Entre as lágrimas, a silhueta dele se tornou borrada...Desde a primeira vez que o vi, quantas vezes olhei para suas costas, e agora essas não têm mais nada a ver comigo.Minhas lágrimas não caíram por muito tempo. Mais do que tristeza, o que eu sentia era raiva. Raiva de George, que desistiu de mim por um simples mal-entendido; raiva dele, que, assim como qualquer outro homem, quando alcança seus objetivos, despreza as pessoas ao seu redor.Ele pode dizer que vai desistir facilmente, e eu também não vou ficar correndo atrás dele.Quando recebi as mensagens de Miguel e Sebastião, eu estava saindo do banho e prestes a dormir. Eles perguntaram como estava indo meu relacionamento com George, mas eu não queria responder, pois, se eles soubessem, responderiam apenas para me consolar ou aliviar sua culpa, o que não ajudaria em nada. Além disso, eu gastaria mais energia explicando.Então, ignorei as mensagens deles, não respondi a nenhuma. Mas respondi à mensagem da Luana.Essa mulher, quan
George vai se arrepender?Eu não sei, mas só de pensar que ele foi embora de maneira tão decidida, meu peito dói muito.A cada segundo que passa, essa dor se intensifica, e é uma dor que me faz passar a noite inteira rolando na cama, sem conseguir dormir de jeito nenhum.Quando me separei do Sebastião, eu não parecia sentir tanta dor assim.Quando o dia amanheceu, levantei, me arrumei e fui para o trabalho.Lá, eu poderia ver o George, e eu queria ver como ele estava, já que essa noite foi tão difícil para mim.Para disfarçar o cansaço, passei uma maquiagem bonita e fui para a empresa.Justamente quando cheguei, encontrei o Edgar no hall da empresa. Ao me ver, ele acenou com a mesma empolgação de sempre, como se tivesse encontrado um familiar perdido há muitos anos.— Diretora Carolina, bom dia.— Bom dia, Sr. Edgar! — Respondi, fazendo um leve aceno com a cabeça.— Como assim, só você? Seu "acompanhante" não veio com você? — Edgar perguntou, sorrindo com aquele jeito descontraído.A p
Mesmo quando comete um erro, Edgar nunca vai diretamente te criticar ou te xingar. Ele sempre encontra uma maneira de te alertar de forma indireta, para não te deixar desconfortável, mas ao mesmo tempo te motivar a seguir em frente.Ele vive rindo e brincando, sendo o chefe, mas parece que não faz nada. No entanto, todo mundo sob sua liderança trabalha com afinco.Eu também entro na brincadeira e falo:— Se eu demoro para fazer as coisas, fico com pena do Sr. Edgar.Edgar ri de leve.— Mas eu não te pressiono, Carolina. E além disso, o trabalho nunca acaba. Não há necessidade de tanta pressa.Nunca vi um chefe que não pressione seus funcionários para trabalhar mais. Edgar é o primeiro que eu encontro assim.Como ele só quer o bem, se eu não aceitasse sua boa vontade, seria só para fazer charminho, então aceitei de boa.— Ok, vou lembrar disso.— Você emagreceu bastante, está se sentindo mal? — Edgar não deu atenção aos documentos que eu estava enviando para aprovação, e começou a puxar
Cachorro!Nem quer saber de mim e ainda faz esse jogo.Parece que, no fundo, ele ainda se importa. Se for assim, talvez a Luana tenha razão, e eu precise saber como lidar com ele.— Sr. Edgar, hoje à noite eu já tenho outro compromisso, mas amanhã podemos jantar juntos.Ele imediatamente ficou animado.— Ah, claro! E o George vem também?— Eu tenho outros planos. — George respondeu, frio, recusando.Edgar estava prestes a falar algo, mas eu o interrompi.— Sr. Edgar, amanhã vou te levar a um lugar que você nunca foi antes.— Sério? — Edgar fez cara de surpresa. — Um lugar que eu, Edgar, nunca fui? E o George, será que ele já foi?Ele sempre inclui o George nas conversas, e eu já sei o motivo: Edgar sabe que o George é o príncipe herdeiro.Ele tem medo de desagradar o George, caso contrário, poderia acabar sendo o "bode expiatório".Nesse momento, o elevador chegou, e George saiu de uma vez, sem dar atenção a ninguém.Edgar abriu a boca, mas não falou nada. Olhou para mim e disse, com u
Embora, na última competição, George tivesse me mostrado a gravação, eu não estava lá, no evento.— Tudo bem, vou te deixar com o melhor ingresso. — Pedro sorriu para mim.— Pedro, boa sorte. — Eu disse, fazendo um gesto de força com o punho.Pedro assentiu.— Você também tem que cuidar da sua saúde.— Sim, agora mesmo vou comer alguma coisa e dormir. — Eu respondi, com os olhos começando a pesar.Depois de uma noite sem dormir e de um dia inteiro sem sentir sono, finalmente, meu corpo pedia descanso. Eu estava pronta para deixar o celular de lado e cair nos braços de Morfeu.— Corre lá, deixa o George preparar algo bom para você se recuperar. — Pedro deu suas últimas instruções antes de encerrar a ligação.Eu joguei o celular de lado e olhei para a cozinha, que estava escura e silenciosa.Eu até gostaria que ele preparasse algo para mim, mas ele teria que querer fazer isso também.Ele estava tão orgulhoso, tão arrogante, e eu me perguntava até quando ele conseguiria manter isso.Com e
— Diretora Carolina, você chegou! Pensei que você não tivesse vindo.Eu estava prestes a verificar se o café da manhã tinha sido jogado no lixo por alguém, quando Edgar entrou carregando uma sacola.— Aqui, café da manhã!Ao ouvir essas palavras, tudo ficou claro para mim.O café da manhã chegou, mas não era mais aquele que o Miguel costumava trazer.Eu não disse nada, apenas o encarei, pois sabia que ele não traria o café da manhã sem motivo.Como esperado, ao colocar a sacola sobre a mesa, ele explicou:— Hoje, o George me chamou para fazer hora extra às cinco da manhã. Estava morrendo de fome, então comi o café da manhã que estava na sua mesa. Esse aqui é para compensar.Essa mentira não me convenceu nem um pouco, mas eu já estava cansada de desmenti-lo.— Não precisa compensar, já comi.Na verdade, eu não tinha comido nada. Não sei por quê, mas nos últimos dias perdi o interesse pela comida, e como se eu tivesse perdido a capacidade de sentir fome, até tenho náuseas quando como.—
Na verdade, eu realmente queria muito comer aquelas coisas, mas, se eu tivesse comido, teria satisfeito o desejo do George de, secretamente, me compensar.Eu não podia deixá-lo satisfeito. Queria que ele continuasse pensando em mim, mas sem poder fazer nada a respeito.Ainda bem que eu tinha alguns lanches guardados no armário. Quando estava prestes a pegá-los, o telefone do escritório tocou.Com uma mão, peguei o lanche e, com a outra, atendi o telefone:— O quê? A situação é grave? Estou indo agora mesmo.Ao desligar o telefone, larguei o lanche e me levantei imediatamente.A ligação era de um dos funcionários, que contou que, além de ser dificultado durante a negociação de um projeto, ele ainda havia sido agredido pela outra parte.Isso era algo sério.Quando alguém do meu time é desrespeitado, significa que estão desrespeitando a mim. Peguei o carro e fui direto ao local.— Diretora Carolina, eu juro que não entrei no vestiário feminino deles. Eles estão me acusando injustamente! —
— Ai, aí, dói, dói... — O homem que tinha a mão pisada gemia de dor.Miguel continuava firme, pressionando a mão do homem com o pé, mas seus olhos estavam fixos em mim.— Você está bem?— Eu estou, mas meu celular não teve a mesma sorte. — Quando terminei de falar, Miguel olhou para o celular que estava no chão, totalmente destruído.— Sr. Miguel, Sr. Miguel... — Oscar correu para o lado, estendendo as mãos como se quisesse segurar Miguel, mas hesitava, ficando apenas parado ali.— Pai, está doendo muito. — O homem no chão esticou a outra mão em direção a Oscar.Quando ouvi aquele "pai", tudo ficou claro. Não era de se admirar que aquele canalha no chão fosse tão arrogante. Ele tinha o pai para apoiá-lo.— Sr. Miguel, será que poderia aliviar a mão e soltar meu filho? — Oscar implorava a Miguel.Assim que terminou de falar, o filho soltou um grito ainda mais desesperado.— Sr. Miguel, Sr. Miguel! — Oscar parecia desesperado, quase andando em círculos.Miguel não deu atenção a ele. Em v