Me aproximei da amurada para ver melhor todos lá embaixo, Hermes me acompanhou disposto a me informar quem eram.
Heitor um homem, alto com postura altiva estava a frente do exército, usava um elmo prateado onde alguns fios de cabelos castanhos ficavam visíveis se sobressaindo apesar do elmo, segurava sua espada firme e escudo.Ao seu lado direito seu irmão Páris com seu escudo e espada firmes.Atrás deles o exército troiano completamente destemido mesmo parecendo estar diante da morte em forma de milhares de gregos.
- Aqueles são Agamenon, Menelau e Odisseu.- Hermes apontou para os dois homens parecidos que eu havia notado, Agamenon era o mais e com uma expressão de ódio.
Menelau fitava Páris com ódio extremo, e Odisseu parecia analisar cada soldado a sua frente.- Aquele ali é Aquiles filho do rei Peleu e da deusa Tétis, o melhor guerreiro grego, aqueles ao seu redor são os mirmidoes, seus guerreiros.- explicou Herm
O quarto cheirava a flores e óleos perfumados, eu me sentia completamente aquecida não só no corpo mas no coração também.Sentia como se estivesse em meu quarto no Olimpo antes de tudo acontecer, quando eu o sentia como meu lar.Forcei a meus olhos se abrirem, minha estava turva, o que me permitiu somente ver uma figura embaçada diante de mim.Mas reconheci uma cor.Vermelho.- De a ela o néctar agora Hermes.- uma voz familiar ordenou.Outra figura, bem maior que a anterior se aproximou de mim e inseriu o néctar em minha boca.Aos poucos minha visão foi se fixando, melhorando até que vi claramente Héstia a deusa do lar parada em frente a minha cama, ao meu lado da cama Hermes estava.Tentei me levantar mas me sentia com náuseas.- Deite-se criança, precisa descansar. Fez um grande esforço ontem.- Héstia recomendou.<
Já haviam se passado alguns dias desde aquela noite da qual fiz surgir um terremoto.Estive tão debilitada que só hoje estava finalmente me de pé caminhando pelo jardim da casa de Hermes, esse jardim era tão diferente do jardim de Hades, embora fosse lindo e bem cuidado era completamente diferente, aqui não havia cores nunca vistas ou imaginadas.Era um jardim luminoso e comum, com suas rosas, uma mesa onde algumas vezes tomei café da manhã com Hermes.Será que eu estava sentindo falta do mundo inferior? Ou talvez de Hades?Hades...Esses dias meus pensamentos foram inúmeras vezes sobre ele, e sobre nossa última conversa.Fiquei repaginando sobre a verdadeira história da titanomaquia e o papel de Hades nela, devorado pela segunda vez pelo titã Cronos seu próprio pai, abandonado pelos dois irmãos e ter permanecido sozinho até Reia o ajudar, após isso conseguiu cumprir sua missão com o elmo das trevas r
HermesHécate estava parada a porta observando enquanto eu consolava Perséfone, a deusa sombria havia surgido sem que eu me desse conta.Levantei para responder que não era uma mentira o casamento, mas é claro que Perséfone se adiantou.- Não que isso seja da sua conta Hécate, mas eu e Hermes somos só amigos.- Respondeu Perséfone secando as lágrimas de imediato.- Porque tem algum interesse em mim?- alfinetei Hécate, que me encarou com desdém.- Em relação a você só sinto indiferença.- retrucou ela com frieza.Sorri daquilo, frieza era a última coisa que eu causava no sexo oposto.- Pode sentir indiferença do seu quarto então? - indagou Perséfone visivelmente desconfortável com a presença súbita de Hécate.- Vim aqui porque queria saber seus planos para impedir Hera de vencer essa guerra.- retrucou
Hermes.- Confie em mim, vai ser mais seguro fazer isso para nós dois.- tentei convencer Hécate enquanto ela se levantava da cama amarga revirando os vidros de ervas na mesa.- Está fazendo isso só por você, não finja que é por um bem maior seu ridículo.- exclamou Hécate.- Você só precisa colocar uma proteção na casa, de modo que eu esteja tranquilo de que no meio da noite ele não vai aparecer na cama dela.- respondi a seguindo até a mesa.Ela me encarou totalmente aborrecida coisa que eu não me importava nenhum pouco.Hécate juntou dois vidros com ervas de cores diferentes, puxou uma caneca fazendo água surgir nela com um toque, misturou o conteúdo dos dois vidros em uma pequena quantidade na caneca.A entregou a mim.- Só isso? O que exatamente eu devia fazer com essa água suja?- indaguei, era muito incompetente.
Perséfone.O dia se despedia, observei o sol descer lentamente pela janela aberta, o céu assumir uma cor alaranjada do entardecer, o vento soprando e adentrando no cômodo.Aquilo tudo estranhamente me fazia me sentir um tanto melancólica, passara o dia deitada nessa cama tentando não pensar em nada, embora tantas coisas requeriam minha atenção, mas me julguem estava cansada de lutar.Toda a viagem para fora do mundo inferior e na primeira chance que tive causei mais mortes, era uma piada mórbida só podia ser.Me levantei da cama, e alisei o colar em meu pescoço me perguntando se não seria melhor tira-lo agora e anunciar para Ares que não estava mais sobre a proteção de Hades, que ele viesse me reivindicar como desejava, era inútil estar aqui mesmo.- Pare de se martirizar, vai ficar ai sentada sentindo pena de si mesma?- Hécate pronunciou surgindo a porta.A encarei parada
PERSÉFONE Encarei a mesa posta cuidadosamente no jardim, a lua nova no céu estrelado fazia a noite parecer mágica, os deuses estariam com seus olhares voltados para tróia nesse momento? Deméter desconfiava que eu não vivia mais no mundo inferior? Estariam em banquetes agora com toda certeza.O vestido vermelho que Hermes escolheu para essa noite me parecia um tanto exagerado para um jantar onde viria só duas convidadas.Alisei o vestido em mim, seu tecido era tão macio...O jardim estava sendo todo enfeitado com diversas flores, adornos, cadeiras eram postas em sintonia, a porta da casa foi aberta e as servas limpavam o chão com rapidez, a grande mesa do salão era arrumada com inúmeras talheres de prata, toda a casa estava em um grande fluxo de movimento.Nikólaos caminhava de um lado para o outro selecionando os pratos que eram apresentados a ele, até que uma serva me mostrou um prato onde continha um ensopado qu
Hécate Me desmaterializei em névoa e surgi a alguns km da praia onde o acampamento dos gregos se estendia por toda a areia clara, milhares de tendas erguidas, fogueiras acesas, homens conversando, afiando espadas e se alimentando.Um número considerável de guerreiros, no mar a frente navios em quantidade considerável.- Demorou.- Hermes exclamou me fazendo pular de susto, não havia percebido sua presença na penumbra da árvore.- Parece uma alma fugida do próprio submundo.- exclamei.Ele me encarou com indiferença e logo voltou seus olhos para o acampamento.- É um grande exército, tróia vai cair.- Hermes constatou.Caminhei para perto dele e observei mais atentamente o exército.- São apenas homens, nós somos deuses, são formigas nos nossos pés.- exclamei.
Hermes A visão era muito clara, Perséfone já estava na presença de Hades, me desmaterializei pensando nela e apareci no meio de uma praça, onde estava reunida uma multidão de mortais comemorando o dia dedicado a Ártemis.Corri os olhos por todo lugar procurando Perséfone sem sucesso, mas a ligação que agora tínhamos me puxou como um imã para um beco escuro onde a vi nos braços dele, sem pensar duas vezes corri a toda velocidade e a tirei dele nos desmaterializando para longe.A levei para o único lugar seguro dele. Casa. - O que você fez?!- Perséfone gritou possessa ao chegarmos no seu quarto. - Impedi que você fosse raptada.- respondi a primeira coisa que me veio a mente.Ela me encarou incrédula e a porta do quarto se abriu revelando Hécate e suas vestes escuras como sempre. - A casa está se enchendo