Hermes
A visão era muito clara, Perséfone já estava na presença de Hades, me desmaterializei pensando nela e apareci no meio de uma praça, onde estava reunida uma multidão de mortais comemorando o dia dedicado a Ártemis.
Corri os olhos por todo lugar procurando Perséfone sem sucesso, mas a ligação que agora tínhamos me puxou como um imã para um beco escuro onde a vi nos braços dele, sem pensar duas vezes corri a toda velocidade e a tirei dele nos desmaterializando para longe.A levei para o único lugar seguro dele. Casa.- O que você fez?!- Perséfone gritou possessa ao chegarmos no seu quarto.
- Impedi que você fosse raptada.- respondi a primeira coisa que me veio a mente.
Ela me encarou incrédula e a porta do quarto se abriu revelando Hécate e suas vestes escuras como sempre.- A casa está se enchendo
PERSÉFONE A sala de recepção estava completamente impecável, Nikólaos havia feito um ótimo trabalho, os convidados estavam chegando e nos comprimentando, todos com belas Roupas.Helena e Cassandra ainda não haviam chegado.Andei pela casa e me servi de mais vinho, a casa estava cheia com rostos que nunca vi, observei Hermes cumprimentar a todos que pareciam conhece-lo bem.Hermes...ainda sentia muita raiva dele havia estragado tudo com Hades.- Tente sorrir, ou pensaram que está passando por uma crise matrimonial.- Hécate surgiu ao meu lado, estava impressionante em um vestido da cor de seus olhos, segurava uma taça de vinho nas mãos enquanto falava.- Você sabe que não existe casamento de verdade. - murmurei.- Eu sei, mas eles não sabem e não queremos chamar atenção indesejada.- respondeu seus olhos fixos nos meus.<
PERSÉFONE A festa dedicada a Ártemis ia bem, Helena agora me considerava uma amiga e eu me comprometi a tentar descobrir como realmente estava Menelau, como estava seu estado de saúde.Kira se juntou a nós junto de Nikólaos, Hermes a apresentou como sua sobrinha assim com Nikólaos era conhecido como sobrinho.Mas ainda sim vi os olhares maliciosos de alguns, Kira era jovem e bonita, mortais percebiam coisas assim mas não percebiam que havia três deuses entre eles.- Esse vinho está maravilhoso, devo dizer que vou procurar seu fornecedor Hermes, Dioniso teria inveja.- elogiou Raul, um comerciante rico.- Não toque no nome dele ou ele pode querer vir aqui experimentar o vinho e consequentemente leva-lo de nós.- brincou Hermes para o homem que riu.Páris e Helena se despediram de nós algumas horas depois de terem chega
Perséfone Caminhei de volta para a enorme casa, atravessando todo o jardim e me sentindo completamente diferente.Dentro daquela casa o amigo em quem mais confiava que nunca me abandonou havia agido pelas minhas costas, mentido e consequentemente me ferido profundamente.Ele sabia dos meus sentidos por Hades e ainda sim fez de tudo para que eu não o visse.Ao entrar na sala me deparei com Hermes em pé, não estava vestindo suas roupas habituais de um nobre de tróia, ao em vez disso estava mais como ele mesmo.Segurava seu Caduceu com suas serpentes entrelaçadas, na parte superior era adornado por asas, usava suas sandálias aladas juntamente com sua bolsa de viajante, estava estava exatamente como eu o acostumara ve-lo, os olhos azuis não estavam tão brilhantes como normalmente eram.Agora me encaravam enquanto atravessava a sala.- Os servos podem ver você.
PERSÉFONETodo meu corpo parecia estar queimando, meus pés tocavam um solo que parecia estar em chamas, olhei ao redor e só o que vi foi fogo...O ar era denso e parecia veneno, ouvi uma voz cortante murmurar palavras desconexas.Então abri os olhos e encarei o teto do meu quarto, no começo minha visão estava turva, minha mente um tanto confusa.- Perséfone? - uma voz me chamou pelo nome e corri os olhos pelo meu quarto em busca do dono dela.Ao meu lado segurando minha mão de maneira delicada estava Hades, seus olhos fixos em mim.- Hades? - murmurei e apertei sua mão.-Estou aqui minha amada.- respondeu ele com olhos ansiosos para mim.Mas Hades não parecia como sempre, sem sua roupa negra de batalha habitual, não via também seu elmo das trevas ou sua arma mais letal, o garfo.Ao contrário disso, vestia roupas mortais, seu rosto an
PERSÉFONE - Eu poderia matar Menelau no meio do duelo.- sugeriu Hécate como se matar uma vida humana fosse algo que estivesse acostumada, estavamos juntas na muralha, ao meu lado alguns nobres aguardando o duelo que logo começaria, a lua já se erguia no céu e a nossa frente o exército grego marchava ao longe até nós.Não sabia onde estava Helena, mas o rei a rainha e toda a família real estava já aqui aguardando.- Hécate não mataremos ninguém, muito menos o protegido de Hera.- murmurei tomando o cuidado para não ser ouvida, me lembrei das palavras de Ares ao agredir tão cruelmente Hécate.- Mas Hades irá intervir caso o troiano falhe, não podemos deixar que Hera vença!- replicou.Encarei Hécate com seus olhos violetas vibrantes, seu cabelo negro preso em uma trança e pensei na intensidade do ódio que ela nutria contra Hera, a rainha tinha m
Perséfone A luz do luar iluminava o que agora se tornara uma batalha há muito desejada por ambos os guerreiros, Páris avançou com ímpeto contra Menelau que se defendeu bem, seu olhar preso em cada movimento de seu inimigo, o ressoar das espadas uma contra a outra era o único com som que eu ouvia, estava presa naquela batalha, os dois se atacavam mutuamente mas o que eu esperava que se tornaria um embate longo e demorado me surpreendeu.Não só a mim, mas como a todos, Menelau parecia no começo está se contendo, mas com toda a certeza agora não estava mais.Combatia com força e agilidade e seus olhos procuravam Helena na muralha vez ou outra, Páris se limitava a se desviar de suas investidas embora na maioria das vezes falhasse, naquele momento notei a intenção de Menelau, havia tido diversas chances de ferir mortalmente Páris, mas não o fazia, o feria de modo humilhante e não mortal.Ao menos não ainda, queri
PERSÉFONE O Palácio ainda era exatamente igual eu me lembrava, majestoso e sombrio.Hécate observava tudo atentamente curiosa.Era estranho estar de volta, mesmo que fosse por pouco tempo.És nos guiou para uma sala, onde notei estava muito familiarizado.Era seu escritório percebi.Amplo, com uma mesa encostada a parede, dois sofás pretos e a parede toda decorada de livros.- Eu fiquei pensando sobre o destino inevitável de Tróia desde que você partiu Perséfone e se esse destino pudesse ser evitado?- indagou Éaco parado a nossa frente, seus olhos emitiam um brilho diferente agora.Fez sinal para que nós ficassemos a vontade.Hécate caminhou pela sala analisando cada um dos livros, Hades permanecia ao meu lado.- Não se pode desfazer o que as moiras teceram.-argumentou o deus dos mortos.- Mas é exatamente isso que Perséfone vem tentando fazer
PerséfoneTânatos observou minha reação diante de seu adjetivo para mim, rainha do submundo?Era a última coisa que eu era.- Não sou rainha do submundo.- informei.- Tânatos vamos conversar depois.- proferiu Hades de repente.- O que mais está acontecendo aqui no mundo inferior Tânatos?- indaguei, algo na expressão de Hades me dizia que alguma coisa estava errada.- Antes de você partir as almas estavam fazendo a passagem muitas delas com intromissão divina, isso mexe com o equilíbrio natural das coisas e dos destinos, você deixou aqui sua árvore da consciência o que ajudou na organização do mundo inferior, mas com Hermes desaparecido....- Tânatos não precisou terminar a frase.- Hermes que guiava as almas para o mundo inferior, sem ele elas não chegam aqui!- exclamei finalmente entendo o impact