Eh?Eu não queria apenas que ele salvasse Sebastião, também precisava alertá-lo para ter cuidado com o Bruno.— Me manda a localização. — George disse, e logo desligou.Fiquei parada por alguns segundos antes de procurar a conversa com George no Line e enviar a localização.Após enviar a localização, olhei nossa última conversa e senti um aperto no peito, difícil de suportar.Saí rapidamente da conversa com ele, e nesse momento meu telefone tocou — era Pedro.Num piscar de olhos, senti um aperto no meu nariz, e não sabia exatamente o que aquilo significava, mas definitivamente estava com um aperto no coração.Tentei ignorar esse desconforto e atendi a ligação. — Alô?— O Tião foi pego pelo Bruno, você tem certeza disso? — Pedro perguntou, tenso.Eu expliquei a situação para ele em detalhes e, por fim, disse: — Ele foi agredido, então não tem erro, e... Renan me falou sobre um possível responsável por trás disso.— Responsável por trás disso? — Pedro parecia surpreso.— Isso, eu também
Instintivamente, eu gritei e a voz de Mirela também se fez ouvir: — Parem!Com essa palavra, Mirela correu até nós e os dois homens começaram a lutar com ela.Foi a primeira vez que percebi que Mirela sabia lutar. Cada movimento dela era preciso e implacável, forçando os dois homens que me seguravam a soltar-me para enfrentar ela.Fiquei paralisada por um momento, assistindo sem acreditar. Por um instante , até esqueci de ter medo.Porém, em questão de segundos, recobrei a consciência e corri para dentro da casa.Não era para fugir, mas sim para pegar um bastão de beisebol e atacar os dois homens.Não tinha a habilidade de Mirela, mas ainda assim tinha força. Não poderia simplesmente assistir Mirela lutando sozinha contra dois, enquanto eu me escondia.Não sei se era raiva reprimida, mas a cada golpe que dava, colocava toda a minha força, fazendo com que os dois homens se virassem contra mim.Eles tentaram tomar o taco de minhas mãos, mas sempre que tentavam, Mirela vinha com um golpe
Eu olhei para os dois homens no chão e disse: — Aqui também não é seguro, não é?Mirela ficou em silêncio por um momento e então respondeu: — É, mas quem vai decidir se podemos sair ou não é o George, não sou eu quem manda nessa história.Eu queria muito dizer: "Você não é a noiva dele?" Mas essas palavras cheias de amargor só iriam me fazer parecer ainda mais derrotada, então me calei.— Vamos entrar e esperar, ficar aqui em pé é cansativo. — Mirela falou, sem demonstrar qualquer desconforto.Olhei para os dois homens no chão e Mirela completou: — Eles não vão fugir.Ela os pegou, os amarraria e sua confiança me fez relaxar. Eu não precisava me preocupar mais.Mirela me seguiu até a sala da casa, olhou ao redor e comentou: — A decoração dessa casa tem uma boa atmosfera, parece que tem uma mulher na casa.Ela teve a mesma impressão que eu.— Não tenho certeza. — Eu respondi, sinceramente.Quando entrei no espaço privado de Miguel, também observei seu armário, mas não havia nenhum v
Ela realmente não tem vergonha de falar.Com o sorriso estampado no rosto dela, eu também sorri de volta. — Não concordo.— Não gosta do Anthony? — Ela perguntou com naturalidade.Eu respondi igualmente, sem rodeios: — Não, não gosto. Além disso... se eu me casasse com o Anthony, teria que me referir a você e ao George de um jeito que me colocaria numa posição inferior. — Haha. — Mirela riu novamente, com uma risada franca e contagiante. — Faz sentido...— Se eu realmente tivesse que me casar com alguém da Família Furtado, eu priorizaria seu irmão. Claro, ele é um pouco mais velho, mas é rico e, provavelmente, não vai viver tanto quanto eu. Quando ele morrer, toda a fortuna será minha. Além disso, você e o George teriam que me tratar com um certo respeito. — Desta vez, deixei minha mesquinhez bem clara.— Essa ideia até que é boa, mas você teria que lidar com minha cunhada primeiro e depois passar pelo obstáculo da Elisa. — Mirela realmente sabia tudo sobre as merdas de seu irmão.Nã
Fiquei perplexa, virando as páginas com mais cuidado. Não queria perder nenhuma informação.O próximo registro foi feito antes dele voltar ao país, e dizia: "Mais de mil e quatrocentos dias, já está na hora de voltar."Mil e quatrocentos dias, que eram exatamente quatro anos.Continuei folheando e então encontrei uma página com a inscrição: "Ela finalmente não é mais dele."Olhei para a data e percebi que era exatamente o dia em que eu e Sebastião estávamos prestes a nos casar.Foi naquele dia que eu descobri que Lídia estava morando no apartamento que eu compartilhava com Sebastião, e foi naquele dia também que eu o deixei esperando, oficialmente rompendo nosso relacionamento.Com essas informações, senti um calafrio na espinha. Respirei fundo e estava prestes a virar mais uma página, quando ouvi o som de um carro estacionando do lado de fora.Embora eu não soubesse quem estava chegando, não podia continuar a ler aquele diário, então coloquei-o de volta no lugar e desci as escadas.Mi
A cor dos olhos de George escureceu um pouco, e ele virou-se para Mirela.Ela ergueu uma sobrancelha, com uma expressão de quem disse tudo o que precisava.Ela parecia tão à vontade na presença do George, como se não tivesse nenhum medo ou receio dele. — Diz a ela, para não ficar enrolando. — Mirela falou também.George voltou a olhar para mim.— Se for embora, vá arrumar suas coisas...— George. — Eu o interrompi. — Por que você não responde de forma direta?— Eu vou me afastar, vocês podem conversar. — Mirela disse antes de se afastar.George permaneceu onde estava, de frente para mim.— E o que você acha, que eu tenho algum motivo oculto?Ele acabou me devolvendo a pergunta. Fiquei irritada, Mirela me deixou com a pulga atrás da orelha, e agora George estava jogando com palavras também.Ele não queria falar, isso era claro.— George, se você não quer dizer, não precisa. No fim das contas, qualquer motivo que você tenha já não tem mais nada a ver comigo. E mesmo que eu descubra,
Meu passaporte e identidade ainda estavam no hotel.Mirela lançou um olhar para mim, depois para George, e voltou a mexer no celular.George não disse nada, como se minhas palavras tivessem sido ignoradas.Não repeti, porque sabia que ele tinha ouvido.Como esperado, meia hora depois, o carro parou em frente ao hotel. Eu estava prestes a sair quando o George disse:— Mirela, acompanhe-a lá para cima.Foi neste mesmo hotel que o Renan me levou embora naquela vez. Ele estava claramente preocupado de que algo parecido pudesse acontecer de novo.— Estou com fome, vou ali comprar algo para comer. — Mirela, no entanto, recusou.George olhou para ela, mas Mirela nem sequer o encarou. Ela simplesmente foi embora.Essa mulher tem uma postura incrível, e talvez seja por isso que ela consiga atrair o George.Já ouvi alguém dizer que uma mulher nunca deve levar um homem muito a sério, porque só assim ele é que vai levá-la a sério.Talvez seja verdade. Tanto com Sebastião quanto com George, eu semp
Era a voz de Bruno.Naquele momento, George e eu vínhamos no monitor de segurança que Mirela, segurando um café na porta da loja, teve os braços agarrados por dois homens, um de cada lado, e foi rapidamente levada para dentro de um carro.Dessa vez, os dois homens enviados por Bruno foram eficientes, sem dar a Mirela qualquer chance de reação.— Pelo visto, você está realmente ansioso para me ver? — George fitou a tela, sua voz carregada de frieza.— Estou ansioso demais. — Bruno respondeu, palavra por palavra, um tom sombrio escorrendo de sua voz.Eu podia sentir o ódio dele. Se George fosse até lá, com certeza não seria coisa boa.— Certo, eu vou. — George concordou sem hesitação.— Então, boa viagem. Ah, e traga a sua bela acompanhante com você. — As palavras de Bruno me fizeram estremecer, e instintivamente olhei ao redor.Mas a loja estava vazia. Virei-me para a janela e vi um carro parado do outro lado da rua, com o vidro abaixado.No momento em que olhei, alguém dentro do veícul