banho. Afinal, viera direto do hospital e precisava me sentir limpa, além de colocar aquela roupa para lavar. Enquanto estava no banheiro, decidida a hidratar os cabelos, Ethan entrou.— Posso tomar banho com você? — Perguntou, com um olhar meio desconfiado.— Depende. — Olhei para ele, que aguardava, em silêncio, que eu continuasse. — O que você está me escondendo vai me magoar? — Ele me olhou surpreso. Sabia que uma mentira só me deixaria mais na defensiva.— Não. — Respondeu simplesmente. Eu o encarei por um instante, avaliando sua expressão.— Então, você pode vir tomar banho comigo. — Falei com um sorriso, e ele retribuiu com outro.Como estava somente de cueca, com certa dificuldade, Ethan conseguiu retirá-la sozinho. Em seguida, transferiu-se de uma cadeira para a outra, e eu abri espaço para que ele entrasse. No entanto, não demorou para que eu já estivesse em seu colo, enquanto suas mãos passavam
Não soube ao certo se foi um movimento voluntário ou somente um espasmo involuntário, mas seu corpo inteiro se arrepiou e foi lindo de assistir.Um sorriso largo se formou em meu rosto quando nossos olhares se encontraram novamente. Havia algo ali — algo que transcendia o físico, como se naquele momento estivéssemos mais conectados do que nunca.Abaixei meu corpo sobre o dele e colei nossos lábios, ainda com ele dentro de mim, saboreando o gosto da entrega e do carinho. Só depois daquele beijo calmo e profundo, retirei-o com delicadeza de dentro de mim.Foi quando percebi… eu estava completamente encharcada. Aquilo também me surpreendeu, porque nunca tinha sido daquela forma. A intensidade, a quantidade... algo estava mudando no corpo de Ethan, e eu sentia isso de forma quase instintiva.Ao acordar, a primeira coisa que pensei foi que não podia esquecer de tomar a pílula do dia seguinte. Como nunca tinha cogitado me envolver sexualmente com alguém, nunca procurei um acompanhamento nes
Ele era, sem dúvida, muito bonito. Uma combinação perfeita das duas pessoas naquela sala. Seu porte era elegante e os braços bem definidos denunciavam alguém que cuidava do próprio corpo. Assim como eu o analisei, senti seus olhos me examinando por completo também.— Dra. Sarah, este é Oliver Miller. — Anunciou o Dr. Severid com um leve sorriso.Virei meu olhar para ele, claramente surpresa. Ele apenas confirmou com um discreto meneio de cabeça.— Meu filho. E esta é a Dra. Sarah Fisher, a médica da qual falei com vocês. — Completou.— Mas ela é muito nova, Severid! — Comentou a senhora ao lado do rapaz, com um certo tom de julgamento. Seus olhos verdes me encararam com uma mistura de dúvida e superioridade.Antes que o Dr. Severid pudesse responder, resolvi fazê-lo por mim mesma.— Sinto decepcioná-la, senhora, mas nem sempre a sabedoria vem com a idade. Ela vem com as experiências. Nem todo velho é sábio. Existem jovens que souberam aproveitar melhor o tempo e, por isso, carregam mu
Quando saímos da sala do Dr. Severid, percebi que a opinião da mãe de Oliver a meu respeito havia mudado completamente. A hostilidade inicial deu lugar a uma expressão mais amena, quase respeitosa.Pelo que pude observar durante a conversa, Oliver morava com a mãe. Apesar de seus pais serem separados, mantinham uma boa convivência — algo que admirei, mesmo em silêncio.Assim que chegamos à recepção, avistei Ethan ao lado do Brian. O sorriso dele, ao me ver, aqueceu-me o peito e eu retribuí com outro, leve e carinhoso.Dr. Severid se adiantou para cumprimentá-lo, apresentando Ethan à família. Enquanto as formalidades aconteciam, notei o olhar de Ethan pousado em Oliver.Conhecendo-o como o conheço, sabia que uma sessão de ciúmes viria em breve. Ele estava tentando disfarçar, mas o aperto sutil que deu em minha cintura quando me aproximei, dizendo silenciosamente que eu era dele, não passou despercebido.Curiosamente, Oliver também o analisava com atenção — talvez tentando entender quem
ETHANEu sabia que precisava controlar meu temperamento. Em certos momentos, nem me reconhecia. Nunca havia sido um cara ciumento, mas com a Sarah… eu estava agindo exatamente assim.Reconhecia que, muitas vezes, ela tinha razão no que dizia — e, mesmo assim, era como se algo mais forte tomasse conta de mim. Só precisava de alguns minutos para me recompor.Ela era linda, inteligente, admirável. Era fácil se encantar com a leveza dela, com o brilho natural que carregava. Nem eu resistira a tudo isso, então não era simples ver outros caras sendo atraídos pelas mesmas coisas. Mas, como ela mesma dissera… era a mim que ela havia escolhido. Só a mim.Já fazia um mês desde que a caixa com a peruca havia sido enviada para nossa casa. Desde aquele dia, não tivemos mais nenhuma informação sobre o Caio ou o tal do William.Meu tio vinha tentando monitorá-los, mas era como se tivessem desaparecido do mapa. Eu sabia que aquilo era somente uma estratégia para que baixássemos a guarda, mas também e
SARAHEu estava transbordando de raiva. Como ele ainda teve a audácia de dizer que precisava ouvir o que aquela mulher tinha a dizer? Não consegui acreditar quando ouvi aquelas palavras saindo da boca dele. Então que ficasse com ela.Saí do estádio sem nem pensar direito para onde estava indo. Não fazia ideia de qual caminho seguir, tampouco como voltaria para a mansão. Só sabia de uma coisa: eu não permaneceria mais ali.Ela teve exatamente onze meses para aparecer. Onze meses em que ninguém — absolutamente ninguém — sequer imaginava que ela estava viva. Nem mesmo as autoridades. E durante todo esse tempo, o Ethan se culpou pela morte dela. Chorou. Se afundou em dor. Por alguém que ele aparentemente amava muito.E mesmo sabendo ou imaginando isso tudo, ela não foi capaz de dar um sinal de vida. Nem uma ligação. Nem uma mensagem. Nada.De onde eu venho, o povo diria que essa história não cheirava bem. E sinceramente? Eu concordava. Mas se o idiota queria se iludir… que ficasse à vonta
Resolvi fazer a coisa mais simples e, ao mesmo tempo, mais difícil naquele momento… tirar todas as minhas coisas do quarto do Ethan. Assim que entrei, senti meu coração se partir em dois.O cheiro dele ainda pairava no ar, misturado aos nossos momentos, às memórias que construímos ali. Peguei minha mala e, com mãos trêmulas, comecei a guardar tudo.Cada peça de roupa dobrada era como arrancar um pedaço de mim. Fui até o banheiro e recolhi meus produtos de higiene, sentindo a dor se transformar em raiva e, logo em seguida, em um turbilhão confuso de emoções que eu já nem conseguia identificar. Só sabia que doía. Muito.Encostei na parede, com a mala aberta aos meus pés, e as lembranças me invadiram com força. Nossos risos, nossos planos, os momentos de carinho... tudo aquilo parecia tão distante agora.Me deixei escorregar até o chão e desabei. Depois de tanta evolução, me vi regredindo numa velocidade assustadora, como se tudo o que vivi até aqui não tivesse valido de nada. Mas eu pre