- Como ele foi parar lá? - perguntou ele enquanto eu me levantava.
- Filha de Zeus.- uma voz exclamou de forma cortante.
Eu e Éaco olhamos ao redor em busca da fonte da voz em vão.
Não havia ninguém.- No rio seus idiotas.- viramos em direção onde a voz indicava.
E para minha total surpresa na beira do rio havia uma figura humanóide, sua pele era quase transparente e sua altura considerável, seus olhos azuis muito claros estavam fixos em mim especificamente.- Volte para suas funções Aqueronte!- ordenou o juiz Éaco ao meu lado.
O rio, ou melhor Aqueronte que era o rio riu diante da ordem de Éaco.- Quem é você para me comandar, outro filho bastardo de Zeus.- cuspiu as palavras como se fossem facas afiadas.
Encarei Éaco que não discordou do adjetivo que o deus do rio o deu, mas
Eu estava presa sobre correntes grossas, meu corpo machucado e minha visão era só escuridão, exceto por uma tocha distante.- Você nos trouxe aqui, agora nos tire!- me surpreendi com a voz autoritária de Ares ao meu lado.- Estou fraco, se você não os tivesse atacado daquela maneira eu teria convencido eles que vim aqui por engano, que não fomos jogados nesse buraco por Zeus!- ouvi minha própria voz retrucar, mas não era minha voz...era a de Hermes.Aquilo era um sonho?- Calados ou vão atrair eles pra cá.- uma voz áspera exclamou irritado.- Quem é você para mandar eu me calar monstro!?- rebateu Ares.De repente a luz de outra tocha veio até o buraco frio e escuro, iluminando tudo inclusive quem a carregava.Era um ciclope horrível, caminhou até nós segurando um martelo que bateu com toda a força no rosto de Ares que o xingou.- Monstro tolo, eu sou o deus da guerra! Como ousa bater n
Hécate O meu retorno ao mundo dos vivos foi razoavelmente fácil, mas algo me incomodava de um modo que não me deixava pensar tão claramente.Talvez o fato de descobrir que Hermes havia levado Ares para o tártaro, teria sido com intenção?Ao retornar descobri que a cidade estava um caos, uma nova batalha se aproximava e Menelau exigia seu prêmio por ter vencido o duelo. - Senhora, o senhor Hermes e a senhora Perséfone não deram mais nenhuma notícia. Estávamos todos muito aflitos!- A jovem Kira veio me dizer na entrada da casa.- o príncipe Páris veio aqui varias vezes em busca de conselhos do mestre Hermes. - Mestre Hermes teve alguns problemas na viagem e sua esposa foi ajuda-lo.- respondi e me sentei no sofá. - Eles estão bem?- Nicolaos entrou pela porta e perguntou preocupado. Olhei para o jovem a minha frente e observei os mesmos olhos de Hermes, as mesmas feições.A
HADES - É melhor que eu vá com você Hades, para guiar você até Hermes estamos ligados.- Perséfone sugeriu.Olhei em seus olhos castanhos avermelhados, pareciam completamente esgotados.Tudo que ela havia passado nesses últimos anos, e tudo aquilo havia começado naquele bosque que eu a salvei.Acariciei seu rosto levemente e senti seu corpo tremer ao meu toque.- Volte para o castelo com Éaco Perséfone.- ordenei para ela.- Vamos Perséfone, Hades resolverá tudo.- Éaco tentou puxa-la para si em vão.- Hades Hermes está onde está por minha causa, nada mais justo que eu o ajude a sair disso! - Protestou ela se esquivando do juiz do mundo inferior.Como era teimosa, eu via a exaustão em seus olhos e ainda assim ela estava aqui de pé diante de mim protestando para salvar um canalha mentiroso como Hermes.- Sabe que ele não vale isso, eu o trago de volta e fi
PerséfoneEncarei o rio Lete imaginando como seria se eu mergulha-se nele ou bebesse, tudo seria esquecido ou talvez só o evento que me atormentava? Ares tentando me violar.Mas desse modo eu esqueceria de Hades, olhei para o homem ao meu lado, para seus olhos fixos no Lete e em suas ondulações, seus olhos cinzas claros concentrados parecendo pensar em mil coisas.Observei cada detalhe de seu rosto, o queixo desenhado, o nariz perfeitamente alinhado, a barba escura crescendo, senti vontade acaricia-lo.Mas não quis interromper seus pensamentos, então continuei observando seu cabelo agora, negro ondulado até a nuca e agora descia um pouco pela fronte.Hades não soltava seu garfo desde que atacou Aqueronte com ele, sua mão segurava firme ele eu podia ver, pensei sobre o destino e as Moiras tecendo ele nesse momento.Hades era meu destino com toda a certeza, tudo me levava de volta a ele, como se estivessemos conectados, e de alguma forma estava
Monte OlimpoOs deuses estavam em total discórdia, Afrodite havia se intrometido no duelo de Páris e Menelau descaradamente, Hera queria uma punição adequada e Zeus estava cansado de tantas reclamaçõe.- Exijo uma punição para ela, agora Zeus! Ela violou suas ordens de não se intrometer na guerra de tróia, tirou o príncipe troiano do duelo na frente de todos, ela precisa ser punida!- exclamou Hera furiosa.Zeus sentado em seu trono estava exausto das reclamações e exigências da esposa, ansiava por um pouco de paz que não tinha desde que a guerra de tróia se iniciou a anos atrás.A porta do salão foi aberta e a filha favorita entrou, com sua armadura reluzente, o escudo em uma mão e a espada na outra se aproximou do rei dos deuses e se ajoelhou diante dele retirando o elmo do rosto.- Meu pai, peço uma audiência.- pediu Athena sobre o olhar desconfiado de Hera.- Pode fal
Tróia dois dias antes.O corpo do Príncipe foi entregue ao rei, a cidade toda estava de luto por seu amado príncipe morto por Aquiles.Inúmeros preparativos para o ritual funerário eram postos em prática.- Senhora Hécate sua carruagem está pronta.- Me informou Nikólaos gentilmente.Eu estava sentada na varanda olhando o por do sol, enquanto bebia um copo de vinho.Meus pensamentos estavam uma verdadeira bagunça, a falta de notícias de Perséfone me atormentava e minha certeza de onde o tolo do Hermes estava me incomodava.Me levantei da cadeira e me dirigi a entrada da enorme casa, Hermes tinha bom gosto isso era indiscutível.Ao menos essa noite minhas vestes escuras não chamariam atenção era o funeral do melhor guerreiro de tróia.O que só me fazia pensar em como tróia se protegeria agora sem seu melhor guerreiro? Seus outros
Mundo inferior Estava ficando cada vez mais escuro, cada passo que dávamos para longe do mundo inferior que eu conhecia mais éramos envolvidos pela escuridão, Éaco e eu caminhávamos pelo caminho que agora não era mais arenoso, era uma superfície pedregosa com um declive, estavamos descendo.Olhei para Éaco iluminado com minha luz divina, minha pele agora nessa escuridão se iluminava em uma luz branca, não era nenhuma deusa do sol como o deus Hélio mas era o suficiente para vermos por onde descíamos.Hades nos acompanhava, mas ao contrário de mim não brilhava, seus olhos cinzas se mantinham alertas todo o tempo analisando todo o lugar, segurava o tempo todo o garfo como se a qualquer momento fosse enfiar em alguém.- Ainda bem que você está iluminando o nosso caminho, se dependesse de Hades aqui estaríamos cegos com toda essa escuridão.- comentou Éaco.- Você por
Eu assistia paralisada Hades despedaçar cada criatura que se arriscava se aproximar da barreira, não conseguiam nem toca-la porque ele sempre as puxava antes, as desmenbrava na nossa frente, seus olhos estavam completamente negros e seu rosto coberto de sangue negro.Passei a mão em meu rosto e o mesmo líquido espesso e malcheiroso estava em mim, Éaco vasculhou novamente sua bolsa e estendeu para mim outro pano que molhou com água de um pote.Peguei-o e limpei meu rosto.- Olhe para mim Perséfone.- pediu Éaco suavemente, segurou meu rosto e o virou para ele.- Hades, preciso ir até ele.- murmurei.Hades não precisava da minha ajuda, pelo contrário agora todas as criaturas começavam a recuar mas isso não o impedia de ir até elas e as despedaçar, cabeças por toda parte e sangue, muito sangue.- Deixe-o Perséfone, ele não é ele mesmo agora.- alertou ele.-