Não demorou muito para que Xavier enviasse uma mensagem dizendo que Susan já tinha voltado para o exterior naquela noite, pegando um voo há meia hora. — Quando ela vai voltar? Não disseram que ela está trabalhando no Hospital da Cidade M agora? — Joaquim, desapontado e irritado, franziu a testa e imediatamente perguntou com um tom de frustração e preocupação.— Parece que essa médica é uma especialista convidada pela Universidade da Cidade M. Eu soube que ela só atende de segunda a quarta-feira. Após o atendimento, ela volta imediatamente para o exterior, sem perder um minuto. — Xavier respondeu com um suspiro, claramente desconfortável com a situação. Ele tentava manter a calma, mas era evidente que a notícia também o incomodava.— É incrível como algumas pessoas têm um complexo de inferioridade em relação ao exterior. Uma brasileira, que considera o exterior como sua casa! — Joaquim bufou de raiva e murmurou, mais para si mesmo do que para Xavier. Seu rosto estava vermelho de indign
— Leve sua irmã para brincar enquanto eu preparo feijoadas para vocês. E, por favor, deixe sua mamãe descansar. Não incomode ela, ok? — Gabriel disse, sua voz calma e cheia de carinho, com um sorriso acolhedor, acariciando a cabeça de Adriano — Sr. Gabriel, você quer ser nosso pai? — Adriano piscou várias vezes, refletindo, e de repente perguntou, com a voz hesitante e curiosa.Gabriel ficou surpreso com a pergunta e não soube como reagir imediatamente. Após um momento, ele sorriu com gentileza, se abaixou para ficar na altura de Adriano. — E então, Adriano, você gostaria que eu fosse o pai de você e da Otília? — Gabriel perguntou, com seriedade e suavidade.Adriano pensou por um instante, olhando fixamente para o chão. — Mas eu ainda quero meu pai. — Ele respondeu com sinceridade, os olhos cheios de tristeza.Essas palavras foram como um balde de água fria para Gabriel, que sentiu um frio na espinha e seu sorriso vacilar. — Mas, irmão, nosso pai não está mais conosco. Mamãe disse
Gabriel olhou para Natacha com um olhar de profunda admiração. A vivacidade e brilho que ela mostrava agora eram algo que ele nunca tinha visto antes, mesmo antes de sua perda de memória.— Se você pudesse ser sempre assim, seria ótimo. — Gabriel disse suavemente, os olhos fixos nos dela, cheios de um carinho que ele não conseguia esconder.Natacha congelou a expressão sorridente e olhou para ele com curiosidade, os olhos arregalados de surpresa.— O que você quer dizer com isso? — Perguntou ele, a voz ligeiramente trêmula, enquanto inclinava a cabeça para o lado, intrigada.— Não é nada. Só quero que você continue assim, feliz e livre, como está agora. — Gabriel balançou a cabeça e respondeu, com um sorriso suave nos lábios. Ele tentou parecer despreocupado, mas seu olhar denunciava a profundidade de seus sentimentos....O tempo com as crianças sempre passava rápido. Poucos dias depois, Natacha embarcou em um voo de volta para casa. No entanto, ao sair do aeroporto, dois seguranças a
— Só quando eu estiver ferida é que vocês vão fazer alguma coisa? Precisam esperar até que eu seja sequestrada para tomar uma atitude? — Natacha imediatamente protestou, sua voz cheia de frustração. Seus olhos brilhavam de indignação, e ela apertava os punhos com força.O policial acalmou ela, tentando manter a compostura diante do desespero de Natacha. — Você está sozinha, vindo de outro país, e vive sozinha, o que realmente não é muito seguro. Você pode pesquisar sobre segurança para mulheres que moram sozinhas, assim pode se proteger melhor. Se algo assim acontecer novamente, tente guardar o máximo de evidências possível e então nos procure. — Sugeriu ele, com um olhar compreensivo.Natacha ficou frustrada, sua mente girando com a impotência da situação. “Como eu poderia ter usado meu celular para tirar fotos dos sequestradores naquele momento?”, pensou ela, sentindo uma raiva impotente crescer dentro dela. Desapontada, saiu da delegacia e decidiu tomar medidas por conta própria.
Enquanto as lembranças do passado se avolumavam, Joaquim sentia um turbilhão de emoções. A raiva e a dor estavam evidentes em seu olhar. Seu coração batia descompassado, e ele respirava pesadamente, tentando controlar a fúria que ardia dentro dele.Natacha soltou um gemido, seus olhos arregalados de medo. Ela começou a se debater violentamente, seus movimentos desesperados e frenéticos. No entanto, antes que pudesse escapar, Joaquim segurou seus braços com firmeza, puxando eles para trás e prendendo eles. Seu corpo imenso pressionava Natacha contra a parede do elevador enquanto ele a beijava com um fervor desesperado, mordendo seus lábios com raiva.A raiva de Joaquim era evidente. Ele odiava o fato de Natacha ter tomado uma decisão tão cruel e ter abortado o filho deles. Nos últimos cinco anos, cada vez que pensava nisso, desejava poder trazê-la de volta e fazê-la se arrepender. Mas agora, diante dela, ele percebia que, apesar de toda a sua raiva, não conseguia realmente machucá-la.
Gabriel fechou os olhos com força, respirando profundamente, sentindo que o destino estava brincando com ele. Por que, depois de cinco anos, Natacha estava novamente envolvida com eles? Ele cerrou os punhos, tentando manter a calma enquanto sua mente fervilhava de pensamentos inquietantes.— Você não disse que alguém esteve no nosso laboratório recentemente investigando Natacha? — Gabriel perguntou com uma voz pesada, seus olhos fixos no detetive.— Sim, parece que foi a esposa de Joaquim quem mandou fazer isso. Agora que Joaquim descobriu quem é Susan, ele deve estar investigando também. No entanto, estamos preparados e não vamos deixar que ele descubra o que queremos manter em segredo. — O detetive confirmou e respondeu com seriedade.Gabriel relaxou um pouco, um suspiro escapando de seus lábios tensionados.— Se certifique de que Joaquim não descubra sobre as crianças. Tenha algumas pessoas no laboratório para enviar informações falsas nos próximos dias. — Ele ordenou com firmeza.E
“Essa mulher, depois de perder a memória, parece ter se transformado completamente. Provavelmente, ela nem sabe mais seu próprio sobrenome!”, Joaquim pensou, enquanto observava Natacha com uma mistura de incredulidade e dor, tentando entender a extensão das mudanças que a amnésia havia causado nela.— Você está se confundindo. O que eu queria era apenas conversar com a senhora em particular. — Disse Joaquim, mantendo a calma, mas sua voz traía um leve tremor de frustração.— Não há o que conversar. — Natacha respondeu com frieza, seus olhos fixos nos dele com um olhar gélido. — Eu já disse que não vou ajudar seu filho. Sr. Camargo, em vez de me pressionar e me manipular, talvez você devesse se preocupar com os problemas que você e sua esposa estão enfrentando. Parece que, mesmo com dinheiro, nem tudo pode ser resolvido, não é? Natacha sorriu de forma sarcástica, seus lábios se curvando em uma expressão de desprezo.Joaquim franziu a testa, sentindo uma pontada de raiva crescer dentro
— Sim, eu realmente tenho medo de você encontrá-la! — Rafaela chorava com uma expressão de extrema mágoa, soluçando enquanto falava. — Nós finalmente estamos juntos, tivemos o Domingos, somos tão completos e felizes juntos. Se a Susan realmente for a Natacha, o que será do meu Domingos? Ele é tão pequeno, tão vulnerável, ainda por cima tem problemas de coração. Domingos já sofre muito, será que você quer que ele fique sem pai também?As queixas de Rafaela, uma a uma, ressoavam na mente de Joaquim como um alarme insistente.“Eu e Rafaela já temos o Domingos. E a Natacha? Ela abortou nosso filho e ainda me deixou cruelmente. Mesmo que Natacha volte, o que isso mudaria? Será que eu devo abandonar meu filho? Além disso, nesses cinco anos, foi Rafaela quem esteve ao meu lado.”— Joaquim, nesses anos todos, você viu o quanto me dediquei ao Domingos, a você e a esta casa. — Rafaela continuava a chorar, tremendo enquanto falava. — Eu também sou mulher, não consigo ser tão magnânima a ponto de