Como esperado, a Sra. Pires logo disse: - Luciana vai dar à luz em três meses. Queremos anunciar o nascimento depois que o bebê nascer, então espero que Lari possa manter esse segredo por enquanto em nome da tia.Larissa colocou o celular de lado e pegou o mocaccino, dando um gole.O sabor ácido do café e a suavidade do creme não se misturavam bem, deixando um gosto um tanto desagradável.Ela engoliu o café e sua respiração, voltando a olhar para a Sra. Pires com sinceridade: - Tia, minha amiga não estava intencionalmente bisbilhotando sobre aquela senhorita. Era só curiosidade, uma pergunta casual, e ela não espalhou por aí. Ela não é irresponsável. - Se ofendemos a tia ou aquela senhorita, peço desculpas sinceramente em nome dela e espero que a tia não dificulte a vida da minha amiga.A Sra. Pires sorriu: - Ora, por que eu faria algo assim? Ela é amiga de Lari, não é? Só não quero mesmo divulgar a gravidez de Luciana por agora...Larissa entendeu a deixa: - Não sei de nada, então
Quando Larissa viu Walter pela primeira vez, seu rosto ainda mostrava emoções complexas não resolvidas.Walter falou com um tom frio:- Você também sabe que se encontrar com ela pelas minhas costas te faz sentir culpada.Larissa hesitou por um momento, reajustou sua expressão e respondeu calmamente:- Por que eu me sentiria culpada?Walter afastou para o lado a xícara de café que a Sra. Pires havia usado:- Sobre o que vocês conversaram?- Eu preciso relatar ao Sr. Walter? - Larissa, cansada de olhar para ele, baixou a cabeça e continuou tentando ligar o celular, pensando em tentar mais algumas vezes. Se ainda não funcionasse, levaria para a assistência técnica.Ela, se encontrando com a Sra. Pires naquele momento, certamente tinha um motivo que Walter poderia imaginar.- O caso de briga do seu pai, que pode aumentar a pena dele, você a procurou para ajudar seu pai a se livrar da culpa?O celular ainda não ligava, mesmo conectado ao carregador portátil.A chuva lá fora ficava cada vez
A cirurgia de Vanda já tinha sido realizada, e ela estava na UTI. Larissa foi direto para o andar da unidade de terapia intensiva.Os familiares não podiam entrar na UTI, então a irmã mais velha e o cunhado só podiam ficar sentados nas cadeiras do lado de fora.Larissa os viu de imediato e correu até eles:- Irmã!A irmã mais velha estava chorando tanto que se tornou um mar de lágrimas. Ao ver Larissa, ela se jogou sobre ela, batendo em seus ombros:- Por que você não atendeu o telefone? Por que você não atendeu o telefone?Larissa recuou dois passos, com a garganta presa:- Não foi de propósito... Como está a mamãe, afinal?Mas a sua irmã só continuava chorando, deixando Larissa também com dificuldade para respirar. Ela já estava preocupada com Tiago na noite anterior e mal dormiu, agora sentia uma dor pulsante na parte de trás da cabeça.O cunhado também não conseguia consolar a esposa e levou Larissa até a porta do quarto do hospital. Através do vidro, Larissa viu sua mãe com vá
Não. Eles originalmente tinham um doador.Vanda deveria ter recebido um transplante do doador três meses atrás e já estar se recuperando.Neste exato momento, era difícil para Larissa não pensar que, se sua mãe tivesse recebido aquele coração três meses atrás, ela certamente não estaria entre a vida e a morte na UTI. Em vez disso, estaria em casa na pequena cidade, preparando sobremesas variadas, perguntando a Larissa se queria adicionar mel ou açúcar.Ela respirou fundo, o ar entrando em seus pulmões com um gosto metálico e sangrento. Larissa se virou e desceu as escadas. Ela precisava encontrar Walter. No estacionamento do hospital, onde acabou de sair do carro, viu imediatamente o carro de Walter ainda lá, com Jéssica segurando um guarda-chuva ao lado da porta. Eles estavam claramente esperando por ela. Larissa sentia que não podia escapar desse homem. Desde que ele propôs os 10% para o médico, ela sabia que acabaria nas mãos dele novamente.As imagens de Tiago sendo levado
Não demorou muito para Larissa dizer: - Tudo bem.Walter a observava atentamente.Um leve sorriso surgiu nos lábios de Larissa, e sua voz soou um pouco rouca ao dizer: - Sr. Walter, precisa mesmo fingir tanta surpresa? Isso já não estava nas suas expectativas?Walter respondeu com um sussurro leve: - Estava, sim, nas minhas expectativas.Larissa suspirou e perguntou de imediato: - Quando o seu médico pode vir? Minha mãe só pode resistir mais três dias.- Se prometi, cumpro - Disse Walter, apoiando a testa na mão e perguntando de forma casual. - Sua mãe aguentaria outra cirurgia hoje?- Como assim?- Se ela resistir, a cirurgia pode ser ainda hoje.Larissa, surpresa e sentindo algo errado, questionou: - Não disse que a equipe médica viria dos Estados Unidos?Walter, incomodado com sua aparência encharcada pela chuva, se moveu para a porta do carro, segurou seu pulso e a puxou para dentro do veículo.- Você mesma sabe, tudo está conforme minhas previsões. Então, seria estranho eu os
Walter ergueu as pálpebras com indiferença.Yuri riu ironicamente:- Ela colocou dois seguranças na porta do escritório de advocacia. Assim que me viam, diziam que eu estava proibido de entrar! Sou o marido dela, e ela me trata como se fosse um ladrão. Só porque não assinei aquele acordo pós-nupcial, ela precisa exagerar assim? Me diga, ela não está sonhando? Se não fosse pela herança dela, você acha que eu teria me casado tão rápido?Walter perguntou casualmente:- Sua família precisa tanto do dinheiro dela?Yuri sorriu:- Não é pouca coisa.De fato, os pais da família Valente morreram em um acidente aéreo, deixando toda a fortuna para Milena, que já era advogada. Seria uma ilusão qualquer um tentar dividir sua fortuna, a não ser que fosse o marido, a única posição legal que poderia ter uma chance de conseguir parte de seus bens.Yuri encostou a cabeça no encosto do sofá, olhando para o teto, murmurando:- Sofrendo por ter ideais, ela simplesmente não entende. Ela parece inteligente,
Walter abaixou a cabeça, seu hálito carregando um forte cheiro de álcool. Larissa se virou para evitar:- Você bebeu?Walter assentiu. Larissa franziu a testa, eles estavam na UTI do hospital, e era noite, o lugar estava silencioso, então ela falou mais baixo:- O que você está fazendo aqui?- Vim buscar minha recompensa.- Que recompensa…?!Antes de ela terminar, Walter encontrou seus lábios e a beijou diretamente. Não havia preliminares, nem transição, ele invadiu profundamente seu território desde o início. O beijo com aroma de álcool tinha um toque de desejo. Ele sugava os lábios dela, varria seus dentes e enlaçava sua língua persistentemente. As mãos de Larissa estavam controladas atrás dela, sua cabeça pressionada firmemente contra a parede.Ela nunca tinha beijado ele assim. Ela ficou sem ar, até um pouco sufocada, e murmurou desconfortavelmente. Walter então a soltou um pouco, permitindo a ela respirar.- Você está louco? Estamos no hospital!Walter passou o dedo pelos l
Walter desceu as escadas, entrou no carro e disse:- Volte para a Mansão das Costas Leste.O motorista entendeu e o levou de volta. Pelo retrovisor, viu Walter com um sorriso quase imperceptível nos lábios, algo que não estava lá antes de subir para encontrar a Secretária Larissa. Isso mostrava que ele ficou satisfeito com o meio tempo que passaram juntos.O motorista, corajosamente, começou a conversar:- Sr. Walter, a Secretária Larissa vai voltar a trabalhar com o senhor em breve? Ela parece fazer muita falta. Com ela, até parece que o seu trabalho fica mais fácil e eficiente.Normalmente Walter não falaria sobre essas coisas com o motorista, mas seu humor estava realmente bom, então ele respondeu:- Claro que sim. Fui eu quem a treinou.Ela era a secretária perfeita, totalmente moldada de acordo com suas preferências. Então, como ele poderia deixá-la para outro?A Mansão das Costas Leste é um pequeno edifício de três andares. De longe, o motorista viu uma mulher parada na porta