Bella
Minha avó gritava com uma intensidade que eu nunca havia presenciado antes. Seus olhos, normalmente doces e gentis, estavam cheios de fúria enquanto ela insistia que eu nunca voltaria para Palermo. Era como se ela estivesse determinada a impedir que eu descobrisse a verdade sobre meus pais e a família Matarazzo.
Eu a encarei em choque, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ela sempre fora minha protetora, minha guardiã, mas agora ela estava agindo de uma maneira que eu não conseguia compreender. Era como se ela estivesse escondendo algo, algo que ela não queria que eu descobrisse.
― Vovó, por que você está agindo assim? ― perguntei, minha voz tremendo de choque e confusão.
BellaEu estava retornando para casa após uma tarde maravilhosa com minhas amigas na praia. O sol se pôs lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons de laranja e vermelho enquanto a brisa do mar acariciava meu rosto. A areia ainda grudava nos meus pés e pernas, uma lembrança física das horas de diversão sob o sol.Caminhei pela porta de entrada, sentindo a sensação acolhedora de lar que sempre me envolvia ao chegar em casa. A casa de estilo mediterrâneo em Taormina era o nosso refúgio desde que nos mudamos de Palermo. Era um lugar de paz, onde eu podia me afastar das preocupações e dos segredos do passado.Enquanto subia as escadas que levavam ao meu quarto, ouvi a voz da minha avó ecoar pela casa.― Bella! ― Ela gritou, chamando por mim. ― Onde você estava?Sua voz soava urgente, e isso me fez parar no último degrau da escada. Por que ela estava gritando daquele jeito? Senti um arrepio de preocupação ao percorrer a minha espinha enquanto eu me virava e descia as escadas em direçã
BellaEstávamos no shopping, eu e minha amiga Giulia, tomando sorvete e curtindo um momento de descontração. Contei a ela sobre o que minha avó havia feito, me obrigando a ir para a igreja. Giulia soltou uma risada, achando a situação um tanto inusitada.― Sério, Bella? Tua avó te força a ir para a igreja? ― Ela riu, balançando a cabeça. ― Isso é meio inesperado vindo dela.Balancei a cabeça, concordando com Giulia. ― Eu sei, parece que ela enlouqueceu de vez. Eu só quero continuar a busca, descobrir o que aconteceu com meus pais.Giulia me olhou com compreensão, parando de rir. ― Entendo, Bella. É uma situação complicada
BellaHoje não tive aula na faculdade, por isso que estava aqui na minha cama.Ainda estava na cama, revirando na minha mente a conversa que tive com a minha avó na noite anterior. As palavras dela ecoavam, misturando-se com as minhas próprias frustrações e determinações.O cheiro suave do incenso da igreja ainda estava presente no ar do meu quarto, como se trouxesse consigo todas as expectativas e preocupações que minha avó tinha por mim. Ela sempre foi uma figura forte na minha vida, especialmente desde que meus pais partiram. Seu desejo de me proteger era palpável, mas às vezes parecia sufocante.Olhando para o teto, eu me perguntava como poderia conciliar minha busca pela verdad
BellaAo chegar em casa após passar a tarde na casa da Giulia, senti um misto de alívio e apreensão. Estava exausta da divertida tarde com minha amiga, mas sabia que teria algumas explicações para dar à minha avó. Assim que comecei a subir as escadas em direção ao meu quarto, ouvi a voz dela chamando meu nome da sala.― Bella, onde você estava a tarde toda? ― Sua voz soou firme, carregada de preocupação.Parei no meio da escada, olhando para baixo para encontrá-la parada, com uma expressão séria no rosto. Engoli em seco, sabendo que essa conversa era inevitável.― Desculpe, vó. ― respondi, tentando manter a calma. ―Eu estava na casa da Giulia. Nós passamos a tarde lá.Minha avó franziu o cenho, como se estivesse processando a informação.― Você deveria ter me avisado, Bella. Fiquei preocupada. E se algo tivesse acontecido?Senti um peso no peito ao ver a preocupação nos olhos dela. Minha avó sempre fora superprotetora desde que me trouxe para morar com ela em Taormina, após a morte do
BellaMinha avó entrou no meu quarto com uma bandeja de café, pronta para me acordar e me ajudar a começar o dia. No entanto, sua expressão mudou instantaneamente quando seus olhos se fixaram na mala semi aberta em cima da minha cama. Ela deu um pequeno suspiro de surpresa, claramente pegando-a desprevenida.—Querida, para onde você está indo com essa mala? — perguntou ela, sua voz repleta de preocupação e confusão.Virei-me para encará-la, segurando uma pilha de roupas que eu estava tentando enfiar desajeitadamente na mala.— Vó, eu estou indo para Palermo. — respondi, tentando manter minha voz firme apesar do nervosismo que começava a se espalhar dentro de mim.Sua expressão ficou ainda mais preocupada, seus olhos fixos em mim como se estivesse tentando ler meus pensamentos.— Palermo? Bella, o que você está pensando? Eu te disse para não ir para lá, é perigoso.Respirei fundo, sentindo-me determinada a explicar minha decisão.— Eu preciso descobrir a verdade, vó. — disse eu, olhand
LuccaFaz dias que aconteceu aquele ocorrido, que aquela loira gostosa veio aqui em casa para tentar me matar por ordens da familia Matarazzo. E ainda saber que eles acham que sei de algo, mas não faço ideia o que pode ser? Merda! Preciso descobrir alguma coisa sobre isso o mais rápido possível, antes que eles tentem fazer algo.Enzo estava aqui comigo estavamos tentando entender o que essa familia queria tanto me matar para ter mandando uma assasina de alugal para isso? E ainda também descobrir o real motivo por que mataram o meu amigo, o Marco, deixando sua pobre filha sem os pais. E de repente começo a lembrar daquela menina. Como se passaram cinco anos, acho que ela deve está com dezoito anos agora. Isso nos meus cálculos. Espero que ela esteja bem, a avó dela a tirou daqui de Palermo para mant&ec
Bella Ao chegar em Palermo, minha terra natal, fui recebida por uma mistura emocionante de nostalgia e novidade. A cidade ainda exalava o mesmo encanto que me cativava quando criança, com suas ruas estreitas e pitorescas, seus edifícios históricos e sua atmosfera vibrante. Era como se o tempo tivesse congelado desde que parti com minha avó após a morte dos meus pais.Enquanto caminhava pelas ruas familiares, era impossível não ser inundada por lembranças da minha infância. Eu me vi brincando nas praças ensolaradas, explorando os becos escondidos e saboreando os gelatos italianos que tanto amava. Cada esquina, cada edifício, parecia guardar memórias preciosas que agora ressurgiam diante dos meus olhos.No entanto, apesar da familiaridade reconfortante da cidade, eu sabia que não podia me deixar levar pela nostalgia. Havia um propósito claro para minha volta a Palermo: descobrir a verdade por trás da morte dos meus pais. E isso exige foco e determinação.Após um tempo admirando a cidad
LuccaEstava me arrumando para me encontrar com Bella, e admito que mal podia acreditar que ela estava em Palermo. Enquanto ajustava o nó da gravata em frente ao espelho, minha mente não conseguia deixar de divagar sobre como ela estava diferente desde que nos conhecemos no velório de meu amigo.Lembro-me daquela menina, tão jovem e vulnerável naquela época, buscando respostas sobre a morte de seus pais. Agora, ao pensar em Bella, vejo uma mulher forte e determinada, disposta a enfrentar qualquer desafio para descobrir a verdade.Sua imagem invade meus pensamentos, e uma onda de admiração me envolve. Bella estava simplesmente deslumbrante. Seus olhos, antes cheios de tristeza e incerteza, agora irradiavam determinação e coragem. Seu sorriso,