Larissa fechou os olhos, sem entender como tinha cometido um erro tão básico ao apenas estar doente.- Você tem alguma roupa que eu possa usar? Qualquer coisa está ótimo. - Perguntou Larissa, à funcionária, depois de pensar por um momento. Em resumo, ela não poderia aparecer na frente de Enrico sem roupa.- Posso emprestar meu uniforme? - Disse a funcionária, em choque.- Pode ser. - Respondeu Larissa.- Então, espere por mim por uns dez minutos. Vou buscar agora. - Disse a funcionária.- Obrigada. - Agradeceu Larissa.A funcionária saiu do banheiro, fechando a porta do quarto atrás dela.Larissa, sem tomar um banho, usou uma toalha úmida para se limpar, vestiu um roupão e saiu.Ainda tonta, ela tropeçou em um tapete perto da porta do banheiro e quase caiu na cama do lado oposto.Antes que ela pudesse se levantar, Walter invadiu o quarto....A doença realmente causou um caos....Era claro que Larissa não iria explicar nada para Walter. Se ele quisesse pensar dessa forma, era melhor.
Larissa compreendeu a preocupação de Enrico, como considerava ele um amigo, ela foi franca.- Professor Enrico, fique tranquilo. Não estamos envolvidos em nenhum negócio ilegal. Era uma promessa que fiz ao Sr. Murilo. Se ele conseguisse me salvar, eu concordaria em trabalhar para o Grupo Dias e assinaria um contrato de trabalho de cinco anos. O retorno que eu proporcionaria a ele nesses cinco anos, com base em minha capacidade de trabalho, seria no mínimo equivalente ao do projeto do antigo centro da cidade. - Confessou Larissa.Grupo Dias também havia feito uma oferta a ela antes. Entre as duas empresas fora do estado que ela considerou anteriormente, uma era o Grupo Campos, e a outra era o Grupo Dias. No entanto, após uma análise detalhada, ela considerou que o Grupo Campos seria mais adequada para ela. Por isso, ela não entrou em contacto com o Grupo Dias.Ontem, sem alternativas, ela usou a si mesma como moeda de troca para negociar com Murilo. Após ponderar, ele concordou com a
Larissa sentiu uma sombra de dúvida em seu coração.No início, quando discutiram o negócio, Murilo mostrou grande interesse em ter ela na equipe, até mesmo lembrando ela das condições que discutiram na noite passada. Então, por que ele recusou ela agora?O que ela não sabia era que seus problemas estavam apenas começando.Larissa, segurando sua mala, pegou um táxi de volta para o apartamento.Ao abrir a porta com a chave, um som assustou ela.No segundo seguinte, confetes coloridos caíram do céu.- Parabéns, Larissa, por finalmente se libertar! – Exclamou Viviane. - Você está exagerando, por que comprou balão de papel? Pensei que algo tinha explodido. – Disse Larissa, com um sorriso.Viviane, animada, disse: - Calculei direitinho, amanhã é sábado, seu contrato expirou hoje, então eu precisava comemorar! – Disse Viviane, animada. Ela pegou a mala de Larissa, continuando. – E aí, você já conversou com Walter? Estão seguindo caminhos separados agora?- Podemos dizer que sim. – Responde
Larissa hesitou por um momento e respondeu que estava tudo bem, que poderiam marcar outra vez.Compreendendo que imprevistos no trabalho eram normais, Larissa, inicialmente, não deu muita importância. Ela foi até o banheiro, pegou água e regou uma planta verde perto da janela.Era uma planta de hortelã, exalando um aroma suave e refrescante.De repente, uma ideia surgiu em sua mente. Ela pegou o celular novamente e enviou uma mensagem para a HR.“Rita, na segunda-feira, posso ir diretamente para o Grupo Campos para finalizar a admissão?” Meia hora se passou, mas a HR não respondeu.Sentindo o aroma fresco da hortelã, Larissa ficou um pouco melancólica.Ao meio-dia, Viviane, vendo que Larissa ainda não tinha saído, ficou curiosa. - Você não tinha marcado de almoçar com a HR do Grupo Campos? Por que ainda não saiu? – Perguntou Viviane.Larissa pegou o celular e a HR ainda não havia respondido. Ela acessou o perfil da HR e viu uma foto deliciosa, sem localização, mas no canto da foto,
- Sra. Pires, está sozinha? – Cumprimentou Larissa, educada.A Sra. Pires pegou em sua mão, examinou ela com cuidado. - Você já faz mais de um mês que não aparece para comer na família Pires. Como você está mais magra? – Reclamou Sra. Pires.- Tive muitas coisas para lidar nesse período. – Respondeu Larissa.O rosto da Sra. Pires estava melancólico.- Ai, mas se você tivesse aparecido nesse tempo, talvez não pudéssemos receber você adequadamente. – Disse Sra. Pires.- O que aconteceu? – Perguntou Larissa.- Aconteceu que Walter e o pai dele. – Revelou a Sra. Pires, balançando a cabeça e continuando. – Eles estão em pé de guerra por causa daquela secretária chamada Bianca. A relação deles está péssima e Walter não voltou para casa nesse tempo todo, nem respondeu a ligações ou mensagens.Não era surpreendente que Walter não voltasse para casa, afinal, ele já tinha ficado meio ano sem aparecer antes. Mas não responder a ligações e mensagens era algo inédito.Isso mostrava o quão ruim est
A terra natal de Larissa se chamava Florescer Lagoa.Nos últimos anos, com o impulso do turismo em várias regiões, Florescer Lagoa foi transformada em uma “cidade cultural antiga”, atraindo muitos turistas de outras regiões, não ficando para trás em termos gerais.Sua casa ficava em uma viela inacessível para carros. Larissa chegou segurando duas sacolas e se deparou com a porta de sua casa após três anos de ausência.A porta estava aberta, essas casas na viela, exceto à noite, geralmente mantinham suas portas abertas durante o dia, sem grandes riscos de segurança.Larissa hesitou sobre como abordar a situação, qual expressão usar ao entrar e como cumprimentar. Ao se aproximar, alguém saiu de casa. Por instinto, ela se escondeu atrás da parede.Espiando, ela viu sua mãe, Vanda, lavando um feixe de capim verde, lavando debaixo da torneira na entrada. Larissa reconheceu, era capim para fazer gelatina.Ao ferver o capim em água, adicionando amido e resfriando, era possível fazer uma gelat
Larissa realizou RCP em Vanda por cinco ou seis minutos consecutivos, finalmente vendo uma ruga se formar em sua testa.Larissa se deitou de imediato para ouvir os batimentos cardíacos dela, que voltaram ao normal. - Mãe! Mãe! - Chamou ela, ansiosa, com lágrimas de alegria.Vanda ainda não acordou, Larissa continuou a ajudar ela na RCP. Em pouco tempo, a ambulância chegou à entrada da viela.Os paramédicos usaram uma maca para levar Vanda até a ambulância. No hospital, ela foi diretamente para a sala de emergência, Larissa e Tiago foram impedidos de entrar.Essa súbita reviravolta deixou Tiago com as pernas fracas, fazendo ele cair no chão, com o rosto muito preocupado.Em comparação com ele, Larissa estava mais calma. Ela se aproximou de Tiago, hesitou por um momento e então ajudou ele a se sentar.Larissa foi até a máquina de venda automática, comprou duas garrafas de água e entregou uma a ele.Tiago não bebeu, apenas segurou com firmeza a garrafa, mas sua expressão se acalmou.- O
Larissa ouviu em silêncio, seu coração apertado. Ela pegou alguns lenços de papel, limpando de leve as lágrimas nos cantos dos olhos de sua mãe.Ela não conseguia dizer “não se preocupe” ou “não culpo vocês”, mas, naquele momento, ela não sentia mais tanto ódio.- Deixe o passado para trás, não precisamos mencionar isso de novo. Eu não guardo rancor de vocês, então não se preocupem comigo. Nos últimos anos, eu tenho vivido bem e quanto aos custos da cirurgia, não se preocupem com isso. Eu tenho dinheiro. Quando encontrarmos um doador adequado, você poderá fazer a cirurgia. - Consolou Larissa.- Você está vivendo bem, isso é bom, muito bom... - Disse Vanda, com um sorriso.Tudo o que ela ouviu foi “eu tenho vivido bem”.Larissa ficou ao lado de Vanda por um longo tempo, alimentou ela com canja, até que ela adormeceu durante à noite, antes de sair do quarto.Tiago estava sentado em uma cadeira perto da porta da sala, e ao ver ela sair, ele se levantou imediatamente, com uma expressão des