Lucca
— FALA LOGO, PIRANHA! QUEM MANDOU VOCÊ PARA ME MATAR? — Esbravejo. Depois, solto para recuperar compostura. Mas estava perdendo a paciência com isso. Preciso descobrir quem mandou essa mulher para me matar, apesar de saber quem foi. Mas quero ouvir da boca dela. Seus olhos me encontraram, uma mistura de desafio e frustração neles. No entanto, ela permaneceu em silêncio por um momento, como se estivesse avaliando a situação.
— Não vou falar nada. — Ela respondeu finalmente, sua voz carregada de perseverança.
Me aproximei e peguei no seu rosto, segurando com firmeza, minha expressão endurecendo enquanto avaliava minhas opções. Eram poucas. Precisava de respostas, essa mulher tinha as respo
BellaAcabei de chegar em casa. Já era noite e eu estava exausta, pois foi uma longa caminhada até chegar aqui. Enquanto subia as escadas para ir para o meu quarto, ouvi a voz da minha avó ecoando pela casa, gritando meu nome e perguntando onde eu estava.— Bella! Bella, é você? Onde você estava, querida? — Sua voz era cheia de preocupação e, ao mesmo tempo, de alívio por me ver.A exaustão parecia desaparecer momentaneamente quando ouvi sua voz. Minha avó sempre se preocupava muito comigo, especialmente desde que perdi meus pais. Ela era minha única família agora, e eu sabia que sua superproteção vinha de um lugar de amor.— Estou aqui, vó! — Respondi enquanto continuava subindo as escadas em direção ao seu quarto. — Desculpe, perdi a noção do tempo.Ao entrar em seu quarto, encontrei minha avó sentada em sua poltrona favorita, com uma expressão que misturava alívio e preocupação em seu rosto enrugado. Seus olhos brilharam quando me viu, e ela estendeu os braços para me abraçar.— Ah
BellaCaminhando para casa depois da aula, eu não conseguia tirar da cabeça o que minha avó tinha revelado. Meu pai, um mafioso? A ideia parecia tão distante da imagem que eu tinha dele. Sempre o vi como um homem de negócios, um pai amoroso, alguém que trabalhava duro para proporcionar uma vida boa para nossa família. Nunca suspeitei que ele estava envolvido em um mundo tão sombrio.As ruas da cidade pareciam mais cinzentas e sombrias do que o normal, refletindo meu estado de espírito. Cada passo que eu dava era acompanhado por uma enxurrada de perguntas que não tinham respostas. Por que meu pai estava envolvido na máfia? Como minha mãe se encaixa nessa história? E por que eles foram mortos pelos Matarazzo?As palavras de minha avó ecoavam em minha mente, e eu me sentia perdida em um turbilhão de emoções. Raiva, tristeza, confusão. Eu queria justiça para meus pais, queria entender por que eles tiveram que morrer daquela maneira.Enquanto eu caminhava, senti meu celular vibrar no bolso
BellaMinha avó gritava com uma intensidade que eu nunca havia presenciado antes. Seus olhos, normalmente doces e gentis, estavam cheios de fúria enquanto ela insistia que eu nunca voltaria para Palermo. Era como se ela estivesse determinada a impedir que eu descobrisse a verdade sobre meus pais e a família Matarazzo.Eu a encarei em choque, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ela sempre fora minha protetora, minha guardiã, mas agora ela estava agindo de uma maneira que eu não conseguia compreender. Era como se ela estivesse escondendo algo, algo que ela não queria que eu descobrisse.― Vovó, por que você está agindo assim? ― perguntei, minha voz tremendo de choque e confusão. BellaEu estava retornando para casa após uma tarde maravilhosa com minhas amigas na praia. O sol se pôs lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons de laranja e vermelho enquanto a brisa do mar acariciava meu rosto. A areia ainda grudava nos meus pés e pernas, uma lembrança física das horas de diversão sob o sol.Caminhei pela porta de entrada, sentindo a sensação acolhedora de lar que sempre me envolvia ao chegar em casa. A casa de estilo mediterrâneo em Taormina era o nosso refúgio desde que nos mudamos de Palermo. Era um lugar de paz, onde eu podia me afastar das preocupações e dos segredos do passado.Enquanto subia as escadas que levavam ao meu quarto, ouvi a voz da minha avó ecoar pela casa.― Bella! ― Ela gritou, chamando por mim. ― Onde você estava?Sua voz soava urgente, e isso me fez parar no último degrau da escada. Por que ela estava gritando daquele jeito? Senti um arrepio de preocupação ao percorrer a minha espinha enquanto eu me virava e descia as escadas em direçãCapítulo 15
BellaEstávamos no shopping, eu e minha amiga Giulia, tomando sorvete e curtindo um momento de descontração. Contei a ela sobre o que minha avó havia feito, me obrigando a ir para a igreja. Giulia soltou uma risada, achando a situação um tanto inusitada.― Sério, Bella? Tua avó te força a ir para a igreja? ― Ela riu, balançando a cabeça. ― Isso é meio inesperado vindo dela.Balancei a cabeça, concordando com Giulia. ― Eu sei, parece que ela enlouqueceu de vez. Eu só quero continuar a busca, descobrir o que aconteceu com meus pais.Giulia me olhou com compreensão, parando de rir. ― Entendo, Bella. É uma situação complicada
BellaHoje não tive aula na faculdade, por isso que estava aqui na minha cama.Ainda estava na cama, revirando na minha mente a conversa que tive com a minha avó na noite anterior. As palavras dela ecoavam, misturando-se com as minhas próprias frustrações e determinações.O cheiro suave do incenso da igreja ainda estava presente no ar do meu quarto, como se trouxesse consigo todas as expectativas e preocupações que minha avó tinha por mim. Ela sempre foi uma figura forte na minha vida, especialmente desde que meus pais partiram. Seu desejo de me proteger era palpável, mas às vezes parecia sufocante.Olhando para o teto, eu me perguntava como poderia conciliar minha busca pela verdad
BellaAo chegar em casa após passar a tarde na casa da Giulia, senti um misto de alívio e apreensão. Estava exausta da divertida tarde com minha amiga, mas sabia que teria algumas explicações para dar à minha avó. Assim que comecei a subir as escadas em direção ao meu quarto, ouvi a voz dela chamando meu nome da sala.― Bella, onde você estava a tarde toda? ― Sua voz soou firme, carregada de preocupação.Parei no meio da escada, olhando para baixo para encontrá-la parada, com uma expressão séria no rosto. Engoli em seco, sabendo que essa conversa era inevitável.― Desculpe, vó. ― respondi, tentando manter a calma. ―Eu estava na casa da Giulia. Nós passamos a tarde lá.Minha avó franziu o cenho, como se estivesse processando a informação.― Você deveria ter me avisado, Bella. Fiquei preocupada. E se algo tivesse acontecido?Senti um peso no peito ao ver a preocupação nos olhos dela. Minha avó sempre fora superprotetora desde que me trouxe para morar com ela em Taormina, após a morte do
BellaMinha avó entrou no meu quarto com uma bandeja de café, pronta para me acordar e me ajudar a começar o dia. No entanto, sua expressão mudou instantaneamente quando seus olhos se fixaram na mala semi aberta em cima da minha cama. Ela deu um pequeno suspiro de surpresa, claramente pegando-a desprevenida.—Querida, para onde você está indo com essa mala? — perguntou ela, sua voz repleta de preocupação e confusão.Virei-me para encará-la, segurando uma pilha de roupas que eu estava tentando enfiar desajeitadamente na mala.— Vó, eu estou indo para Palermo. — respondi, tentando manter minha voz firme apesar do nervosismo que começava a se espalhar dentro de mim.Sua expressão ficou ainda mais preocupada, seus olhos fixos em mim como se estivesse tentando ler meus pensamentos.— Palermo? Bella, o que você está pensando? Eu te disse para não ir para lá, é perigoso.Respirei fundo, sentindo-me determinada a explicar minha decisão.— Eu preciso descobrir a verdade, vó. — disse eu, olhand