Ela não podia deixar que isso acontecesse. Se Joaquim encontrasse Natacha novamente, todo o esforço de cinco anos estaria em risco! Rafaela sabia que, mesmo depois de todo esse tempo, Joaquim ainda não havia esquecido aquela mulher.— Aquela médica tem um jeito difícil, da última vez nem a administração do hospital conseguiu convencer ela. Não há como nós conseguirmos. Vou eu mesma amanhã cedo, me antecipando para conseguir um horário com ela. Mostrarei minha sinceridade ao conseguir uma consulta cedo. Os médicos geralmente apreciam pacientes que demonstram interesse real. Assim, evitaremos que ela despeje sua insatisfação sobre o Domingos. — Rafaela rapidamente disse, com um sorriso forçado, tentando parecer determinada, mas seu coração batendo descompassado.Joaquim pensou um pouco, franzindo a testa, e então concordou com ela.— Então, vá cedo amanhã e veja a Dra. Susan. A empresa está muito ocupada ultimamente e não consigo me ausentar. Se ela não concordar em tratar o Domingos, te
Após o que foi dito, Natacha imediatamente ligou para a segurança.— Vocês podem vir aqui? Temos uma pessoa causando problemas, por favor, levem ela para fora. — Ela disse com firmeza e frieza.Em pouco tempo, dois seguranças chegaram. Um deles segurou Rafaela pelo braço e começou a arrastá-la para fora. — Natacha, você vai se ver comigo! Se você me trata assim, não vou te deixar barato! — Rafaela gritou para Natacha, furiosa, os olhos faiscando de raiva. Sua voz era carregada de ódio e determinação.Depois que Rafaela saiu, a sala de atendimento voltou ao normal, e Natacha continuou atendendo os pacientes de forma metódica. Rafaela, por outro lado, não deixou o hospital. Estava determinada a fazer com que Natacha atendesse Domingos. Caso não conseguisse convencê-la, Joaquim iria pessoalmente procurar a “doutora Susan”. As consequências disso seriam desastrosas. Portanto, Rafaela decidiu procurar o diretor do hospital.Como Joaquim já havia dado um aviso prévio e o Grupo Camargo havi
Quem mandou ela ser tão talentosa? O hospital estava contando com Susan para ganhar fama! Henrique saiu com uma expressão preocupada, pensando em como iria conversar com Rafaela.Ao chegar ao escritório, Rafaela se levantou imediatamente.— E aí? Ela aceitou? — Ela perguntou, com uma mistura de ansiedade e impaciência, mordendo levemente o lábio.Embora Natacha sempre fosse arrogante, ela ainda respeitava o diretor do hospital.— Bem, Sra. Camargo, por favor, mantenha a calma. Vou ser sincero, a Dra. Susan é uma especialista que convidamos com grande esforço para o nosso hospital, e nem sempre ela segue minhas sugestões. Agora, a Dra. Susan fez uma exigência. se você cumprir, ela aceitará tratar o seu filho. — Henrique deu um sorriso sem jeito e respondeu, escolhendo suas palavras com cuidado enquanto observava reação de Rafaela.— O que ela quer? — Rafaela resmungou, levantando o queixo com desdém, e disse, com um tom de desafio, enquanto ela cruzava os braços.— A Dra. Susan pediu q
— Sua esposa não contou a verdade? Tive receio de que ela distorcesse a situação por estar irritada, então decidi falar com você diretamente. — Explicou Henrique, sua voz baixa e cuidadosa.Joaquim franziu o cenho e respondeu, tentando esconder sua preocupação.— Entendi, obrigado por me avisar, Sr. Henrique. — Ele disse, com um tom firme.Desligando o telefone, Joaquim imediatamente se dirigiu ao hospital onde Domingos estava internado. Seu coração estava acelerado, e ele mal conseguia manter a calma.Ao ver Joaquim chegar, Rafaela tentou disfarçar sua preocupação, com um sorriso tenso.— Nosso filho está bem melhor hoje. — Sua voz tentava soar natural, mas seus olhos revelavam a ansiedade.— Preciso falar com você, venha comigo. — Falou Joaquim, sua voz firme e inabalável.Rafaela ficou um pouco surpresa, mas seguiu Joaquim para fora do quarto, tentando manter a calma. Suas mãos estavam frias e suadas.Assim que saíram, Joaquim a confrontou diretamente.— Por que você mentiu hoje? A
Não demorou muito para que Xavier enviasse uma mensagem dizendo que Susan já tinha voltado para o exterior naquela noite, pegando um voo há meia hora. — Quando ela vai voltar? Não disseram que ela está trabalhando no Hospital da Cidade M agora? — Joaquim, desapontado e irritado, franziu a testa e imediatamente perguntou com um tom de frustração e preocupação.— Parece que essa médica é uma especialista convidada pela Universidade da Cidade M. Eu soube que ela só atende de segunda a quarta-feira. Após o atendimento, ela volta imediatamente para o exterior, sem perder um minuto. — Xavier respondeu com um suspiro, claramente desconfortável com a situação. Ele tentava manter a calma, mas era evidente que a notícia também o incomodava.— É incrível como algumas pessoas têm um complexo de inferioridade em relação ao exterior. Uma brasileira, que considera o exterior como sua casa! — Joaquim bufou de raiva e murmurou, mais para si mesmo do que para Xavier. Seu rosto estava vermelho de indign
— Leve sua irmã para brincar enquanto eu preparo feijoadas para vocês. E, por favor, deixe sua mamãe descansar. Não incomode ela, ok? — Gabriel disse, sua voz calma e cheia de carinho, com um sorriso acolhedor, acariciando a cabeça de Adriano — Sr. Gabriel, você quer ser nosso pai? — Adriano piscou várias vezes, refletindo, e de repente perguntou, com a voz hesitante e curiosa.Gabriel ficou surpreso com a pergunta e não soube como reagir imediatamente. Após um momento, ele sorriu com gentileza, se abaixou para ficar na altura de Adriano. — E então, Adriano, você gostaria que eu fosse o pai de você e da Otília? — Gabriel perguntou, com seriedade e suavidade.Adriano pensou por um instante, olhando fixamente para o chão. — Mas eu ainda quero meu pai. — Ele respondeu com sinceridade, os olhos cheios de tristeza.Essas palavras foram como um balde de água fria para Gabriel, que sentiu um frio na espinha e seu sorriso vacilar. — Mas, irmão, nosso pai não está mais conosco. Mamãe disse
Gabriel olhou para Natacha com um olhar de profunda admiração. A vivacidade e brilho que ela mostrava agora eram algo que ele nunca tinha visto antes, mesmo antes de sua perda de memória.— Se você pudesse ser sempre assim, seria ótimo. — Gabriel disse suavemente, os olhos fixos nos dela, cheios de um carinho que ele não conseguia esconder.Natacha congelou a expressão sorridente e olhou para ele com curiosidade, os olhos arregalados de surpresa.— O que você quer dizer com isso? — Perguntou ele, a voz ligeiramente trêmula, enquanto inclinava a cabeça para o lado, intrigada.— Não é nada. Só quero que você continue assim, feliz e livre, como está agora. — Gabriel balançou a cabeça e respondeu, com um sorriso suave nos lábios. Ele tentou parecer despreocupado, mas seu olhar denunciava a profundidade de seus sentimentos....O tempo com as crianças sempre passava rápido. Poucos dias depois, Natacha embarcou em um voo de volta para casa. No entanto, ao sair do aeroporto, dois seguranças a
— Só quando eu estiver ferida é que vocês vão fazer alguma coisa? Precisam esperar até que eu seja sequestrada para tomar uma atitude? — Natacha imediatamente protestou, sua voz cheia de frustração. Seus olhos brilhavam de indignação, e ela apertava os punhos com força.O policial acalmou ela, tentando manter a compostura diante do desespero de Natacha. — Você está sozinha, vindo de outro país, e vive sozinha, o que realmente não é muito seguro. Você pode pesquisar sobre segurança para mulheres que moram sozinhas, assim pode se proteger melhor. Se algo assim acontecer novamente, tente guardar o máximo de evidências possível e então nos procure. — Sugeriu ele, com um olhar compreensivo.Natacha ficou frustrada, sua mente girando com a impotência da situação. “Como eu poderia ter usado meu celular para tirar fotos dos sequestradores naquele momento?”, pensou ela, sentindo uma raiva impotente crescer dentro dela. Desapontada, saiu da delegacia e decidiu tomar medidas por conta própria.