Murilo entregou um lenço a Larissa, que suspirou, aceitou e soltou uma educada “desculpa”, secando as lágrimas.Murilo, alguns anos mais velho e experiente nos complicados assuntos do coração, ficou em silêncio. Relações amorosas, ele sabia, muitas vezes eram um fardo e desgastavam a vontade das pessoas.- Já avisei Enrico para vir te buscar. - Anunciou Murilo.No início, Larissa queria recusar. - Não precisa, está tão tarde, não quero incomodar o professor Enrico. - Rejeitou Larissa.- Esta noite você precisa de um lugar para ficar. - Disse Murilo, lançando um olhar para ela.Era verdade. No cruzeiro, não em terra firme, não dava para ser expulsa de “casa” e encontrar um quarto em qualquer hotel gastando um pouco de dinheiro. Ela certamente não podia passar à noite no mesmo quarto com Murilo.Eles estavam sendo corretos, mas se alguém viesse eles, podia não pensar assim. Era como ela e Enrico, aos olhos do Walter, parecia que algo já havia acontecido.Walter levou Susana com ele. N
Larissa pensou que ela e Walter provavelmente não se separariam de forma amigável, mas nunca imaginou que eles chegariam a aquele ponto.Em fim, Walter entregou ela, de uma maneira ou de outra, não importava como, mas ele fez.A espada de Dâmocles, que pairava sobre a cabeça de Larissa, finalmente caiu.Ela pensou que era melhor assim.Ela era uma pessoa sentimental, enquanto Walter destruía aqueles sentimentos com suas próprias mãos.Larissa colocou a broche de volta na mesa de cabeceira.O objeto era muito valioso, ela com certeza devolveria amanhã para evitar que Walter encontrasse uma desculpa para causar problemas.Ela se levantou, apoiando seu corpo dolorido, ligou o abajur à cabeceira da cama e arrumou o casaco de Enrico, o colocando com cuidado no sofá.Só então ela voltou para a cama, puxou o cobertor, se deitou e se encolheu sob ele.Ela estava exausta, fisicamente e mentalmente, então ela dormiu rapidamente.Mas o sono não era pesado.Não apenas por causa do seu estado emoci
Larissa fechou os olhos, sem entender como tinha cometido um erro tão básico ao apenas estar doente.- Você tem alguma roupa que eu possa usar? Qualquer coisa está ótimo. - Perguntou Larissa, à funcionária, depois de pensar por um momento. Em resumo, ela não poderia aparecer na frente de Enrico sem roupa.- Posso emprestar meu uniforme? - Disse a funcionária, em choque.- Pode ser. - Respondeu Larissa.- Então, espere por mim por uns dez minutos. Vou buscar agora. - Disse a funcionária.- Obrigada. - Agradeceu Larissa.A funcionária saiu do banheiro, fechando a porta do quarto atrás dela.Larissa, sem tomar um banho, usou uma toalha úmida para se limpar, vestiu um roupão e saiu.Ainda tonta, ela tropeçou em um tapete perto da porta do banheiro e quase caiu na cama do lado oposto.Antes que ela pudesse se levantar, Walter invadiu o quarto....A doença realmente causou um caos....Era claro que Larissa não iria explicar nada para Walter. Se ele quisesse pensar dessa forma, era melhor.
Larissa compreendeu a preocupação de Enrico, como considerava ele um amigo, ela foi franca.- Professor Enrico, fique tranquilo. Não estamos envolvidos em nenhum negócio ilegal. Era uma promessa que fiz ao Sr. Murilo. Se ele conseguisse me salvar, eu concordaria em trabalhar para o Grupo Dias e assinaria um contrato de trabalho de cinco anos. O retorno que eu proporcionaria a ele nesses cinco anos, com base em minha capacidade de trabalho, seria no mínimo equivalente ao do projeto do antigo centro da cidade. - Confessou Larissa.Grupo Dias também havia feito uma oferta a ela antes. Entre as duas empresas fora do estado que ela considerou anteriormente, uma era o Grupo Campos, e a outra era o Grupo Dias. No entanto, após uma análise detalhada, ela considerou que o Grupo Campos seria mais adequada para ela. Por isso, ela não entrou em contacto com o Grupo Dias.Ontem, sem alternativas, ela usou a si mesma como moeda de troca para negociar com Murilo. Após ponderar, ele concordou com a
Larissa sentiu uma sombra de dúvida em seu coração.No início, quando discutiram o negócio, Murilo mostrou grande interesse em ter ela na equipe, até mesmo lembrando ela das condições que discutiram na noite passada. Então, por que ele recusou ela agora?O que ela não sabia era que seus problemas estavam apenas começando.Larissa, segurando sua mala, pegou um táxi de volta para o apartamento.Ao abrir a porta com a chave, um som assustou ela.No segundo seguinte, confetes coloridos caíram do céu.- Parabéns, Larissa, por finalmente se libertar! – Exclamou Viviane. - Você está exagerando, por que comprou balão de papel? Pensei que algo tinha explodido. – Disse Larissa, com um sorriso.Viviane, animada, disse: - Calculei direitinho, amanhã é sábado, seu contrato expirou hoje, então eu precisava comemorar! – Disse Viviane, animada. Ela pegou a mala de Larissa, continuando. – E aí, você já conversou com Walter? Estão seguindo caminhos separados agora?- Podemos dizer que sim. – Responde
Larissa hesitou por um momento e respondeu que estava tudo bem, que poderiam marcar outra vez.Compreendendo que imprevistos no trabalho eram normais, Larissa, inicialmente, não deu muita importância. Ela foi até o banheiro, pegou água e regou uma planta verde perto da janela.Era uma planta de hortelã, exalando um aroma suave e refrescante.De repente, uma ideia surgiu em sua mente. Ela pegou o celular novamente e enviou uma mensagem para a HR.“Rita, na segunda-feira, posso ir diretamente para o Grupo Campos para finalizar a admissão?” Meia hora se passou, mas a HR não respondeu.Sentindo o aroma fresco da hortelã, Larissa ficou um pouco melancólica.Ao meio-dia, Viviane, vendo que Larissa ainda não tinha saído, ficou curiosa. - Você não tinha marcado de almoçar com a HR do Grupo Campos? Por que ainda não saiu? – Perguntou Viviane.Larissa pegou o celular e a HR ainda não havia respondido. Ela acessou o perfil da HR e viu uma foto deliciosa, sem localização, mas no canto da foto,
- Sra. Pires, está sozinha? – Cumprimentou Larissa, educada.A Sra. Pires pegou em sua mão, examinou ela com cuidado. - Você já faz mais de um mês que não aparece para comer na família Pires. Como você está mais magra? – Reclamou Sra. Pires.- Tive muitas coisas para lidar nesse período. – Respondeu Larissa.O rosto da Sra. Pires estava melancólico.- Ai, mas se você tivesse aparecido nesse tempo, talvez não pudéssemos receber você adequadamente. – Disse Sra. Pires.- O que aconteceu? – Perguntou Larissa.- Aconteceu que Walter e o pai dele. – Revelou a Sra. Pires, balançando a cabeça e continuando. – Eles estão em pé de guerra por causa daquela secretária chamada Bianca. A relação deles está péssima e Walter não voltou para casa nesse tempo todo, nem respondeu a ligações ou mensagens.Não era surpreendente que Walter não voltasse para casa, afinal, ele já tinha ficado meio ano sem aparecer antes. Mas não responder a ligações e mensagens era algo inédito.Isso mostrava o quão ruim est
A terra natal de Larissa se chamava Florescer Lagoa.Nos últimos anos, com o impulso do turismo em várias regiões, Florescer Lagoa foi transformada em uma “cidade cultural antiga”, atraindo muitos turistas de outras regiões, não ficando para trás em termos gerais.Sua casa ficava em uma viela inacessível para carros. Larissa chegou segurando duas sacolas e se deparou com a porta de sua casa após três anos de ausência.A porta estava aberta, essas casas na viela, exceto à noite, geralmente mantinham suas portas abertas durante o dia, sem grandes riscos de segurança.Larissa hesitou sobre como abordar a situação, qual expressão usar ao entrar e como cumprimentar. Ao se aproximar, alguém saiu de casa. Por instinto, ela se escondeu atrás da parede.Espiando, ela viu sua mãe, Vanda, lavando um feixe de capim verde, lavando debaixo da torneira na entrada. Larissa reconheceu, era capim para fazer gelatina.Ao ferver o capim em água, adicionando amido e resfriando, era possível fazer uma gelat