Larissa falou calmamente:- Sr. Walter, a cirurgia da minha mãe é amanhã de manhã- Então, não precisamos dormir esta noite? - Walter pegou uma colher de porcelana e encheu uma tigela de sopa.- Eu posso dormir no hospital.Larissa olhou para a sopa, clara e com pouco óleo, sua voz também era suave.- Agora, só me preocupo com minha mãe, só quero ficar perto dela. O médico disse que ela precisa aguentar até amanhã para fazer a cirurgia, e eu tenho medo que ela... Não consiga resistir até lá, por isso não quero me afastar dela nem por um momento.Walter olhou para seus cílios baixos, finos, que cobriam perfeitamente as emoções nos seus olhos.Ele disse calmamente:- Resistir até a cirurgia é apenas o primeiro passo, sair da sala de operações em segurança é o verdadeiro desafio.- Eu sei, eu me informei. Muitos pacientes têm problemas nas primeiras 24 horas após a cirurgia. A taxa de mortalidade de 10% geralmente ocorre nessas 24 horas. - Disse Larissa, preocupada. - É preciso superar es
- Prejuízo... O quê?Walter esboçou um sorriso nos lábios:- Agora não me pagar uma recompensa é uma coisa, mas nem mesmo os juros?Seu olhar se fixou nos lábios dela.Ele queria beijá-la.Beijar então beije, mas por que ele a olhava daquele jeito, meio sorridente, meio sério?Larissa, com voz tranquila, respondeu depois de alguns segundos:- Sr. Walter, não é sempre que você consegue o que quer por conta própria?- Antes sim, mas agora prefiro ver você tomar a iniciativa.Larissa sentiu que ele brincava com ela, cada vez mais habilmente.Ela apertou os lábios:- Estamos ao ar livre.Walter abaixou o guarda-chuva, cobrindo eles:- Assim, ninguém nos verá, não é?De qualquer forma, ele queria que ela o beijasse.Os dedos de Larissa se apertaram nas mangas.Ela suspirou, e sob o olhar insistente dele, finalmente se levantou na ponta dos pés e deu um beijo no canto da boca dele.Foi um toque rápido.Walter escureceu o olhar e, quando ela estava prestes a se afastar, ele a abraçou pela cin
Larissa ficou um pouco surpresa, hesitante, mas concordou com a cabeça:- Tudo bem, obrigada, você me ajudou muito.- Não tem de quê, não tem de quê. - O motorista deixou a cama dobrável e se foi. Larissa não esperava que aquele homem pensasse nisso.Ela olhou para a cama por um momento, encontrou um canto da parede onde não atrapalhasse ninguém, abriu ela e colocou um cobertor, se deitando. Suas costas, rígidas por dois dias e noites, finalmente descansaram. Larissa sentiu pela primeira vez a gravidade de maneira tão intensa, seu corpo todo pesadamente afundando.Walter voltou para a Mansão das Costas Leste. Ele não gostava de estranhos em casa; as empregadas vinham limpar quando ele estava no escritório. Se ele estivesse em casa, não haveria mais ninguém lá. Ele tirou o casaco e o terno, jogando-os no sofá, se preparando para tomar banho, quando o celular tocou. Ele olhou, era Pires.Walter atendeu e colocou o telefone em cima do armário.- Pai.Do outro lado da linha, com a v
Na véspera da cirurgia de Vanda, Larissa pensava que não conseguiria dormir, mas assim que fechou os olhos, e quando os abriu novamente, já eram sete horas da manhã do dia seguinte.A cirurgia de Vanda estava marcada para as oito horas. Ela arrumou a cama dobrável e foi ao banheiro do hospital para se lavar, depois retornou à UTI.Não demorou muito para que a irmã mais velha e o cunhado chegassem também.Às oito em ponto, os profissionais de saúde levaram Vanda para a sala de cirurgia, e a luz vermelha indicando "em cirurgia" se acendeu.Desde esse momento, Larissa começou a ficar com o coração apertado.Ela tinha medo de que a cirurgia falhasse, que ocorressem complicações, que, ao assinar para levar Vanda à mesa de operação, estivesse, na verdade, prejudicando ela... Embora soubesse que, na situação atual de Vanda, não realizar a cirurgia significaria a morte iminente.A irmã mais velha também estava muito nervosa e começou a chorar.O esposo dela abraçou e disse: - Não se preocup
A irmã mais velha e o cunhado de Larissa ainda estavam presentes.Eles não entendiam inglês e não sabiam o que a médica havia dito para Larissa. Ao vê-la correr para abraçar um homem, também não tinham ideia de quem ele fosse.Walter lançou um olhar para Jéssica,Jéssica entendeu e imediatamente foi explicar a situação para eles.Mas mais importante ainda era esvaziar o local.A testa de Larissa estava justamente apoiada na clavícula de Walter.Naquele momento, ela chorou de alegria por Vanda, sentindo o coração finalmente se acalmar com a emoção verdadeira que pulava dentro dela.Mas, quanto ao quão sincero foi o ato de se jogar nos braços dele, só ela sabia.Quando Larissa se acalmou e tentou se afastar de Walter,foi a vez dele de não querer soltá-la, segurando ela pela cintura. Ela não teve escolha senão chamar: - Sr. Walter?Walter fechou ligeiramente os olhos, pensativo: - Esta é a primeira vez que você me abraça voluntariamente, não é?Larissa segurava firmemente a lapela do
Walter, com uma atitude indiferente, disse: - Mesmo que ocorram imprevistos, os médicos e enfermeiras estão lá. Se nem eles podem lidar com a situação, o que você poderia fazer?Larissa, sem argumentos, foi levada de volta à Mansão das Costas Leste.Enquanto isso, Bianca dirigia até a Mansão das Costas Leste. Ao ver de longe o carro de Walter estacionado, ela sorriu, pronta para se encontrar com ele.Mas no segundo seguinte, viu Larissa descendo do carro e entrando na mansão com Walter.Ela ficou paralisada, perdendo o fôlego no instante seguinte.Isso era...No quarto principal, Walter abriu o armário, deu uma olhada e casualmente jogou para ela um pijama que ela usava antes: - Se limpe. - Então, pegou seu celular e saiu do quarto.Larissa, diante do armário, apertou a roupa em suas mãos. Ela havia acabado de sair da preocupação com Vanda e agora estava presa em outra ansiedade.A cirurgia havia terminado, e ele queria sua recompensa. Ela não tinha motivos para recusar...A janel
Walter finalmente desviou o olhar e empurrou o prato de Frango à Piri-Piri para frente dela:- Você não gostou muito ontem? Eu pedi para ele fazer do mesmo jeito.Isso significava que ele havia pedido especialmente para ela, sem intenção de comer.Larissa pressionou os lábios, levantou a chaleira e serviu um copo de água para ele:- Mesmo que isso faça parte do nosso acordo, ainda preciso agradecer ao Sr. Walter. Sem você, minha mãe não teria tido tanto sucesso.Walter sorriu levemente:- Está me agradecendo com a comida que eu pedi?Larissa improvisou: - Depois eu convido o Sr. Walter para jantar.Walter lançou um olhar sobre ela e até ergueu o copo de água, brindando com ela.- Ok, eu vou lembrar disso.Após a refeição, Larissa tomou a iniciativa de limpar a mesa e lavar a louça.Enquanto lavava, ela pensava em como pedir de maneira razoável para Walter que queria voltar ao hospital para ver Vanda.Quando finalmente organizou suas palavras e saiu da cozinha, Walter não estava na sal
O tom de voz ansioso de Bianca veio do outro lado da linha: - Sr. Walter! Eu, eu estava dirigindo e acho que acidentalmente atropelei alguém, o que eu faço? O que eu faço?Walter franziu a testa: - Onde você está?- Estou em... - Ela informou o local, com a voz embargada. - Sr. Walter, estou com tanto medo, tanto medo...Walter fechou a torneira e disse com voz firme:- Não tenha medo, estou indo para aí agora.Ele saiu do banheiro, trocou de roupa e, antes de sair, deu uma última olhada na mulher na cama, mas não demorou e saiu diretamente.O som da porta se fechando foi um pouco alto, e Larissa acordou brevemente.Ela meio que sabia que era Walter saindo, mas estava tão cansada que se virou e voltou a dormir.O último pensamento antes de cair no sono novamente foi: “Ele saiu, isso é ótimo.”Larissa dormiu até as nove horas da manhã seguinte.A Mansão das Costas Leste estava vazia, Walter ainda não havia voltado.Depois de se lavar e se preparar para sair, ela recebeu uma ligação d