Esther estava parada na porta, sentindo o momento que esperava finalmente chegar. Ela havia colocado alguém para seguir Sofia, sabendo que, eventualmente, isso a levaria a descobrir algo importante. Era óbvio que Sofia não ficaria realmente surda, alguém devia estar ajudando-a por trás. A ida de Sofia a esse local era, no mínimo, suspeita. Talvez aqui ela pudesse encontrar respostas.Quando a porta se abriu, ela se deparou com uma figura alta à sua frente.— Você? — Exclamou surpresa.— Que coincidência. — Respondeu Geraldo com um tom tranquilo.O olhar de Esther rapidamente varreu a roupa do homem. Ele claramente estava vestido como um médico. Isso apenas confirmava suas suspeitas. Sem demora, ela olhou para dentro da casa, procurando por qualquer sinal de Sofia. As pessoas que estavam seguindo-a afirmaram que ela havia entrado, mas não saído.— Você é médico? — Esther perguntou casualmente.— Sou, sim. — Respondeu Geraldo calmamente.— Eu acho que uma amiga minha esteve aqui... — Es
Geraldo ainda sorria, e a pequena marca no canto do seu olho ficava ainda mais evidente.— Não é isso que você queria saber? Só estou dizendo a verdade.Esther olhou em volta, tentando entender a situação. O espaço à sua frente era amplo e claro, o suficiente para ter certeza de que Sofia não estava ali. Mas ela começou a duvidar das palavras de Geraldo.— Como posso acreditar no que você está dizendo? — Perguntou, desconfiada.— E o que eu ganharia te enganando? — Respondeu ele, voltando seu olhar para a mesa. — Aqui estão as provas de que Sofia veio me procurar. Você pode olhar se quiser.Esther pegou os documentos que ele apontou, sua mão trêmula ao folhear os papéis. Era um prontuário médico, confirmando que Sofia realmente havia solicitado a ajuda dele. Os médicos convencionais não conseguiam ajudá-la, mas Geraldo podia.Tudo fazia sentido. Ele tinha habilidade suficiente para fazer Sofia perder a audição, e também para restaurá-la.Quando Esther processava essas informações, Gera
— Sou eu! — Marcelo agarrou o braço de Esther.Ela levantou a cabeça, surpresa ao ver Marcelo à sua frente.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou, desconfiada.Marcelo estava com o semblante sério e sombrio.— Essa pergunta eu deveria fazer a você. O que veio fazer nesse lugar?Esther sentiu o coração acelerar. Em suas mãos, ela ainda segurava firme o prontuário médico, algo que Marcelo não poderia descobrir de jeito nenhum. Sabia que, se ele soubesse, poderia tentar destruí-lo.— Vim encontrar um amigo. — Respondeu ela, tentando soar despreocupada.Marcelo a encarou com frieza, sem acreditar nem por um segundo.— Você acha que eu vou acreditar nisso? — Rebateu ele, incisivo.— E o que mais eu estaria fazendo aqui, então? — Esther insistiu, tentando manter a calma.Marcelo não cedeu. — Você entrou no quarto andar. — Disse ele, sua voz carregada de advertência. — Sabe qual é a consequência de invadir o território de desconhecidos?— E o que tem? Eu saí daqui perfeitamente bem! —
— Você vai negar que essa filha é sua? — Rebateu Joana, indignada.Vitor lançou a ela um olhar frio e cortante.— Eu nem queria esse casamento, acha que eu vou querer uma filha? — Respondeu com desprezo.O rosto de Joana ficou pálido. Era como se ela já soubesse o que ele ia dizer. Com a voz trêmula e os olhos marejados, desabafou:— Sabia que você diria isso, Vitor... Por que eu me casei com você? Se pudesse voltar no tempo, preferia não ter casado! Me arrependo de tudo! — E você acha que eu queria casar? Não foi você quem armou tudo para me prender nesse casamento? — Vitor, impiedoso como sempre, retrucou com frieza.O peito de Joana parecia prestes a se partir. Ela engoliu seco, segurando as lágrimas, mas os olhos vermelhos já não escondiam sua dor.— É isso mesmo, eu usei todas as artimanhas para me casar com você... E você vem se vingando desde então, não é? — Sua voz falhou.Desde o casamento, Vitor jamais a tratou como esposa de verdade. Ele passava noites fora, às vezes nem vo
Naquele momento, Joana sentiu que não tinha mais nada. Ninguém estaria ao seu lado....Esther voltou ao hospital.Naquele instante, Michele já havia acordado, mas ainda parecia exausta, deitada na cama, sem se mover.— Michele. — Chamou Esther ao entrar, carregando várias sacolas.— Ah, é você, Esther. — Michele virou a cabeça, um leve sorriso surgindo em seus lábios.— Como está se sentindo? Já melhorou? Se algo estiver te incomodando, me avise. — Disse Esther, demonstrando preocupação.Michele olhou para trás, onde Marcelo estava, hesitou por um momento e então respondeu:— As dores que eu preciso sentir, ainda estão aqui, mas dá para suportar. Não se preocupe, daqui a dois dias eu já estarei bem.Esther assentiu com um leve aceno de cabeça.— Marcelo. — Chamou Michele, voltando o olhar para o sobrinho. Ela ainda se sentia mal por algumas coisas ditas no cemitério. — Me desculpe, eu falei sem pensar, não leve para o coração.Ela estava brava com Marcelo, mas reconhecia que havia dit
— Quando eu deixei a família Mendes, não trouxe comigo, então não é mais meu! — Esther disse. Marcelo apertou os lábios, seu olhar era afiado enquanto cerrava os punhos com força. — Vamos? — Luiz disse a Esther, indicando a direção com um leve movimento de cabeça. Sem hesitar, Esther o seguiu. Marcelo apenas os observou se afastando, seus olhos estavam frios e sombrios, mas ele não fez nenhum movimento para detê-los.No caminho para o estacionamento subterrâneo, Esther falou: — Eu descobri o motivo da perda de audição da Sofia. Agora, preciso fazer uma ligação urgente.Enquanto isso, a internet fervia com as discussões sobre o caso. Esther sabia que esse era o momento certo para se manifestar e esclarecer a situação. Só assim poderia limpar o nome de Michele. Luiz imediatamente abriu a porta do carro, enquanto perguntava:— Você quer ir até a emissora de TV?— Sim, preciso ir para lá imediatamente. Luiz acelerou sem demora, levando Esther até a emissora de TV, onde ela trabalhav
Eduarda ficou mais calma ao ver Esther, sabendo que, pelo menos, ela poderia trazer algum alívio. Esther rapidamente tentou consolá-la, deu um tapinha nas costas dela e olhou para a tela do computador, onde Eduarda havia escrito dezenas de páginas. Então, com um sorriso confiante, disse:— Pronto, chega de choro. Dessa vez, eu vou te dar uma chance de brilhar.Eduarda enxugou as lágrimas, surpresa, e perguntou:— Brilhar? Ah, se for pra descontar em cima da Gabriela, aí sim eu me sentiria realizada!Depois de ser explorada por Gabriela por tanto tempo, Eduarda queria vê-la tropeçar, só para poder esmagá-la de vez.— É exatamente sobre isso que estou falando. — Respondeu Esther, com um olhar decidido.Eduarda ficou boquiaberta, apressando-se a secar os olhos.— Esther, eu sabia que você viria me salvar! Conta logo o plano, estou pronta para agir!Esther se sentou ao lado dela, já traçando a estratégia para expor a verdade sobre Sofia.Enquanto isso, Gabriela estava a caminho da casa de
Sofia se levantou rapidamente, com o rosto pálido de indignação.— O quê? Como isso é possível?— Eu não estou te enganando, realmente ligaram! — Respondeu Iara, tão perplexa quanto Sofia. — Foram xingamentos horríveis, eu nem soube como reagir. Você também não deveria ouvir.Iara temia que, se Sofia ouvisse aquilo, ficaria profundamente abalada.Sofia ficou paralisada por alguns segundos, sem conseguir processar a situação.— Quem teria acesso ao meu laudo médico? Isso não faz sentido! — Ela exclamou, ainda incrédula.Rapidamente, pegou o celular e começou a procurar na internet o que estava acontecendo. Seu laudo hospitalar, por si só, não deveria ser motivo para tanto alvoroço. A única possibilidade era...“Isso é impossível”, pensou, tentando se convencer de que aquilo não poderia estar acontecendo.Mas, assim que abriu as redes sociais, foi bombardeada por uma enxurrada de comentários ofensivos.Estavam chamando ela de falsa. Acusavam ela de estar encenando. Diziam que ela havia a