" Tudo em mim era sobre ele, e quando eu cogitava sentir raiva dele, mais eu sentia que o amava, apesar de tudo"
PERSÉFONE
Eu sentia meu corpo todo queimar, minha cabeça girava, ânsia me atormentava de um modo que jamais senti antes.
Como uma deusa, minha saúde era perfeita, nunca havia experimentado febre, resfriado ou quaisquer mal estar que os mortais encaravam ao longo da vida.Eu me encontrava em uma completa escuridão, o ar era denso e sufocante, por mais que eu gritasse minha voz não saía, eu me sentia impotente no meio daquela escuridão, estava tão frio..Hades? Onde estava ele? Hermes?Ouvi uma voz odiosa e conhecida me chamando, das sombras muito pouco iluminado o rosto de Ares surgiu sorrindo maliciosamente para mim, gritei para que se afastasse mas ele continuou diminuindo a distância entre nós até parar a minha frente com a mão em meu pescoço, o apertou me deixando sem ar..de"Então para me proteger fisicamente era válido me destruir por dentro?"PERSÉFONE Hades não havia voltado ao meu quarto desde aquele momento que acordei, ainda continuava fraca devido ao tempo que dormir e ao ferimento, permanecia deitada pertubada com as notícias da guerra que chegavam por meio de Hermes.Uma batida na porta interrompeu meus pensamentos, por um segundo meu coração pulou diante da possibilidade de ser Hades, mas logo Hermes surgiu pela porta.- Decepcionada? - Hermes indagou ao ver minha expressão de decepção.- Estou feliz em ver você.- respondi com sinceridade, Hermes e Éaco eram minhas únicas companhias ultimamente, Éaco para minha surpresa estava se tornando um amigo, vinha sempre ver meu curativo e me contava de suas histórias quando vivo, e também de alguns julgamentos.- Vejo o quanto está feliz.- res
- Vamos Perséfone, se concentre.- Hermes me incentivava no jardim, estava ao que me parecia horas tentando fazer uma transformação.A idéia era diminuir toda a divindade de mim, me tornar com uma aparência mais humana, diminuir o brilho que só os deuses tem que era mortal ao humanos.- Estou me concentrando, mas parece que nada acontece não vê? - retruquei.- Na verdade você acabou de conseguir.- Hermes informou.Olhei minhas mãos chocada, o brilho divino deu lugar a uma pele totalmente comum, e humana.Hermes me entregou um espelho onde observei minhas feições antes perfeitamente alinhadas e perfeitas, estarem completamente normais, nem um brilho divino nos olhos, meus cabelos agora estavam um pouco desalinhados.- Isso é incrível.- anunciei impressionada, embora os humanos fossem semelhantes a nós na aparência, a divindade de um deus o diferenciava
Se despedir ele disse.Mas permanecia parado a minha frente me observando de modo estranho, me analisava cauteloso.- Não preciso do seu presente.- tratei de lembra-lo.- Vai descobrir que no mundo humano essas pedras vão abrir muitas portas para você.- retrucou ele se aproximando da caixa.- Não preciso.- rebati.Hades me encarou novamente desta vez apertando os olhos, parecia tentar entender algo.- Porque você me parece tão estranhamente humana agora? É estranho mas não sinto sua aura divina, olho para você e se não a conhecesse diria que é humana.- revelou ele desconfiado.- Não que você tenha ajudado em algo, mas aprendi a esconder a aura divina.- rebati mentindo descaradamente.- Entendo.- respondeu seu olhar preso ao meu.- Hades?- Sim?
Hades segurou em meus cabelos me puxando contra si, meu corpo junto ao dele, seus lábios pressionados nos meus eram doces e vorazes, acariciei seu cabelo uma última vez e me separei dele, que permaneceu alguns segundos com os olhos fechados.- Adeus Hades.- me despedi encarando seus olhos cinza escuros agora abertos, como sentiria falta daqueles olhos.- Adeus Perséfone. - respondeu ele e saiu pela porta sem olhar para trás.Levei minha mão sobre o dedo onde costumava estar o anel, era força do hábito, agora o anel estava guardado na caixa de pedras preciosas.- Perséfone.- Hermes entrou pela porta.- vamos?Assenti em concordância para ele, que se aproximou de mim com um movimento rápido me pegou em seus braços.- Minhas malas Hermes.- avisei e me desvencilhei de seus braços pegando minhas malas.
Hermes pressionou seus lábios contra os meus por meio segundo até eu acerta-lo uma joelhada em seu sexo.- Não somos casados de verdade.- o lembrei enquanto ele estava de joelhos com expressão de dor.Após um tempo assim, Hermes se levantou.- Aceito, por enquanto.- respondeu.Ignorei sua resposta.- Então hoje irei conhecer a corte troiana?- perguntei.- Sim, e irá conhecer a bela Helena o motivo de toda essa guerra.- Hermes respondeu.- Talvez possamos convencer Helena a voltar para Menelau, fazendo assim os gregos recuarem.- respondi me sentando na cama.Hermes me olhou pensativo e logo depois meneou a cabeça em negativa.- Helena está, graças a Afrodite completamente apaixonada por Páris, este igualmente apaixonado, ela não desistirá dele e nem ele dela, e duvido que seja só pela influência
Minha expressão de choque e indignação com toda certeza era visível para Hermes que me olhava com uma expressão divertida no rosto, como assim ele sugeria matar Helena?A poucos instantes presenciamos juntos um momento afetuoso de Helena e Páris, sabíamos até onde ambos foram para ficarem juntos.- O que? Ah não me olhe assim Perséfone admita que é uma idéia razoável.- Hermes se justificou, um sorriso surgindo em seu rosto, sua mão se esgueirou para minha cintura me puxando para perto.- É assassinato Hermes.- retruquei retirando sua mão.- E esse assassinato tem o mesmo peso que um assassinato qualquer? considerando que as consequências dele é parar uma guerra onde ambos os lados estão morrendo?- uma música com uma melodia fascinante começou, fui puxada por ele para seus braços e me vi na obrigação de acompanhar seus passos, estes sincronizados com a melodia.- Você tenta justificar a morte de uma mulher i
Uma princesa de tróia...Cassandra me encarava com um olhar altivo e confiante.Vi em seus olhos que não era um mero blefe suas palavras sobre minha real indentidade, mas eu não me daria por vencida.Fiz uma breve reverência a Cassandra que só observou.-É uma honra conhecer a princesa de Tróia.- disse com simpatia.Cassandra se manteve com expressão impassível me observando atentamente.- Porque uma deusa se curva para uma mortal como eu?- indagou ainda insistindo no assunto.Antes que eu respondesse fomos interrompidas por guerreiros troia
Me aproximei da amurada para ver melhor todos lá embaixo, Hermes me acompanhou disposto a me informar quem eram.Heitor um homem, alto com postura altiva estava a frente do exército, usava um elmo prateado onde alguns fios de cabelos castanhos ficavam visíveis se sobressaindo apesar do elmo, segurava sua espada firme e escudo.Ao seu lado direito seu irmão Páris com seu escudo e espada firmes.Atrás deles o exército troiano completamente destemido mesmo parecendo estar diante da morte em forma de milhares de gregos.- Aqueles são Agamenon, Menelau e Odisseu.- Hermes apontou para os dois homens parecidos que eu havia notado, Agamenon era o mais e com uma expressão de ódio.Menelau fitava Páris com ódio extremo, e Odisseu parecia analisar cada soldado a sua frente.- Aquele ali é Aquiles filho do rei Peleu e da deusa Tétis, o melhor guerreiro grego, aqueles ao seu redor são os mirmidoes, seus guerreiros.- explicou Herm