- Sara? Você ainda está aí? Aconteceu algo com a mãe? – Perguntou Larissa, com um tom meio ansioso, enrugando a testa. - Não, não aconteceu nada. Mãe só queria falar com você ontem à noite, então me pediu para te ligar... As luvas já foram tricotadas, talvez ela queira saber se você precisa de mais alguma coisa. – Disse Sara.Ao ouvir isso, Larissa relaxou um pouco. Sara só ligou uma vez na noite passada, parecia que não tinha nenhuma coisa urgente. Se fosse uma situação urgente, ela teria continuado ligando.- Eu não preciso de mais nada. Diga à mãe para parar de tricotar, fazer isso também consome muita energia mental. – Disse Larissa, apertando os lábios, continuando. – A mãe está acordada agora? Deixe ela ouvir. - Ela está recebendo uma infusão, não é muito conveniente pegar o celular agora, talvez mais tarde. – Disse Sara.- Está bem. – Concordou Larissa.Com isso, ela desligou a chamada.Embora Sara dissesse que não havia problema, Larissa ainda sentia uma sensação indefinida.
- Ontem à noite, quase fui sequestrada por dois homens, o magro e o gordo, que já haviam cavado um buraco na floresta. – Explicou Larissa, palavra por palavra.O policial ficou sério ao ouvir isso, pedindo que ela se sentasse para registrar a declaração.Larissa detalhou os acontecimentos da noite anterior, desconsiderando, era claro, a parte no banheiro com Walter.Após o depoimento, o policial informou ela com seriedade que eles já haviam enviado policiais para prender o gordo e o magro alguns dias atrás, mas eles escaparam, se tornando agora fugitivos.- Estou muito certa de que esses são os homens que tentaram me sequestrar. Eles também me drogaram, mas não sei se o efeito já foi metabolizado. Será que os exames de sangue ainda podem detectar algo? – Perguntou Larissa, com seriedade, prendendo a respiração. O policial chamou um colega do laboratório para colher uma amostra de sangue de Larissa para análise. Ela acrescentou. – Também podemos verificar as câmeras de segurança do bar.
- Professor Enrico, você precisa voltar com urgência, então, pode ir primeiro, mas a assistente Larissa fica. – Disse Walter.Enrico colocou os óculos de volta, com uma borda prateada refletindo um brilho frio. - Sr. Walter, qual é a base para esse pedido? – Perguntou Enrico.- A questão é que a base da Montanha das Cerejeiras ainda não teve seus dados coletados. Seu time precisa ter alguém comigo. Já que você está ocupado voltando para a Cidade S para a próxima etapa, então deixe a assistente Larissa. Isso é difícil de entender? – Retrucou Walter.Os dois homens se encararam diante da mesa da reunião.Desde o início da colaboração, eles realmente não tiveram muita interação direta, afinal, assim que o trabalho começou, Walter deixou ele de volta para a Cidade S para lidar com o laboratório em chamas.Isso era algo novo.Antes, eles estavam separados, cada um fazendo o seu trabalho, mas agora, com desavença sobre a mesa, todos os problemas antigos que foram escondidos vieram à tona.-
Larissa tentava resistir ao peito que Walter pressionava sobre ela. - Você também sabe que é sem vergonha. – Zombou Larissa.Walter apoiou as mãos na mesa ao lado dela e olhou com intensidade nos olhos dela. - Ficar hesitando, chamando isso de cavalheirismo, na verdade, é só uma desculpa para incompetência. Você entende isso, secretária Larissa? Depois de você sair do Grupo BY, parece que você está agindo de um jeito diferente agora? – Questionou Walter.Larissa sabia que ele se referia ao fato de Enrico não ter levado ela embora no final da reunião.- De fato, só depois de deixar o Grupo BY eu percebi como é um homem normal. Antes, eu estava com uma visão distorcida. – Respondeu Larissa, não poupava palavras. Ele estava insinuando que ele não era normal? Walter segurou o queixo dela. O olhar de Larissa encontrou o dele e ela continuou dizendo. – O professor Enrico não é incapaz, ele apenas respeita seus parceiros e as regras do contrato. Diferente de algumas pessoas que só sabem usa
Walter hesitou por um momento, seus olhos escuros refletindo o rosto dela, mas ele não respondeu.Larissa, no entanto, já havia entendido.- A primeira vez que você sugeriu que eu voltasse foi quando eu consegui uma participação maior para o Grupo Dias e recebi uma oferta deles. Então, você viu que eu estava escapando aos poucos do seu controle e decidiu me puxar de volta para você, certo? – Perguntou Larissa.Ela sempre foi como um pássaro em sua gaiola e agora que ela podia voar, ele não concordava.Ele queria que ela apenas permanecesse ao alcance de sua mão, onde ele pudesse agarrar ela com facilidade.Falando de maneira mais clara, ele não suporta vê-la bem.Walter apertou de novo sua nuca.Este gesto era como a sensação de um felino segurando um filhote, mas quando aplicado a uma pessoa, era arrogante. Larissa sentiu repulsa, queria se esquivar, mas ele não a soltou.- Não se ache tanto. Mesmo que você vá longe e alcance grandes alturas, conseguirá superar a mim? Não importa para
Larissa ficou chocada por um momento.Ela tinha se concentrado apenas na Sra. Pires, sem notar a jovem grávida ao seu lado.Ao examinar novamente as fotos, a mulher só mostrava metade do rosto, usando grandes óculos escuros, tornando impossível identificar sua aparência. No entanto, sua barriga indicava que estava pelo menos com seis ou sete meses de gravidez.Viviane enviou mais uma mensagem.“Não consegui clicar na hora certa, elas estavam de mãos dadas e pareciam muito íntimas... Será que é a amante e o filho ilegítimo do Walter?”Larissa analisou com cuidado as fotos, mas realmente não reconheceu essa mulher.No entanto, ela lembrou de ver Sra. Pires antes no supermercado, quando ela estava escolhendo produtos na seção de leite em pó. Mais tarde, ao fazer um exame médico no hospital, Larissa a viu do lado de fora da sala de ultrassom.Embora Sra. Pires tivesse fornecido explicações razoáveis, Larissa sempre suspeitou.No início, ela pensou que a grávida era Sra. Pires, mas agora pe
Danilo sentiu que, se não fosse porque Enrico era um professor refinado e educado, além de ter uma reação rápida, tirando de imediato seu lenço do bolso do paletó para envolver a caixa de remédios e a entregar ao Enrico, dando um sinal para Walter sair. Os dois homens poderiam ter brigado na porta do hotel.- Por que você provocou ele assim? – Perguntou Danilo, beliscando o nariz quando eles entraram no carro.- Eu provoquei? – Disse Walter, brincando com os botões de punho azul safira, era claro que estava de bom humor.- Você não provocou? Sabendo que ela é namorada dele, você o mandou levar... – Disse Danilo. Ele não conseguiu dizer as palavras “contraceptivo de emergência”. Por que ele tinha uma mente tão suja? Pensando nisso, ele perguntou. – Você odeia ela tanto assim? O banco traseiro da van tinha um apoio de braço, Walter apoiou o cotovelo nele, com uma expressão indiferente enquanto as luzes da rua passavam rapidamente pela janela.- Odiar quem? – Perguntou Walter.- Secretá
- Sr. Zaca, você está confundindo as pessoas. Eu não sou a Bela que você mencionou. – Disse Larissa, com clama, erguendo os olhos.- Oh, eu confundi mesmo. – Disse Zaca, fez um gesto de surpresa, levantando o polegar. – A Srta. Larissa não é a Bela. A Srta. Larissa é uma boa cidadã que fornece ativamente pistas à polícia. Por sua causa, meu bar ainda está fechado para reformas.Larissa ficou calma.Não conseguindo intimidar ela, Zaca soltou um sorriso frio e se voltou para Walter.- Sr. Walter, bem-vindo. Me deixe ser seu guia, eu conheço melhor este lugar. – Disse Zaca.- Está bem. – Respondeu Walter.Vendo que Walter não se sentiu surpreso ou alertado, Zaca percebeu que ele não estava sendo levado a sério mais uma vez. Sendo desprezado por duas vezes, ele se virou de repente.- Malditos! Sumam daqui! Estão assustando os convidados. – Repreendeu Zaca.Os cachorros, que estavam prestes a atacar, abaixaram as orelhas de imediato, latindo e recolhendo as garras, mas não saíram. Os cachor