- Você acha... Que isso é só pirraça? - Joaquim teve um vislumbre de compreensão e, em seguida, curvou os lábios num sorriso. - Quer dizer que ela está com ciúmes?- Mais ou menos! - Manuel disse. - Considerando o tempo que você e Rafaela ficaram juntos, você deveria entender bem a mente das mulheres. Como não consegue perceber as pequenas manobras de Natacha?Joaquim lançou um olhar desesperado para Manuel, mas não disse nada. Afinal, quando ele estava com Rafaela, ela sempre o seguia e concordava com tudo o que ele fazia. Nunca precisou se esforçar para agradá-la. Diferente de Natacha, que frequentemente criava pequenas confusões.Joaquim observou Manuel por um momento antes de sorrir. - Você parece tão desinteressado e tranquilo, mas compreende por caramba a mente das mulheres. -Com isso, se levantou. - Vou para casa.- Já vai? - Manuel disse, incrédulo. - Mal bebemos algumas taças e você já quer ir embora? Não se esqueça, foi você que insistiu para que eu viesse aqui essa noite.
Natacha, nervosa, se aninhou no peito de Joaquim, suas pequenas mãos agarrando firmemente a camisa dele. - Estou um pouco cansada e... Com sono. Esta noite, você poderia...?Joaquim olhou para ela com um olhar suave, percebendo o cansaço nos olhos dela. Ele se inclinou e beijou suavemente a ponta do nariz dela, um gesto cheio de carinho. - Claro, não vou tocar em você.Natacha o olhou com um misto de surpresa e desconfiança. Como ele poderia ser tão imprevisível? Na noite anterior, ele tinha sido tão agressivo, mas agora parecia atender a todos os seus caprichos. Seu coração bateu mais rápido, seus olhos refletindo uma leve ondulação de emoção. Mas havia uma voz dentro dela, uma advertência persistente: “Natacha, você não pode se deixar levar de novo! Será que você realmente está disposta a ser madrasta?”Joaquim a deitou na cama com cuidado, ajeitando os travesseiros para que ela pudesse se sentir confortável. Ele a cobriu com um cobertor macio, suas mãos fortes, mas gentis. Indica
O coração de Rafaela se apertou, cada batida ecoando a dor que sentia. Por que Joaquim, sabendo que Natacha o estava manipulando, ainda era tão frio com ela? Ela respirou fundo e, tentando manter a compostura, disse com uma voz trêmula: - Mas... Desde que sejamos inocentes, que mal pode haver nos outros pensarem o que quiserem? Eu não me importo com o que dizem de mim, eu só quero te amar de todo o coração.Joaquim se virou, seus olhos penetrantes fixos nela, como se estivesse tentando ler sua alma. Seu rosto era uma máscara de tranquilidade e frieza. - Você parece estar bem de saúde. Quando pretende partir? Preciso avisar o Xavier para marcar sua passagem.Rafaela olhou para ele, atônita e incrédula, sentindo uma onda de desespero tomar conta de si. - Você ainda quer me mandar para o exterior? Joaquim, você sabe que ela não te ama de verdade. A única pessoa que te ama de verdade sou eu. Por que está machucando uma mulher cujo coração é inteiramente seu?Joaquim manteve a firmeza na
Rafaela estava inconsolável. A última coisa que ela queria era ter o filho de Duarte e ficar presa a ele pelo resto da vida. Ela se sentia como um pássaro enjaulado, cada batida de suas asas inútil contra as grades que a aprisionavam. Duarte já havia deixado claro que não iria mais ajudá-la, então ela precisava encontrar uma maneira de salvar a si mesma. Fingindo aceitar a proposta de Duarte, ela tentou ganhar tempo, forçando um sorriso cada vez que ele olhava para ela, mas por dentro, seu coração clamava por uma saída....No final da tarde, Natacha recebeu uma mensagem de Joaquim. Ele pediu que ela o esperasse na frente do hospital após o expediente, dizendo que iriam jantar fora e, em seguida, assistir a um filme. Natacha ficou surpresa com o convite repentino, um calor agradável preenchendo seu peito. Ela não sabia por que Joaquim havia decidido, de repente, fazer algo tão casual, mas a ideia de passar uma noite agradável ao lado dele deixou ela ansiosa. Considerando que raramente
Joaquim caminhou até o sofá do quarto e se sentou, soltando um longo suspiro enquanto se recostava, fechando os olhos. As linhas de cansaço em seu rosto pareciam mais profundas sob a luz suave do abajur. Natacha, porém, não conseguiu conter sua frustração, seu corpo tremendo com a raiva acumulada.- Joaquim, você acha divertido me enganar? Sabe quanto tempo eu fiquei esperando por você na porta do hospital? Você tem ideia de como o vento estava forte esta noite? - Sua voz tremia de raiva e decepção, cada palavra carregada de uma mágoa profunda.Joaquim abriu os olhos lentamente, seu olhar profundo e intenso. Sua voz, no entanto, manteve calma, quase indiferente. - Tive um imprevisto esta noite e esqueci de te avisar. - Suas palavras eram simples, mas o tom era frio, sem a urgência ou o arrependimento que Natacha esperava.Ela ficou surpresa com a resposta indiferente. Ele a deixara esperando no frio por duas horas, e tudo o que ele tinha a dizer era uma desculpa vaga e sem importânci
- Que tipo de reviravolta pode haver? - Dolores gritou, claramente irritada. Ela andava de um lado para o outro na sala de estar, seus passos ecoando no piso de mármore polido. - Isso está me matando de raiva! Se não fosse por essa Natacha azarada, Rodrigo nunca teria feito algo assim! Aquela amante sempre odiou Natacha, e agora, ela certamente não vai poupar Rodrigo! - Sua voz estava chorosa de tanto desespero e ressentimento, as palavras saindo quase como um grito de agonia.A empregada, uma mulher de meia-idade com expressão gentil, tentou acalmá-la, colocando uma mão reconfortante no ombro de Dolores. - Senhora, o Sr. Rodrigo sempre amou muito a Srta. Natacha. Agora que ela foi prejudicada, ele perdeu a cabeça e quis defender ela. Mas não importa o quanto ele esteja com raiva, não deveria ter agido dessa forma. Atropelar a mulher assim, com testemunhas e provas, ela com certeza vai usar isso contra ele. - Sua voz era calma, mas firme, na tentativa de trazer alguma razão à mente pe
Xavier ficou um pouco confuso. Não sabia se o presidente esperava que o bebê fosse salvo ou não. Se sentiu inseguro ao responder com cuidado, medindo cada palavra: - O médico disse que o feto da Srta. Rafaela é muito resistente e, por enquanto, não houve problemas. - Entendi. - Joaquim respondeu, seu rosto inexpressivo, sem revelar nenhuma emoção. Ele acenou com a mão, dispensando Xavier para que ele voltasse ao trabalho.Naquele momento, Manuel entrou no escritório, sua presença imponente imediatamente percebida por Joaquim.- Como estão as coisas? Algum novo progresso? - Joaquim perguntou com urgência, se levantando da cadeira. Sua expressão, embora controlada, revelava a tensão implícita.- O motorista de Rodrigo insiste que foi Rodrigo quem mandou ele fazer isso. Além disso, Rodrigo estava no carro na hora do incidente, e ele tinha motivos claros para ordenar o ataque. - Manuel disse com um tom grave, suas palavras carregadas de preocupação. - A chance de ganhar esse caso é muito
Rosana hesitou. Deveria abrir aquele arquivo e dar uma olhada? Ela sabia que não deveria violar a privacidade dos clientes de Manuel. No entanto, a enorme curiosidade a consumia, fazendo com que ela desejasse desvendar o mistério. E se realmente tivesse a ver com a família Gonçalves?Decidida, Rosana abriu o arquivo e começou a folheá-lo rapidamente. Em poucos minutos, compreendeu a gravidade da situação: a família Gonçalves estava enfrentando um grande problema! Seus olhos se arregalaram ao ler cada linha. A sensação de urgência aumentou, e sem perder mais tempo, ela se dirigiu para a saída com passos apressados e coração acelerado.A assistente de Manuel a viu e perguntou, com preocupação estampada no rosto: - Srta. Rosana, o Sr. Manuel deve estar voltando em breve. Você não vai esperar por ele?- Eu tenho um compromisso urgente. Desculpe, a entrevista terá que ser remarcada. - Rosana respondeu rapidamente, quase sem fôlego, enquanto se apressava em sair.Ao chegar à porta do escrit