Owen Santa CruzPara variar, minha irmã escolheu um terno cinza, mas, mesmo assim, eu odeio tanto essas coisas amaldiçoadas que chega a doer. Desço as escadas e vejo todos me esperando.— Vamos logo. Quanto mais rápido a gente for, mais rápido eu tiro essa coisa.— Quanto ódio por algo tão banal. — Fuzilei minha irmã com o olhar, e ela sorriu, triunfante.Minha irmã tem o dom de fazer as pessoas usarem o que ela quer, tanto que Iana nem resmungou do vestido e da maquiagem que está usando. Saímos de casa, e eu parei no meio do caminho ao ver Bruce vestindo um terno preto.— Como é que... O quê...? Por quê?— Tua irmã é um pequeno demônio. — Olhei para ela, que deu de ombros.— A partir do momento em que ele tornou a Iana sua "protegida", tornou-se da família e, consequentemente, minha responsabilidade.Minha irmã tem uma capacidade incrível de tomar responsabilidades para si, sobretudo se envolvem roupas e moda.— Boa sorte aí. — Bruce murmurou algo que não entendi, e subimos no carro.
Arlissa Owen parou em um bairro silencioso demais, e eu estreitei os olhos.— Onde estamos?— Nos Hamptons.— Quantas casas você tem? — Ele riu, saiu do carro e abriu a porta para mim, estendendo a mão. Aceitei de bom grado.— Com irmãos mais novos, sempre é necessário ter um canto secreto. E o meu é aqui.Era a primeira vez que eu vinha, mas agora entendia por que ele gostava tanto desse lugar. Só havia mansões ali, um bairro claramente para pessoas muito ricas.A casa era enorme e linda por fora, mas o mais incrível era a vista para o mar, dando um charme único ao local.— Vem, vou te mostrar tudo. — Ele me puxou para dentro, e eu me diverti com sua empolgação infantil, como se estivesse prestes a abrir presentes de Natal.Owen me levou por um tour pela casa, que era uma mistura extasiante de moderno e antigo. Apesar da reforma, ele manteve a essência original, e o resultado era deslumbrante.— É linda.— Pois é. Adoro essa casa por ser perto do mar... e porque a outra fica a
Arlissa "Muito cuidado com a raiva"Começo a ver vermelho e arremeço a revista para bem longe, aquele maldito filho da puta vai pagar caro por fazer isso comigo, como ele se atreve sequer a fazer isso. Estou quase espumando de raiva.e ódio, ele não devia brincar comigo, ele tinha que saber o quão perigoso é brincar comigo.Arremeço mais algumas coisas contra a parede até minha raiva acalmar quase toda, pego minha bolsa e saiu de casa, precisamos acertar algumas contas. Peguei meu carro no estacionamento e dirige o mais rápido possível até o maldito restaurante. Parei e antes de sair apliquei um lindo batom vermelho vivo e soltei meus cabelos, a sorte é que eu estou bem apresentável para não dar vexame.Sai do carro e nem entreguei as chaves, não demoraria muito mesmo. Logo da entrada eu notei o casal feliz. Eu sou muito ciumenta e possessiva com oque é meu, odeio quem sequer olha e nunca tentei mudar isso, os homens não mudam porque eu mudaria? Com toda calma e frieza do mundo cami
Owen Santa Cruz " Não tem nada melhor no mundo, que ser livre."— Eu disse que não quero ver essa porcaria. — Arli cruzou os braços e virou o rosto.Que mulher mais difícil! Estamos brigando há meia hora sobre qual filme ver, e as pessoas já estão começando a nos odiar por travarmos a fila.— Rainha, o que queres ver? — Ela nem sequer olhou para mim.— Por quê? Para depois dizeres que és sempre tu quem cede?Por que mulheres gostam tanto de brigar por tudo e nada?— Não, é só para avançarmos a fila.Ela continuou na mesma posição, irredutível. Suspirei. Arli é difícil.Não sei por que ela não pode ser fácil como as outras. Com a Arli, tudo vira um debate ou uma briga. Pelo menos, nunca caímos na monotonia—estamos sempre discutindo.— Moça, por favor, escolham um filme.Arli fuzilou o atendente com o olhar, e o pobrezinho se encolheu na hora.— Deusa, por favor. — Melhor falar mansinho; assim ela acalma.— Tudo bem, podemos ver Thor. — Finalmente!Com a pressa do Flash, o atendente no
Arlissa " Mentiras são muito mais dolorosas quando vêm de quem amámos"Finalmente, aquelas dores horríveis pararam, e posso voltar a ser uma pessoa normal — ou pelo menos com a maldade num nível um pouco menos elevado. Terminei de me vestir e olhei meu reflexo no espelho. Hoje, optei por um macacão caramelo e deixei os cabelos bem soltos. Coloquei minhas joias, peguei minha bolsa e saí do quarto.— Bom dia, dona Lara.— Dona Lara, o inferno, menina. — Ri e dei um beijo no rosto dela.— Sim, senhora. Adeus, mãe, te amo.— Eu também.Desci as escadas até a garagem e entrei no carro. Me adaptei tão bem a ele que já nem quero mais devolvê-lo. Dei partida e segui para o trabalho. Minha vida tem estado perfeita em tudo. Há dias que não tenho pesadelos, meu namoro está incrível e minha família... perfeita como sempre deveria ter sido. Graças aos céus, nunca mais vi Aylan ou qualquer membro da sua família. Isso, sim, é uma bênção.Estacionei e saí do carro. Hoje, Owen chegaria mais tarde, po
Arlissa As mentiras nunca doem de verdade, porque elas te colocam em um mundo bonito, um mundo em que você é feliz e nada tira isso. Mas a verdade.. essa sim doi até destruir tudo a volta. Mesmo depois de três meses, meu coração ainda doi e as lembranças tanto felizes como tristes misturam-se na minha cabeça, e me deixam mais destruída que quando fui embora. Nem mesmo estar em Camarões alegra- me.Nunca falei com nenhum deles, as vezes Dafne liga por intermédio das crianças mas é só isso, tanto eu e meu irmão não conseguimos acalmar um ao outro e o pior é que essa maldita notícia está em todos os jornais de NY e mais além, agora todos sabem de tudo e nada ao mesmo tempo.Contemplei o sol fraco da tarde, o tempo não cura, ele não me curou em nada.. só inflou tudo e destruí tudo por dentro, todos os que amo mentiram e não se importaram com a gente.Apertei a taça de vinho com força até sentir o líquido escorrer da minha mão e os cacos espelhados reflectirem o estrago. Peguei um dos
Arlissa Quanto mais a chuva cai, mais frio eu sinto. Os trovões rasgam o céu e amedrontam as pessoas, tal como a verdade rasgou minha alma, e encará-la me assusta.Mas desde que falei com a Vitória, não sei mais nada. Minha mente está confusa, paralela. Porém, há algo que ela disse que não posso negar, muito menos ser ingrata a ponto de não admitir:"Vossa mãe amava vocês mais que tudo no mundo. Ela sacrificaria tudo por vocês."Apesar de estar perto de nós como irmã mais velha, Sasha sempre teve um cuidado especial comigo e com meu irmão. Sempre foi protetora, amiga, amorosa. Tão amorosa que, às vezes, desejei que ela fosse minha segunda mãe. Encaro seu anel em meu dedo e uma dor atravessa meu peito.Por que ela não foi nossa mãe?Por que ela nos deixou com a ma... com a Lara?Por que ela morreu sem poder responder às minhas perguntas?— O mesmo fanatismo pelas coisas da natureza.Meu peito se contrai, meus olhos se enchem de lágrimas. Ouvir a voz dele sempre foi um alívio.— Vai em
Sasha Anos atrás Eu corria pela casa que não me era estranha, mas ao mesmo tempo pouco me era familiar. Não sei porque eu corria ou quem perseguia mas, as risadas doces e amorosas logo lembraram, duas crianças de cabelos profundamente pretos corriam e sorriam à espera que eu as alcançe e eu queria alcança-las, porque eu sentia que elas eram minhas para cuidar e proteger e eu fazia isso sem nunca duvidar.As crianças corriam e eu corria junto com meu coração explodindo de alegria pura, porém... a menina.. ela sofria, sofria com mãos pesadas em seu corpo e memórias destruídas em sua cabeça, os meninos.. eles não eram mais eles e eu queria protege-los, porque eles eram meus.Presente Acordei suada e com lágrimas nos olhos, apertei minha cabeça com força para ter a imagem dos meninos mas não conseguia por nada, os meninos ainda eram um escuro para mim e isso me entristecia pior que tudo.A nove anos minha mente é um branco completo. Mas desde que conheci Arlissa e Aiden esses so