Walter ergueu as pálpebras com indiferença.Yuri riu ironicamente:- Ela colocou dois seguranças na porta do escritório de advocacia. Assim que me viam, diziam que eu estava proibido de entrar! Sou o marido dela, e ela me trata como se fosse um ladrão. Só porque não assinei aquele acordo pós-nupcial, ela precisa exagerar assim? Me diga, ela não está sonhando? Se não fosse pela herança dela, você acha que eu teria me casado tão rápido?Walter perguntou casualmente:- Sua família precisa tanto do dinheiro dela?Yuri sorriu:- Não é pouca coisa.De fato, os pais da família Valente morreram em um acidente aéreo, deixando toda a fortuna para Milena, que já era advogada. Seria uma ilusão qualquer um tentar dividir sua fortuna, a não ser que fosse o marido, a única posição legal que poderia ter uma chance de conseguir parte de seus bens.Yuri encostou a cabeça no encosto do sofá, olhando para o teto, murmurando:- Sofrendo por ter ideais, ela simplesmente não entende. Ela parece inteligente,
Walter abaixou a cabeça, seu hálito carregando um forte cheiro de álcool. Larissa se virou para evitar:- Você bebeu?Walter assentiu. Larissa franziu a testa, eles estavam na UTI do hospital, e era noite, o lugar estava silencioso, então ela falou mais baixo:- O que você está fazendo aqui?- Vim buscar minha recompensa.- Que recompensa…?!Antes de ela terminar, Walter encontrou seus lábios e a beijou diretamente. Não havia preliminares, nem transição, ele invadiu profundamente seu território desde o início. O beijo com aroma de álcool tinha um toque de desejo. Ele sugava os lábios dela, varria seus dentes e enlaçava sua língua persistentemente. As mãos de Larissa estavam controladas atrás dela, sua cabeça pressionada firmemente contra a parede.Ela nunca tinha beijado ele assim. Ela ficou sem ar, até um pouco sufocada, e murmurou desconfortavelmente. Walter então a soltou um pouco, permitindo a ela respirar.- Você está louco? Estamos no hospital!Walter passou o dedo pelos l
Walter desceu as escadas, entrou no carro e disse:- Volte para a Mansão das Costas Leste.O motorista entendeu e o levou de volta. Pelo retrovisor, viu Walter com um sorriso quase imperceptível nos lábios, algo que não estava lá antes de subir para encontrar a Secretária Larissa. Isso mostrava que ele ficou satisfeito com o meio tempo que passaram juntos.O motorista, corajosamente, começou a conversar:- Sr. Walter, a Secretária Larissa vai voltar a trabalhar com o senhor em breve? Ela parece fazer muita falta. Com ela, até parece que o seu trabalho fica mais fácil e eficiente.Normalmente Walter não falaria sobre essas coisas com o motorista, mas seu humor estava realmente bom, então ele respondeu:- Claro que sim. Fui eu quem a treinou.Ela era a secretária perfeita, totalmente moldada de acordo com suas preferências. Então, como ele poderia deixá-la para outro?A Mansão das Costas Leste é um pequeno edifício de três andares. De longe, o motorista viu uma mulher parada na porta
Larissa minimizou a tela da chamada e abriu o Facebook. Viviane tinha enviado um artigo de um tabloide de fofocas especializado em notícias de celebridades do mundo dos negócios e finanças. A matéria era sobre Walter participando de um evento de negócios naquele dia com uma acompanhante, sendo extremamente atencioso com ela. Os dois pareciam muito íntimos, e até foram fotografados com Walter ajudando a mulher a ajustar seu xale. A imagem pública de Walter nos últimos anos era de alguém distante e reservado, então essa súbita "exibição" despertou a curiosidade de muitos, que começaram a especular sobre a identidade da mulher. Alguns diziam que ela era a secretária de Walter, outros, que era sua namorada. Nem Walter nem o Grupo BY comentaram sobre o assunto. Eles não sabiam quem era a mulher, mas Larissa e Viviane a reconheceriam mesmo que virassem cinzas.Viviane falava com raiva:- Essa Bianca, mesmo vestida com alta costura, não consegue esconder sua natureza vulgar! Aquele ves
- Gustavo tem um chef particular que cozinha aqui mesmo. - Disse Walter, com a voz grave, embora não soubesse por que ainda não tinham chegado. Larissa rapidamente pesquisou em sua memória:- O Sr. Walter está falando do Gustavo que faz aquela excelente Cataplana?- Sim.Larissa não pôde se conter:- Se você queria ir ao restaurante do Gustavo, por que veio por este caminho? Esperava que a Terra fosse redonda e acabaria voltando ao ponto de partida?Walter percebeu que ela estava sendo sarcástica e seu rosto escureceu. Qualquer um ficaria irritado depois de caminhar por um caminho lamacento e descobrir que estava errado:- O restaurante do Gustavo não é por aqui, você deveria ter me dito mais cedo. Eu posso te levar.- Eu que me enganei? - Walter hesitou. Obviamente.Bobagem.Eles voltaram pelo mesmo caminho lamacento. Larissa, irritada, olhava para baixo e, ao passar por uma poça d'água, "acidentalmente" chutou uma pedra. A pedra espirrou água e sujou a barra da calça de Walter.
Larissa falou calmamente:- Sr. Walter, a cirurgia da minha mãe é amanhã de manhã- Então, não precisamos dormir esta noite? - Walter pegou uma colher de porcelana e encheu uma tigela de sopa.- Eu posso dormir no hospital.Larissa olhou para a sopa, clara e com pouco óleo, sua voz também era suave.- Agora, só me preocupo com minha mãe, só quero ficar perto dela. O médico disse que ela precisa aguentar até amanhã para fazer a cirurgia, e eu tenho medo que ela... Não consiga resistir até lá, por isso não quero me afastar dela nem por um momento.Walter olhou para seus cílios baixos, finos, que cobriam perfeitamente as emoções nos seus olhos.Ele disse calmamente:- Resistir até a cirurgia é apenas o primeiro passo, sair da sala de operações em segurança é o verdadeiro desafio.- Eu sei, eu me informei. Muitos pacientes têm problemas nas primeiras 24 horas após a cirurgia. A taxa de mortalidade de 10% geralmente ocorre nessas 24 horas. - Disse Larissa, preocupada. - É preciso superar es
- Prejuízo... O quê?Walter esboçou um sorriso nos lábios:- Agora não me pagar uma recompensa é uma coisa, mas nem mesmo os juros?Seu olhar se fixou nos lábios dela.Ele queria beijá-la.Beijar então beije, mas por que ele a olhava daquele jeito, meio sorridente, meio sério?Larissa, com voz tranquila, respondeu depois de alguns segundos:- Sr. Walter, não é sempre que você consegue o que quer por conta própria?- Antes sim, mas agora prefiro ver você tomar a iniciativa.Larissa sentiu que ele brincava com ela, cada vez mais habilmente.Ela apertou os lábios:- Estamos ao ar livre.Walter abaixou o guarda-chuva, cobrindo eles:- Assim, ninguém nos verá, não é?De qualquer forma, ele queria que ela o beijasse.Os dedos de Larissa se apertaram nas mangas.Ela suspirou, e sob o olhar insistente dele, finalmente se levantou na ponta dos pés e deu um beijo no canto da boca dele.Foi um toque rápido.Walter escureceu o olhar e, quando ela estava prestes a se afastar, ele a abraçou pela cin
Larissa ficou um pouco surpresa, hesitante, mas concordou com a cabeça:- Tudo bem, obrigada, você me ajudou muito.- Não tem de quê, não tem de quê. - O motorista deixou a cama dobrável e se foi. Larissa não esperava que aquele homem pensasse nisso.Ela olhou para a cama por um momento, encontrou um canto da parede onde não atrapalhasse ninguém, abriu ela e colocou um cobertor, se deitando. Suas costas, rígidas por dois dias e noites, finalmente descansaram. Larissa sentiu pela primeira vez a gravidade de maneira tão intensa, seu corpo todo pesadamente afundando.Walter voltou para a Mansão das Costas Leste. Ele não gostava de estranhos em casa; as empregadas vinham limpar quando ele estava no escritório. Se ele estivesse em casa, não haveria mais ninguém lá. Ele tirou o casaco e o terno, jogando-os no sofá, se preparando para tomar banho, quando o celular tocou. Ele olhou, era Pires.Walter atendeu e colocou o telefone em cima do armário.- Pai.Do outro lado da linha, com a v