— Seu desgraçado! — Joana exclamou com os olhos vermelhos de raiva, cerrando os dentes. — Se não fosse por você, eu nunca teria me casado com o Igor. Yago, você me deve isso para o resto da vida!Yago, com um leve sorriso nos lábios, assentiu calmamente.— Eu me lembro muito bem do que te devo. — Ele fez uma pausa, como se quisesse aumentar o suspense, e depois continuou. — Mas quando eu sair daqui, vai ser bom tanto para você quanto para sua filha.Joana, no entanto, mantinha o rosto sério, com uma frieza cortante.— Quando você sair, faça um favor a todos: siga com sua vida. Não nos procure. Não procure a Sofia. Não interfira na carreira dela. Isso já seria o maior bem que você poderia fazer por nós duas.Ela sabia que não podia esperar mais nada dele. A única coisa que desejava era que ele ficasse longe, sem perturbar a vida de ninguém. Sofia tinha lutado tanto para chegar onde estava, e Joana não permitiria que ele destruísse tudo.Joana suspirou, se lembrando de como, anos atrás,
O corpo da “médica” ficou tenso por um momento.— Srta. Esther, o que está dizendo? Está duvidando da minha competência profissional?Esther, no entanto, continuava a segurá-la firmemente pelo pulso, não deixando dúvidas em sua voz:— Médicos não fazem unhas decoradas. Você tem essas unhas compridas e está com um cheiro forte de perfume. Como pode ser uma médica de verdade?A mulher hesitou por um segundo, sua confiança vacilando. Se sentindo exposta, ela rapidamente puxou a mão para trás, tentando evitar mais suspeitas. Esther percebeu a oportunidade e, sem perder tempo, disparou em direção à porta, tentando escapar.A impostora, vendo a tentativa de fuga, avançou rapidamente para segurar ela.— Onde pensa que vai?Na saída da sala, a impostora conseguiu agarrar Esther pelos cabelos com um movimento brutal e preciso. O gesto foi tão rápido e violento que Esther imediatamente entendeu que estava lidando com alguém treinado. Não havia chances de vencer em uma luta.— Socorro... — Esther
Era desespero.Havia gritos de dor.Esther sentiu uma mão quente segurando a sua, enquanto uma voz suave sussurrava em seu ouvido:— Não tenha medo. Eu vou te tirar daqui.Logo em seguida, uma outra mão, fria como gelo, agarrou seu braço, e uma voz diferente perguntou:— Você já viu a luz do sol? Como será essa sensação?Ela não conseguia ver os rostos das pessoas que falavam com ela.Naquela sala escura, era impossível distinguir as feições dos outros. Só conseguia ouvir as vozes.— Estrella... Eu prometo que você vai ver a luz do sol.— Fifi... Esther abriu os olhos de repente, o peito subindo e descendo rápido com a respiração ofegante. Suas mãos estavam cerradas em punhos e seu corpo coberto de suor frio. Ela voltou a si, mas ainda estava naquele espaço apertado e sombrio.Tremendo incontrolavelmente, Esther segurou a cabeça entre as mãos e começou a gritar:— Não! Não!O carro freou bruscamente.O grito de Esther ecoou dentro do veículo, fazendo os ocupantes ouvirem algo estranho
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não