Rio de Janeiro
BanguQuarta-feira 19:19 hora.(Geovane)
Não sabia o que estava havendo.— Danilo, Danilo ?
Eu o chamava e ele não respondia, acho que eu estava rápido, ou tudo estava mais lento, naquele momento minha mente, meus nervos e batimentos cardíacos pareciam estar a mil, diria que eu estava a ponto de sofrer um surto neurótico psicótico, talvez eu tivesse uma síncope, encontrava-se todo o espaço a minha volta em total inércia e eu me sentia como se acabasse de me drogar com as mais pesadas das substâncias em uma raive, tudo aquilo era novidade gritar com meus amigos não adiantava, eles se mantinham com as mesmas caras de micróbios colocados em lâminas de microscópio.Vi que ficar ali parado de nada adiantaria, então depois de pensar tomei minha atitude em meio a toda aquela insanidade.
Saí correndo da escola e fui as cegas pelas ruas e tudo estava na mesma. Pessoas de um lado e do outro em câmera lenta quase totalmente paradas e não importava o quanto eu tentasse me comunicar, em momento algum obtive êxito, ninguém me dava a mínima, cheguei a cogitar a mísera ideia de que eu estava morto, se não fosse pela dor do beliscão que me auto apliquei eu acreditaria piamente nisso, entrei nos becos, passei em alguns prédios vi um pouco de tudo, todas as coisas estavam muito lentas, as televisões, computadores, tablets e smartphones que eu via nas mãos daqueles humanos parados como bonecos de cera não transmitiam nenhum movimento.Naquele momento de medo e preocupação só conseguia pensar em uma coisa Yasmin.
Cheguei como se tivesse vindo de outra galáxia, com certeza meu maior desejo agora, era levá-la abduzida, mas não sou nenhum ET de varginha e muito menos sequestrador.
Parei em frente a janela do quarto da minha ex, e que ex...
Yasmin estava com os cabelos molhados, paralisada sentada na penteadeira em frente a sua cama, pela posição de seu corpo, devia estar passando creme de corpo nas pernas, usava um roupão rosa, parecia ter acabado de sair do banho, aquela pele clara estava linda como sempre até chamei por ela. Sem êxito ou sucesso nada se alterava nem mesmo diante de minha amada.— Yasmin! Yasmin!
Exclamei atônito com tudo aquilo.Mas ela estava lenta igual a todos, não, não igual aos outros, ela com certeza era como um anjo, uma Barbie de cabelos longos e pretos, olhos castanhos avelãs, cheirava a pêssego acabado de ser colido do pessegueiro, ela realmente não podia me ouvir, se o Marcus desse uma explicação lógica para essa situação, provavelmente ele diria." Suas cordas vocais estão em uma frequência impossível de qualquer humano comum ouvir ou captar."
Esse era o jeito dele, todo metido a CDF e melhor nota da classe.Ali olhando pra Yasmin resolvo me aventurar mais um pouco por esse vamos assim dizer "novo mundo" cujo o qual ainda estava tentando entender.
— Tchau minha gatinha.
Me despeço dando as costas, morrendo de saudade daquele cheiro de pêssego do hidratante que ela usava sempre depois do banho.Andando calmamente no "mundo dos parados" Passei pela estrada e carros que estavam na faixa dos 100 KM ou mais estavam mais lentos que eu, notei isso olhando para o painel de um Corolla que passei do lado, Era até então as únicas coisas que se moviam de forma não muito devagar.
Mas aos meus olhos pareciam estar na marcha ré. Vislumbrei Land Rover, Ford KA, Doblô e um Peugeot, era hilário o movimento singular em que eles se encontravam.Resolvi voltar pro colégio, o que mais eu poderia fazer ?
Assim que cheguei lá vi Danilo, Marcus, Susana e Thaisa no mesmo lugar que os deixei em frente a cratera, só com uma diferença eles estavam já totalmente de pé e estavam mais próximos um do outro,
Andei de um lado para o outro não sábia até quando isso ia continuar, me alonguei estiquei as pernas, estralei os dedos e até sentei no chão.Num gesto de tentar me acalmar,Respirei fundo, queria pensar no que estava acontecendo e decidir de forma calma e tranquila o que fazer, nesse exato momento para minha total surpresa, tudo voltou ao "normal".Olhei primeiro para Danilo, que como um boneco acabado de receber corda, voltava a se mexer de forma mais ávida. Quando algo aconteceu, dele como numa lâmpada de led que é acesa apertando o botão de um interruptor, o seu corpo, pouco a pouco foi surgindo luz e logo segundos a frente, sua pele estava emanando um brilho branco uma luz avermelhada vinha do seu olhar.
— Olha isso, vocês estão vendo o mesmo que eu ?
Perguntou Danilo surpreso.Fogo saiu de suas mãos e tomava todo seu antebraço.
— Uau... Uau... que demais
Danilo gritava balançou os braços surpreso por não estar machucando, quase queimou Marcus que de costas num movimento de exímia esquiva deu um salto para longe que passava dos seis metros e meio, ultrapassava fácil o recorde mundial em salto a distância.Suzana ao vislumbrar o que Danilo e Marcus eram capazes de fazer, em gestos rápidos os tentava copiar, primeiro ela movia os braços em diferentes ângulos e direções, exclamava coisas como " vamos lá chama" "sai dai fogo" " vamos lá acenda mãos" mais tudo isso sem obter nenhum tipo de êxito, ela então foi ao plano "b".
Também tentou pular, ela mal acabara de dar o seu quinto pulo quando ela parou, não ela pairou, é isso, estática e imóvel, mais agora ao invés de descer ela começou a subir, e subia mais e mais.— Estou voando ? Ei estou voando.
Exclamou Suzana, estava a mais de quatro metros de altura para lá e pra cá acima de nós, como uma criança recém chegada no playground ela se divertia, dava para ver nos seus olhos, ela estava adorando.Todos olhamos pra Thaisa.
Com ela tudo parecia normal, Danilo ainda balançava seus braços de modo contente, teve a brilhante ideia de apontar seus braços em diferentes direções, o que fez sair algumas labaredas como em um show de pirotecnia, hoje parecia que ele queria mesmo acertar o Marcus, um sopro quente foi na sua direção, que como um gato deu outro salto, mais agora pra frente em direção a cratera, pousando direto no pé de Thaisa.— Thaisa tudo bem com você ?
Marcus perguntou se esbarrando nela em sequência de seu salto desajeitado que dera a pouco.— Sai de cima do meu pé Marc...us...
Thaisa deu um berro de dor, nem terminara de dizer o nome de seu colega, quando todos nós sentimos um parede circular invisível nos empurrar pra longe de Thaisa que parecia ser o epicentro de um circulo perfeito, uma cúpula energética e maciça,— Campo de força.
Falei com as mãos espalmadas na parede, aos nossos olhos, víamos Thaisa radiante, com os cabelos ouriçados, se moviam para cima, havia eletricidade correndo pelo seu corpo, a estética nos dizia isso.— Incrível é inacreditável
Disse Danilo com os braços ainda em chamas se apoiando ao campo de força.— Já chega.
Suzana agora já com os pés no chão pediu, Thaisa abriu e fechou os olhos e com tamanha facilidade ela fez sumir aquela bizarra parede transparente, Danilo sacudia os braços na tentativa de apagar mais de nada isso serviu, então ele parou e inspirou e expirou, agora com suavidade, seu controle e calma o fez lograr sucesso, apagou as chamas de seus braços e já não brilhava mais.Marcus que era o gênio entre nós cinco o mais ávido nos estudos esclareceu.
— Fomos afetados por essa pedra estranha espacial, ela nos mudou pra melhor.
Falava isso enquanto pegava a pedra " comum" do chão e a guardava nos bolsos.Todos os quatro agora me encaravam e me indagaram, "o que você consegue fazer?" Nossa, como isso me chocou, nenhum deles percebeu tudo oque eu tinha feito, eu andei por vários lugares, fui e voltei e eles não viram eu sair, tudo isso era uma loucura, contei a eles tudo oque eu tinha feito antes, para eles, aos olhos deles era como se eu não tivesse saído de perto deles, mais, para mim eu tinha ficado pelo menos uns 20 minutos fora. Vi que eles acharam o máximo toda a minha fábula verosímil de como eu estive andando por ai e parei na casa da minha linda e cheirosa Yasmin.— Pessoal.
Chamei a atenção de todos.De repente um som que todos nós conhecíamos surgiu.
— Ouçam é uma sirene pode ser os bombeiros ou a polícia vindo pra cá é melhor irmos embora agora.
Falei.— Sim.
Todos em uníssono.Saímos o mais rápido possível pelos portões. Eu é claro mais podia ir mais rápido que todos. Mais eu ia e quando ia tudo parar de novo, voltava para a calma e não deixava o tempo ficar lento de novo e acabar fazendo todos para trás idiotizados.Em poucos minutos estávamos bem longe da escola e aquela noite(tirando o fato de agora eu me mover mais rápido que um trem bala.) parecia normal de novo.
Paramos numa praça todos sentaram em volta de uma mesa de pedra com um tabuleiro de damas cravado nela.
Só eu fiquei em pé( mesa para quatro)— O que vamos fazer agora ?
Suzana perguntou olhando para Marcus.— Precisamos tentar entender o que está acontecendo com a gente e principalmente não podemos sair por ai se mostrando.
Marcus respondeu e todos notamos seu olhar para Danilo.— O que ? Que foi ?
Danilo questionou, não entendendo ou se fazendo de desentendido.— Temos que arrumar um lugar fechado pra ficarmos sozinhos.
Marcus parecia já ter um lugar em mente mas não disse nada naquele momento, ele era e gostava na verdade saboreava situações em que ele podia prolongar suspense em relação a quase tudo, mas principalmente dos seus pensamentos intelectuais, ele gostava de ser o cabeça pensante.— Temos que evitar o máximo chamar a atenção, sim, fomos de alguma forma abençoados. - digo reafirmando as palavras de Marcus, que parecia estar mesmo preocupado agora.
— Qual o problema de mostrar nossos dons ?
Perguntou Thaisa com Expressão confusa.— Olha vocês sabem como sou curioso né? como eu vivo em frente ao meu computador e estou sempre vendo séries e filmes de ficção científica.
Dizia Marcus ao ser interrompido por Danilo.— Eu prefiro futebol, e MMA.
Danilo costumava zombar de Marcus por ser um nerd assumido, o menino gênio nem se ofendera.— Sabemos que você é um valentão sem cultura.
Thaisa agora zombando de Danilo, ela estava claramente defendendo Marcus, agora Marcus retoma seu raciocínio.— Bom como eu dizia o fato de termos dons ou Super poderes não importa, nos filmes de ficção pessoas especiais sempre terminam como cobaias do governo, passam por experiências, criam muitos inimigos e mais cedo ou mais tarde acabam reclusos da sociedade, devemos tentar agir como se nada tivesse mudado.
— Temos que entender o que está havendo com a gente.
Outra vez concordando com as palavras de Marcus, eu começo a ver como isso é sério e o perigo que nos metemos agora, só pelo simples fato de sermos diferentes.— É perigoso ter super poderes é muito perigoso podemos nos machucar ou pior acabar machucando quem amamos.
Marcus disse isso com os olhos passando pelos três que estavam da direita para a esquerda na mesa até chegar aos olhos de Thaisa.— Então o que vamos fazer?
Thaisa questiona o encarando de volta.— Bom vamos para casa já passa das oito da noite, nossos pais devem estar preocupados.
Marcus diz.— Verdade.
Respondi lembrando que minha mãe deveria estar preocupada comigo, meu pai era falecido e moramos eu minha mãe e meu irmão menor de 10 anos Eduardo (o pequeno Du ), isso acabava me tornando o homem da casa, mesmo ainda não tendo um emprego, minha mãe não deixava eu trabalhar. Diz que eu sou muito novoMas eu já arrumei um extra para o próximo verão, não contei a ela. ( ainda)— Então vamos e amanhã depois do almoço nos vemos na escola ok ?
Danilo perguntou.— Reunião amanhã no horário do recreio, hoje em casa antes de dormir vou pensar a respeito de tudo e ver quais são nossas melhores opções e possíveis passos daqui para frente, então, é isso reunião amanhã no Recreio.
Marcus nos intima.— Ok.
Todos confirmam, logo cada um se foi em direção as suas casas.Todos com certeza, estavam em êxtase com tudo novo, eu muito mais do que todos estou convicto disto.
Por um pequeno instante tirei Yasmin do pensamento e agora só imaginava as cores, Uma logo, uma marca, uma ID, um vulgo, um design, algo grande e heroico um uniforme.Ser um super herói ? Seria eu capaz de me tornar um combatente contra o crime ?Rio de Janeiro BanguQuinta-feira 07:00hrs(Geovane) "Triiiiiiim! triiiiiiiim!" As sete em ponto pulo da cama, quase quebrei o despertador com o tapa de outra "dimensão" que dei nele para parar com a barulheira. Nessa manhã de quinta como de costume, estou sozinho em casa, minha mãe já foi pro trabalho e levou meu irmãozinho pra casa da dona rosa, ela é tipo a babá do Eduardo embora ele odeie essa ideia. Enquanto preparo meu café a matéria do jornal dessa manhã me trouxe uma imensa preocupação, a reportagem se referia a um surto degenerado de pessoas com habilidades que chamavam de "não humanas", essas pessoas já estavam até recebendo apelidos, eram os segundo os repórteres "mods" abreviação chula de "modificados" os superdotados estavam causando muitos problemas. Roubos e assassinatos po
Rio de Janeiro BanguQuinta-feira 12:45 hrs(Geovane) Na entrada do Colégio como de costume estava uma verdadeira correria, tinha bagunça e gritaria para todos os lados. Alunos chegando no carro dos pais, outros vindo de moto e buzinando como bestas e também a maioria como eu, vindo a pé mesmo. Bom agora eu já não andava como antigamente, vim "andando" tão rápido que ninguém percebeu eu chegando e me escondendo na esquina da escola, no máximo sentiram uma brisa impetuosa passando veloz pelas suas espinhas naquele dia belo de sol. Caminhando em direção ao portão vejo minha ex, Yasmin estava tão linda e cheirosa, tive que chamar sua atenção, com um leve toque nos ombros a fiz perceber minha presença.— Ei, tudo bem? Pergunto puxando assunto bem sem graça, ela parecia um anjo com os cabelos castanhos soltos e uma tiara branca na testa realçando suas bochechas c
Rio de JaneiroBanguQuinta-feira 22: 43 hrs(Geovane) Não consegui esperar meu uniforme ficar pronto, não consegui esperar as análises de Marcus, não aguentei esperar ir as ruas em equipe, não, eu sei que, o que eu estava preste a fazer era muito perigoso, mas, eu estava louco por uma ação imediata, sai escondido de casa sem fazer nenhum barulho, minha mãe costumava dormir cedo para não se atrasar para seu serviço, pelas ruas do rio de janeiro, correndo por becos e lugares escuros. Vestindo um moletom preto e uma touca ninja, sai com uma mochila nas costas, quem me visse diria que sai pra pichar e fazer atos de vandalismo, mais, lógico esse não era o caso, afinal agora eu era um combatente do crime. Naquela minha corrida infindável pelos lugares mais perigosos das ruas do rio, eu não via nada, parecia que o crime, estava de folga, nem um roubo de celular, nem uma bolsa furtada, ninguém gritando pega ladrão,
Rio de Janeiro Bangu Sexta-feira 5:20 hrs(Geovane)— Geovane!!! Que tanto sangue é esse no seu travesseiro? — minha mãe me acorda aos gritos ao se deparar com um pequena mancha de sangue em baixo de meu travesseiro, era tão pequena, pouco maior que uva, mas, para minha mãe era como se uma bala tivesse entrado e saído pelo meu crânio e saído na parte de trás.— Ai, mãe calma, é só um pouco de sangue, ontem depois que você dormiu eu levei um tombo tomando banho debaixo do chuveiro, bati a cabeça mais não foi nada de mais, não precisa se preocupar. — Odiava ter que mentir para ela, mas o que mas eu poderia dizer, "Mãe ontem de madrugada fui até a cidade de Deus e um bandido invisível me acertou com uma barra de ferro na minha nuca, quase desmaiei na hora, mais agora passo bem."- Não né, era lógico que eu não podia contar a real história para ela, já era órfão de pai e também não queria ser de mãe, e
Rio de JaneiroBanguSábado 8:02 hrs(Marcus)Manhã de um belo sábado e eu aqui limpando um galpão velho e cheio de poeira, eu não era o tipo de cara que gosta de fazer serviços braçais, desde pequeno eu sempre fui do tipo pensador, um cara voltado a fórmulas e cálculos matemáticos, eu sempre fui mais de pensar do que de agir, agora aqui no nosso galpão quase fortaleza, esperando os outros chegarem eu com uma vassoura nas mãos, lembrava do meu passado de nerd péssimo em esportes, não sei se é o fato de ter as pernas e braços compridos e ser o cara mais desengonçado da escola, mas a parte prática de alguns exercícios não entrava na minha mente, eu era muito ruim em qualquer tipo de esporte, mas na teoria não havia um na escola que me superasse não importava o tipo de desafio que colocassem na minha fren
Rio de Janeiro BanguQuarta-feira 16 :11 hrs (Geovane) Era só mais um dia normal, eu Geovane, estava de pé sozinho num canto isolado do Colégio Guilherme da Silveira filho. Outra tarde comum de verão no bairro mais quente do rio de janeiro, adolescentes abarrotavam os corredores e a bagunça parecia não ter fim. Estava com a cabeça distante só pensava na minha ex, eu não conseguia tirar ela da cabeça, mais quem me julgaria? Afinal a Yasmin era minha primeira namorada, aquele típico amor caliente, precoce e adolescente, se é que vocês me entendem. O ciep 386 assim como a maiorias dos colégios estaduais do rio de Janeiro tinha lá os seus problemas mas a equipe do grêmio estudantil fazia de tudo para o Colégio andar a passos largos em direção ao sucesso e respeito dos órgãos estudantis do estado. Eu