Mira encarou o irmão. A sacerdotisa não acreditava que ele estava perto delas o tempo todo.—Você mentiu para nós! Mentiu para mim! — disse Kendra, desolada. Ela não conseguia olhar no rosto dele. Dylan a olhou com arrependimento.— Eu não queria te magoar, mas eu não podia aparecer como Dylan para vocês.— Não seria mais fácil para me trazer até aqui? Contar quem realmente é? — perguntou Mira. Dylan Se sentou aos pés do trono, encarou a irmã e disse:— A situação é mais complicada doque você pensa. Tudo isso aconteceu 1 ano antes de você completar 6 anos. Neelas já planejava a sua série de homicídios. Eu tinha 14 anos na época. Dylan encarou Kendra e continuou:— Houve um dia em que meu pai me levou para a sede dos Shiake em Kronbong. Havia várias espécies naquele dia, pois era o festival dos deuses. Os Shiake sempre aceitaram a variedade de espécies diferentes, mas Neelas não pensava da mesma forma. Eu estava andando pela festa, observando as pessoas e me divertindo, o que
Os cabelos antes ruivos se tornaram loiros. Aine se defendeu da esfera de Kendra com um escudo de ar. Os poderes se chocaram, emitindo um vento muito forte que quase derrubou todos. Kendra se manteve em pé. Sua visão estava nublada pelo vento, porém ela podia ver a mulher escapando por um portal.— Não vou deixar você fugir. — disse Kendra. Assim, a garota transformou seu punhal em um chicote e prendeu a perna da mulher, a arrastando em sua direção. Mira e Dylan a cercaram do outro lado, enquanto o rei fechava o portal para que a fada não escapasse. A sacerdotisa não gostava daquilo. Estava tudo fácil e rápido demais. Aine era uma só, mas ainda era forte. Por isso ela se preparou, sentiu a força dos elementos em seu sangue vindo em direção aos seus dedos, prontos para o ataque. Aine disse algo e Kendra caiu no chão.— Kendra! — Dylan gritou, correndo ao lado dela. Mira não perdeu a oportunidade e atacou. Uma onda de poder azulado cercou a fada. Cordas se formaram à sua volta.
— Você está bem? — a pequena menina loira perguntou para ela. Mira era pequena, seus olhos cor de mel estavam cheios de lágrimas e seu rosto era pequeno.— Não te interessa! — respondeu a Mira de 6 anos de idade. A menina loira riu.— Você é engraçada. A pequena Mira ficou encarando aquela garota. As pessoas costumavam incomodá-la, ou achá-la estranha. Principalmente as crianças. Porém aquela garota não pensava assim. Mira havia caído no chão por ficar tempo demais correndo atrás de uma borboleta que ela havia visto. A borboleta era linda e colorida e a criança queria vê-la mais de perto. A menina loira estendeu a mão para ela e Mira meio a contragosto a aceitou.— Obrigada. — disse educada. — Eu sou Mira e você?— Kendra. Meu nome é Kendra — a garota sorriu.—Ken... Kedra... Kedy? — Mira tentou dizer.— Acho que você pode me chamar assim, Mi. Mira acordou com os raios de sol em seu rosto. Havia tido aquele sonho de novo. Ela apertou a única coisa física que restara de sua
Prólogo Aya se sentou no chão em meio às flores. Elas haviam murchado e ao ver aquilo, seu peito apertou. Como um pressentimento de algo ruim viria a seguir. O vilarejo Haandi era temente ao Deus da morte, Temenis, desde muito tempo. Seu povoado era considerado estranho e por isso eram descriminados e recebidos com olhares tortos. Ela só queria que as pessoas pudessem conhecê-los antes de julga-lós. Fechou os olhos e prestou atenção ao som das crianças brincando. A mulher podia ouvir sua filha cantar a canção que todos eles haviam aprendido desde crianças. A história do dia em que a morte viria ao encontro deles. Rya corria em círculos com outros pequenos enquanto cantava. E desse modo, a mãe acabou a acompanhando. “Ouça, Ouça o corvo cantar Trazendo o lamento de seu deus Do lugar de onde as pérolas enfeitam as árvores E as joias encantam suas águas, A morte desperta com um grito de Cólera pela traição daqueles em quem confiara Seu reinado se ergue e o vento trará a
Ela podia sentir o desespero através dos gritos, ver o sangue manchando sua visão, ouvir os lamentos de dor e os pedidos de socorro. Flechas laranjas surgiam de todos os lados e em meio a todas as pessoas feridas, mortas e ensanguentadas havia Kendra com o rosto pálido e os olhos sem vida. Mira acordou quase sem ar, o coração batendo acelerado como se tivesse corrido uma maratona; a respiração ofegante,quase inexistente, as lágrimas escorrendo pela sua face, fazendo com que os olhos cor de mel ardessem e o suor encharcasse seus cabelos castanhos. A jovem tremia, as gotas vermelhas, os gritos das pessoas e o cheiro de sangue ainda presentes vividamente em sua mente. Apesar de já ter se passado 2 meses, a sensação de impotência, culpa e terror daquele dia permanecia em sua pele. Temenis, o Deus da morte havia retornado de sua prisão, através de seus seguidores da Shiake. O ataque ao povoado de Haslisze e à sala do trono fora um aviso à Mira de que ele estava ali, de que salvar a flo
Ao partirem ela não olhou para trás. Mira já sabia o lugar aonde iriam. Seu coração se apertou ao imaginar o que viria pela frente.Quando chegaram, ela pôde sentir a morte no local. Mais que isso, a ausência de vida estava ali. Mira não podia sentir nenhum mísero resquício de essência ali. Mira andou pelos destroços do vilarejo. A tristeza silenciosa tomava o local como se fossem velhos amigos. Tantas vidas perdidas, tanto sofrimento desnecessário. E ela não pôde fazer nada. Cerrou os dentes com tal afirmação.Ela orou aos deuses para que amparassem aquelas almas. Mesmo que seu assassino fosse aquele que controlasse o local de seu destino. Mira se ajoelhou no chão coberto de poeira. Um chão onde não havia plantas, animais, pegadas. Um solo sem vida e seco assim como o vilarejo. Ela tocou o solo e pôde sentir toda a dor e sofrimento. Em segundos, seus olhos puderam ver como o vilarejo era anteriormente. Cheio de vida com crianças correndo e cantando. Em sua frente, alguém já conh
Temenis se sentou em seu trono na Floresta da Escuridão. Ele havia criado uma sede em uma parte da Floresta totalmente corrompida. Tudo estava morto ali. Só folhas secas e flores murchas. Não havia cor, apenas o laranja que seus seguidores fiéis utilizavam. Todos estava curvados diante dele, ajoelhados ao chão, esperando suas ordens. Temenis podia sentir o respeito deles, a admiração e também o temor. Os olhou fixamente com seus olhos vermelhos e sorriu. Seu irmão não sabia o que era isso, ter alguém que acredita em você e aceita todas os seus desejos. O deus da Morte acreditava na Shiake e sabia que não iriam o decepcionar. Mesmo que tivessem que ser pressionados."Ethan, Elijah. Me digam como ocorreram as negociações com o rei Edward de Mantua." "Ótimas, mestre." - Ethan respondeu, ainda ajoelhado. "O rei aceitou nos ajudar com seu exército." Temenis sorriu e os elogiou: "Muito bem feito. Vocês agiram bem. Agora eu irei recompensar o rei." Com um simples movimento de sua mão, u
Kendra estava se aproximado dela, os olhos cobertos por uma névoa azul e um sorriso sinistro. Ela se aproximava demais até tudo mudar.Mira viu Dylan a encarando com odio por ter deixado sua amada morrer.Depois veio todos seus conhecidos se tornando pó, terror e morte se aproximando dela Suas mães, Liam, Eluin. Ela gritou mas a voz não saia.Mira tentou gritar desculpas vans. Até os olhos vermelhos de Tememis se fazerem presentes em sua mente e o pavor tomar conta. Ela gritou novamente, sem som. Até sua voz ser ouvida finalmente.Mira acordou com o coração acelerado, coberta de suor e aos berros. Quando finalmente parou, seu corpo tremia e a garganta doía, arranhada devido ao uso elevado de sua voz.Eluin entrou no quarto e a abraçou. Ela o abraçou, sentindo seu perfume e derramando lágrimas sem dizer nada.---------------Após o desespero passar, Mira colocou um vestido branco. O ideal para o acontecimento de hoje.Eles tomaram o café da manhã em silêncio. Apenas com suas mãos entre