Quando Joaquim finalmente parou ao lado da banheira, ele olhou para ela por um momento que pareceu uma eternidade. Ele não disse uma palavra, apenas ficou parado diante da banheira, desfazendo calmamente os botões da camisa, um por um. Seus movimentos eram lentos e propositais, cada botão se soltando com um estalo suave. Em seguida, ele desfez a fivela do cinto, o som metálico ecoando no banheiro silencioso.Natacha podia sentir o cheiro forte de álcool que saía dele. Não era de admirar que ele estivesse agindo de forma tão irracional. Ela olhou ao redor desesperadamente, mas não havia nenhuma toalha ao alcance para se cobrir.- Joaquim, você bebeu demais. - Ela se encolheu no canto mais afastado da banheira, sua voz tremendo de nervosismo. - Por favor, saia daqui. Natacha fechou com força os olhos, não se atrevendo a olhar para a cena diante dela. Seu coração batia descontroladamente, e ela sentia o calor subir para suas bochechas. A água quente da banheira parecia gelar diante do pâ
Natacha se sentia desconfortável com as investidas de Joaquim. Ele, por sua vez, parecia determinado a ignorar qualquer distância entre eles.- Será que eu preciso manter uma certa distância da minha própria mulher? - Provocou ele com um sorriso malicioso nos lábios.Natacha, incapaz de confrontá-lo diretamente, murmurou com hesitação: - Mas você está me deixando desconfortável. - Onde você está se sentindo desconfortável? - Joaquim perguntou com malícia. - Ontem à noite, quando você me chamava de 'marido', não parecia desconfortável.As palavras de Joaquim atingiram Natacha como um golpe. Ele nunca havia falado assim antes, e cada palavra aumentava sua vergonha e desconforto.Joaquim não hesitou em continuar suas investidas, suas mãos explorando os limites do recato ao deslizarem sob as roupas dela.- Por favor, pare. Eu não quero isso. - Natacha implorou olhando para ele. - O que aconteceu ontem à noite ainda me incomoda.Mas Joaquim, imperturbável, marcou o pescoço dela com um bei
Natacha sentia cada vez mais que estava cavando sua própria cova ao voltar voluntariamente para Joaquim, se transformando naquela “ave na gaiola dourada” que tanto tinha medo de vir. A sensação de estar presa e impotente a atormentava constantemente....Na entrada do hospital, uma voz animada a chamou, interrompendo seus pensamentos.- Natacha, que coincidência! Você também acabou de chegar? - Laura se aproximava rapidamente, o rosto iluminado por um sorriso amigável, mas seus olhos escondiam uma curiosidade persistente. Ela olhou para o relógio em seu pulso e exclamou. - Faltam apenas cinco minutos para o nosso turno começar.Natacha, sempre educada e tentando manter a compostura, respondeu com um aceno de cabeça:- Bom dia, Sra. Laura.As duas entraram no elevador. O espaço fechado fez com que Natacha sentisse a pressão do olhar inquisitivo de Laura. Tentando parecer casual, mas com um brilho de curiosidade nos olhos, Laura perguntou:- Vi você sozinha lá fora. Seu irmão não te tro
“Sr. Joaquim, o senhor está enganado, a Natacha está muito bem. Ela está trabalhando e estudando com bastante empenho.”Joaquim olhou para a mensagem recebida e franziu levemente a testa. Com um suspiro de impaciência, enviou de volta apenas um ponto de interrogação. Seu tom implícito era claro: “Se não se trata de Natacha, então sobre o que mais temos para conversar?” Sua mente estava em turbilhão e ele não tinha tempo nem paciência para rodeios.Depois de um longo tempo, Laura enviou outra mensagem.“Sr. Joaquim, desde que o vi pela primeira vez, passei a admirar você muito. Claro, sua irmã, Natacha, também nos apoia, foi ela que me deu o seu WhatsApp.”Joaquim leu incrédulo a mensagem. Uma fúria sutil começou a tomar conta de seu rosto, sua mandíbula se tensionando visivelmente. Natacha, sua própria esposa, havia jogado ele para essa mulher? Isso era um absurdo! Sentiu um calor subir pelo corpo, e sem hesitar, ele bloqueou Laura e jogou o celular de lado com um movimento brusco.D
- Você acha... Que isso é só pirraça? - Joaquim teve um vislumbre de compreensão e, em seguida, curvou os lábios num sorriso. - Quer dizer que ela está com ciúmes?- Mais ou menos! - Manuel disse. - Considerando o tempo que você e Rafaela ficaram juntos, você deveria entender bem a mente das mulheres. Como não consegue perceber as pequenas manobras de Natacha?Joaquim lançou um olhar desesperado para Manuel, mas não disse nada. Afinal, quando ele estava com Rafaela, ela sempre o seguia e concordava com tudo o que ele fazia. Nunca precisou se esforçar para agradá-la. Diferente de Natacha, que frequentemente criava pequenas confusões.Joaquim observou Manuel por um momento antes de sorrir. - Você parece tão desinteressado e tranquilo, mas compreende por caramba a mente das mulheres. -Com isso, se levantou. - Vou para casa.- Já vai? - Manuel disse, incrédulo. - Mal bebemos algumas taças e você já quer ir embora? Não se esqueça, foi você que insistiu para que eu viesse aqui essa noite.
Natacha, nervosa, se aninhou no peito de Joaquim, suas pequenas mãos agarrando firmemente a camisa dele. - Estou um pouco cansada e... Com sono. Esta noite, você poderia...?Joaquim olhou para ela com um olhar suave, percebendo o cansaço nos olhos dela. Ele se inclinou e beijou suavemente a ponta do nariz dela, um gesto cheio de carinho. - Claro, não vou tocar em você.Natacha o olhou com um misto de surpresa e desconfiança. Como ele poderia ser tão imprevisível? Na noite anterior, ele tinha sido tão agressivo, mas agora parecia atender a todos os seus caprichos. Seu coração bateu mais rápido, seus olhos refletindo uma leve ondulação de emoção. Mas havia uma voz dentro dela, uma advertência persistente: “Natacha, você não pode se deixar levar de novo! Será que você realmente está disposta a ser madrasta?”Joaquim a deitou na cama com cuidado, ajeitando os travesseiros para que ela pudesse se sentir confortável. Ele a cobriu com um cobertor macio, suas mãos fortes, mas gentis. Indica
O coração de Rafaela se apertou, cada batida ecoando a dor que sentia. Por que Joaquim, sabendo que Natacha o estava manipulando, ainda era tão frio com ela? Ela respirou fundo e, tentando manter a compostura, disse com uma voz trêmula: - Mas... Desde que sejamos inocentes, que mal pode haver nos outros pensarem o que quiserem? Eu não me importo com o que dizem de mim, eu só quero te amar de todo o coração.Joaquim se virou, seus olhos penetrantes fixos nela, como se estivesse tentando ler sua alma. Seu rosto era uma máscara de tranquilidade e frieza. - Você parece estar bem de saúde. Quando pretende partir? Preciso avisar o Xavier para marcar sua passagem.Rafaela olhou para ele, atônita e incrédula, sentindo uma onda de desespero tomar conta de si. - Você ainda quer me mandar para o exterior? Joaquim, você sabe que ela não te ama de verdade. A única pessoa que te ama de verdade sou eu. Por que está machucando uma mulher cujo coração é inteiramente seu?Joaquim manteve a firmeza na
Rafaela estava inconsolável. A última coisa que ela queria era ter o filho de Duarte e ficar presa a ele pelo resto da vida. Ela se sentia como um pássaro enjaulado, cada batida de suas asas inútil contra as grades que a aprisionavam. Duarte já havia deixado claro que não iria mais ajudá-la, então ela precisava encontrar uma maneira de salvar a si mesma. Fingindo aceitar a proposta de Duarte, ela tentou ganhar tempo, forçando um sorriso cada vez que ele olhava para ela, mas por dentro, seu coração clamava por uma saída....No final da tarde, Natacha recebeu uma mensagem de Joaquim. Ele pediu que ela o esperasse na frente do hospital após o expediente, dizendo que iriam jantar fora e, em seguida, assistir a um filme. Natacha ficou surpresa com o convite repentino, um calor agradável preenchendo seu peito. Ela não sabia por que Joaquim havia decidido, de repente, fazer algo tão casual, mas a ideia de passar uma noite agradável ao lado dele deixou ela ansiosa. Considerando que raramente