Esther desligou o carro, mantendo uma expressão tranquila enquanto esperava Sofia se aproximar. Apesar do aparente controle, seu coração batia acelerado. Assim que Sofia parou ao lado do veículo, com a comida que havia trazido para Marcelo em mãos, deu um sorriso frio, um sorriso que não alcançava seus olhos.— Por que não entrou? Ficou incomodada de ver a gente conversando? — Sofia perguntou, sua voz cheia de um sarcasmo velado.Esther virou a cabeça, encontrando o olhar de Sofia com uma frieza calculada. Era como se não houvesse nenhuma emoção ali, apenas uma parede impenetrável.— Tem algum problema? — Esther respondeu, indiferente.— Você ainda não respondeu minha pergunta. — Sofia insistiu, franzindo o cenho, incomodada pela serenidade de Esther.Esther desviou o olhar, encarando o horizonte por um breve momento, antes de responder com a mesma calma de antes:— Sabe, às vezes, algumas pessoas fingem ter algo que não têm. Quanto mais elas se exibem, menos elas realmente possuem. S
Marcelo evitava ver qualquer pessoa. Seu humor estava sombrio, e a paciência havia se esgotado há muito tempo. — Srta. Sofia, o Sr. Marcelo está descansando. Ele pediu para você não se preocupar e voltar para o set. — Gilberto, postado na porta do quarto, disse educadamente, mas com um leve tom de desculpa na voz.Sofia, contudo, não se deixaria afastar tão facilmente. — Não tem problema. — Insistiu ela, com uma leve insistência na voz. — Já pedi licença, e o diretor aprovou. Posso voltar depois que ele tiver alta.Gilberto sentiu o desconforto crescer dentro de si. Ele sabia que Marcelo não queria ver ninguém, muito menos Sofia. Com um esforço visível para não parecer rude, tentou ser mais claro.— O Sr. Marcelo precisa de repouso. — Afirmou ele, esperando que Sofia entendesse a mensagem desta vez.Sofia captou o recado, mas ao invés de se irritar, apenas ampliou o sorriso, como quem não se deixa abalar por uma porta fechada.— Então, por favor, entregue isto para o Marcelo. Vou apr
Nora não queria deixar Esther ir embora. Sua fúria era tão intensa que seus olhos pareciam brilhar de ódio. Ela agarrou Esther com uma força inesperada, quase brutal, como se quisesse matá-la ali mesmo, naquela sala fria da delegacia.— Eu sabia que você só podia ser um mau agouro! — Nora gritou, sua voz carregada de rancor, enquanto seus dedos apertavam o braço de Esther com um fervor insano. — Sem você, estaríamos todos bem. Seu pai sempre nos ajudou, e nossa família seria feliz se você não tivesse se intrometido! Foi você quem o afastou de nós, sua mulher fria e venenosa! Eu vou te matar!Os olhos de Nora estavam vidrados, sua respiração ofegante enquanto as palavras saíam como veneno de sua boca. Ela realmente acreditava que tudo era culpa de Esther. Em um movimento desesperado, Nora agarrou os cabelos de Esther, puxando-os com tanta força que a cabeça de Esther foi puxada para trás, despenteando-a completamente.Esther tentou se esquivar, tentando afastar Nora com um empurrão para
— Ah, que bom que já se conhecem! Fifi, essa é a Nicole. — Disse Joana, com um sorriso largo no rosto.Sofia retribuiu o sorriso, um gesto cheio de simpatia, mas também com uma ponta de superioridade velada. — E esta é Sofia, — Continuou Joana, olhando para as duas, como se quisesse que se entendessem imediatamente.Nicole, com um aperto no coração, observou Sofia com mais atenção. Cada detalhe no rosto dela parecia se encaixar com algo que Nicole temia, mas não queria admitir. De repente, tudo fez sentido, e o pânico tomou conta de seus pensamentos.Seu rosto ficou pálido ao perceber a verdade.— Joana, essa é a... famosa amada do Marcelo, não é? — Perguntou Nicole, a voz trêmula, lutando para manter a compostura enquanto a realidade caía sobre ela como uma avalanche. Ela havia imaginado que, se Joana aceitou seu filho, também a aceitaria. Mas parecia que ela estava se iludindo.Sofia sorriu ao ouvir a expressão. — Oi, tudo bem? A Sra. Joana já me falou de você. — Sofia comentou, in
Mesmo que Sofia não aceitasse a situação, Joana com certeza aceitaria. Joana sempre tinha a palavra final e Sofia jamais iria contra sua vontade. Além disso, Sofia não estava disposta a se tornar a vilã dessa história, não sem antes planejar meticulosamente seus próximos passos.Enquanto Nicole estava absorta em seus pensamentos, ponderando sobre a nova presença em sua vida, uma batida na porta a trouxe de volta à realidade. — Quem é? — Perguntou ela, tentando disfarçar o nervosismo que sentia.— Sou eu, Sofia. — Respondeu uma voz suave.Nicole hesitou por um instante, mas acabou decidindo abrir a porta. Sofia estava parada na entrada, com um sorriso gentil no rosto, segurando uma tigela de sopa fumegante. — Você não desceu, então eu trouxe um pouco de sopa para você. — Disse Sofia, adentrando o quarto com passos leves e graciosos. — A Sra. Joana que preparou, está uma delícia.— Não estou com muita fome. — Nicole respondeu sem muita animação, suas palavras soando mecânicas.Sofia,
Essas palavras atingiram Nicole em cheio, como se tivessem arrancado o chão sob seus pés. Antes, Esther tinha dito para Nicole não se apaixonar por Marcelo, mas agora parecia que ela própria estava envolvida até o pescoço nesse relacionamento. E mais, com uma gravidez em jogo, quem sabia o que Esther seria capaz de fazer? Talvez até conspirar contra o filho dela. Nicole sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao imaginar essa possibilidade.Instintivamente, ela envolveu a barriga com as mãos, num gesto de proteção, como se pudesse afastar qualquer ameaça ao seu bebê. A crescente desconfiança se enraizou profundamente em seu coração. Ela não podia permitir que Esther saísse vitoriosa, muito menos deixar que meu filho fosse prejudicado por ela.Sofia, percebendo a preocupação estampada no rosto de Nicole, deu um passo à frente, com um sorriso que escondia sua verdadeira intenção. — Descanse bem, e não se esqueça de tomar a sopa. É para proteger o bebê. — Sugeriu, sua voz suave como o
Caio franziu a testa, suas sobrancelhas se unindo em uma linha dura enquanto continuava a fumar com irritação visível. — Não precisa falar assim, eu vou devolver o dinheiro, claro que vou! — Insistiu ele, tentando soar convincente. Ele deu uma última tragada no cigarro, como se buscasse coragem no tabaco. — Só preciso que você me empreste agora.— Eu não tenho dinheiro para te emprestar. — Esther respondeu, sua voz firme como uma rocha. — Se tem mais alguma coisa a dizer, fale agora, senão estou indo.Caio, vendo que ela realmente ia embora sem sequer olhar para trás, sentiu o sangue ferver. Jogou o cigarro no chão com raiva, esmagando-o com o pé como se estivesse esmagando sua própria impotência. — Esther, não me force a romper com você de vez. Se isso acontecer, vai ficar feio para todo mundo! — Ameaçou ele, sua voz carregada de ressentimento. Seus olhos escureceram, cheios de malícia.Mas Esther apenas entrou no carro e foi embora, ignorando completamente as ameaças. Ela conhecia
Gilberto soltou um suspiro, sem ter escolha a não ser desligar o telefone. O alívio, no entanto, foi passageiro, pois o telefone tocou novamente quase que imediatamente.— Sr. Marcelo, pode ser algo sério. — Gilberto alertou, seu tom levemente ansioso, embora tentasse manter a calma.Marcelo estava lendo o jornal do dia, as páginas ligeiramente amassadas sob seus dedos. Ele levantou os olhos com certa irritação quando o telefone tocou de novo. Ao ver que era Diana, uma ruga de preocupação se formou em sua testa. Ela nunca ligava para ele diretamente... Isso só podia ter a ver com a Esther.Lentamente, Marcelo fechou o jornal, a tensão em seus ombros aumentando. — Me dê o telefone. — Ordenou ele, estendendo a mão com uma calma que não refletia o turbilhão em seu peito.Gilberto, sentindo a mudança no ar, rapidamente entregou o aparelho. Assim que Marcelo atendeu, a voz aflita de Diana explodiu do outro lado da linha.— Marcelo, por que você não atende? Está mesmo disposto a deixar a Es