PERSÉFONE
- Eu poderia matar Menelau no meio do duelo.- sugeriu Hécate como se matar uma vida humana fosse algo que estivesse acostumada, estavamos juntas na muralha, ao meu lado alguns nobres aguardando o duelo que logo começaria, a lua já se erguia no céu e a nossa frente o exército grego marchava ao longe até nós.
Não sabia onde estava Helena, mas o rei a rainha e toda a família real estava já aqui aguardando.- Hécate não mataremos ninguém, muito menos o protegido de Hera.- murmurei tomando o cuidado para não ser ouvida, me lembrei das palavras de Ares ao agredir tão cruelmente Hécate.
- Mas Hades irá intervir caso o troiano falhe, não podemos deixar que Hera vença!- replicou.
Encarei Hécate com seus olhos violetas vibrantes, seu cabelo negro preso em uma trança e pensei na intensidade do ódio que ela nutria contra Hera, a rainha tinha m
Perséfone A luz do luar iluminava o que agora se tornara uma batalha há muito desejada por ambos os guerreiros, Páris avançou com ímpeto contra Menelau que se defendeu bem, seu olhar preso em cada movimento de seu inimigo, o ressoar das espadas uma contra a outra era o único com som que eu ouvia, estava presa naquela batalha, os dois se atacavam mutuamente mas o que eu esperava que se tornaria um embate longo e demorado me surpreendeu.Não só a mim, mas como a todos, Menelau parecia no começo está se contendo, mas com toda a certeza agora não estava mais.Combatia com força e agilidade e seus olhos procuravam Helena na muralha vez ou outra, Páris se limitava a se desviar de suas investidas embora na maioria das vezes falhasse, naquele momento notei a intenção de Menelau, havia tido diversas chances de ferir mortalmente Páris, mas não o fazia, o feria de modo humilhante e não mortal.Ao menos não ainda, queri
PERSÉFONE O Palácio ainda era exatamente igual eu me lembrava, majestoso e sombrio.Hécate observava tudo atentamente curiosa.Era estranho estar de volta, mesmo que fosse por pouco tempo.És nos guiou para uma sala, onde notei estava muito familiarizado.Era seu escritório percebi.Amplo, com uma mesa encostada a parede, dois sofás pretos e a parede toda decorada de livros.- Eu fiquei pensando sobre o destino inevitável de Tróia desde que você partiu Perséfone e se esse destino pudesse ser evitado?- indagou Éaco parado a nossa frente, seus olhos emitiam um brilho diferente agora.Fez sinal para que nós ficassemos a vontade.Hécate caminhou pela sala analisando cada um dos livros, Hades permanecia ao meu lado.- Não se pode desfazer o que as moiras teceram.-argumentou o deus dos mortos.- Mas é exatamente isso que Perséfone vem tentando fazer
PerséfoneTânatos observou minha reação diante de seu adjetivo para mim, rainha do submundo?Era a última coisa que eu era.- Não sou rainha do submundo.- informei.- Tânatos vamos conversar depois.- proferiu Hades de repente.- O que mais está acontecendo aqui no mundo inferior Tânatos?- indaguei, algo na expressão de Hades me dizia que alguma coisa estava errada.- Antes de você partir as almas estavam fazendo a passagem muitas delas com intromissão divina, isso mexe com o equilíbrio natural das coisas e dos destinos, você deixou aqui sua árvore da consciência o que ajudou na organização do mundo inferior, mas com Hermes desaparecido....- Tânatos não precisou terminar a frase.- Hermes que guiava as almas para o mundo inferior, sem ele elas não chegam aqui!- exclamei finalmente entendo o impact
Hades não aceitava o fato de que encontrar Hermes era uma prioridade, não reconhecia que gostando ou não Hermes era necessário.- Como ele planeja trazer as almas para o submundo se o seu guia sumiu?- Hécate me perguntava agora enquanto estavamos na sala de Éaco, que havia ido pegar alguns livros para completar sua estante.Eu esperava por ele para pensar em um plano para dois problemas, Hades parecia não estar disposto a resolver nenhum, o que eu não conseguia entender, a alguns dias atrás ao acordar e ve-lo a beira da minha cama acreditei que tudo estava bem, que estávamos juntos!Mas ao encontra-lo no duelo de Páris e Menelau estava completamente diferente.- Você está pensando no motivo do distanciamento de Hades de você em vez de estar pensando em uma maneira de ajudar os troianos e uma solução para encontrar Hermes!- acusou Hécate.- Não sei mais o que posso fazer por Tró
Encarei-o sem acreditar no que acabara de ouvi-lo pronunciar.Só podia estar delirando.- Não me importa se você decidiu por me afastar agora por causa desse beijo, vou encontrar Hermes e fazer pelo seu reino o que você mesmo não faz!- rebati.Ele não disse nada.Sai do ginásio o deixando sozinho com seu ódio por Hermes, agora eu estava realmente sozinha, tinha que encontrar Hermes e ao mesmo tempo proteger tróia dos gregos, acabar com toda aquela guerra.Precisaria de aliados.Caminhei pelo castelo procurando Hécate, até que passei em frente a uma porta muito conhecida para mim.Era meu quarto.Toquei a porta pensando nos bons momentos que tive aqui, mas eu precisava deixar isso para trás por enquanto Hades estava agindo como um tolo enciumado, nem se quer em seu reino ele pensava.- Perséfone? - Hécate me chamou.<
- Como ele foi parar lá? - perguntou ele enquanto eu me levantava.- Filha de Zeus.- uma voz exclamou de forma cortante.Eu e Éaco olhamos ao redor em busca da fonte da voz em vão.Não havia ninguém.- No rio seus idiotas.- viramos em direção onde a voz indicava.E para minha total surpresa na beira do rio havia uma figura humanóide, sua pele era quase transparente e sua altura considerável, seus olhos azuis muito claros estavam fixos em mim especificamente.- Volte para suas funções Aqueronte!- ordenou o juiz Éaco ao meu lado.O rio, ou melhor Aqueronte que era o rio riu diante da ordem de Éaco.- Quem é você para me comandar, outro filho bastardo de Zeus.- cuspiu as palavras como se fossem facas afiadas.Encarei Éaco que não discordou do adjetivo que o deus do rio o deu, mas
Eu estava presa sobre correntes grossas, meu corpo machucado e minha visão era só escuridão, exceto por uma tocha distante.- Você nos trouxe aqui, agora nos tire!- me surpreendi com a voz autoritária de Ares ao meu lado.- Estou fraco, se você não os tivesse atacado daquela maneira eu teria convencido eles que vim aqui por engano, que não fomos jogados nesse buraco por Zeus!- ouvi minha própria voz retrucar, mas não era minha voz...era a de Hermes.Aquilo era um sonho?- Calados ou vão atrair eles pra cá.- uma voz áspera exclamou irritado.- Quem é você para mandar eu me calar monstro!?- rebateu Ares.De repente a luz de outra tocha veio até o buraco frio e escuro, iluminando tudo inclusive quem a carregava.Era um ciclope horrível, caminhou até nós segurando um martelo que bateu com toda a força no rosto de Ares que o xingou.- Monstro tolo, eu sou o deus da guerra! Como ousa bater n
Hécate O meu retorno ao mundo dos vivos foi razoavelmente fácil, mas algo me incomodava de um modo que não me deixava pensar tão claramente.Talvez o fato de descobrir que Hermes havia levado Ares para o tártaro, teria sido com intenção?Ao retornar descobri que a cidade estava um caos, uma nova batalha se aproximava e Menelau exigia seu prêmio por ter vencido o duelo. - Senhora, o senhor Hermes e a senhora Perséfone não deram mais nenhuma notícia. Estávamos todos muito aflitos!- A jovem Kira veio me dizer na entrada da casa.- o príncipe Páris veio aqui varias vezes em busca de conselhos do mestre Hermes. - Mestre Hermes teve alguns problemas na viagem e sua esposa foi ajuda-lo.- respondi e me sentei no sofá. - Eles estão bem?- Nicolaos entrou pela porta e perguntou preocupado. Olhei para o jovem a minha frente e observei os mesmos olhos de Hermes, as mesmas feições.A