Lorena estava pálida como um fantasma. Naiara, por outro lado, sorriu ainda mais e disse: — Espere e verá. Em breve, conseguirei formular o antídoto. Quando isso acontecer e sua memória voltar, talvez você perceba o quão ridículo é estar tão furiosa por causa de Duarte! Após dizer isso, Naiara pegou sua mala e foi embora. No caminho de volta, as palavras de Naiara ecoavam na mente de Lorena como um feitiço maligno. Quem dirigia o carro era Enrico. Ele tinha visto Naiara e Lorena conversando mais cedo. Embora não soubesse exatamente o que elas haviam dito, sentia um pressentimento ruim. Observando o rosto pálido de Lorena pelo retrovisor, Enrico disse: — Srta. Lorena, Naiara pode ser meio impulsiva. Se ela fez algo que a ofendeu, peço desculpas em nome dela. De repente, Lorena perguntou: — Que história é essa de antídoto? Enrico se assustou tanto que, num impulso, parou o carro bruscamente no acostamento. A reação dele só confirmava que Naiara não estava mentindo.
Ao voltar para o hospital, Lorena tentou fingir que nada tinha acontecido, mas Duarte logo percebeu que ela não estava bem. — Rena, você anda cansada ultimamente? Seu rosto está pálido. — Duarte a puxou para seus braços e perguntou com preocupação. — Quer que eu chame um médico para te examinar? Lorena forçou um sorriso e respondeu: — Talvez seja só porque hoje eu não passei maquiagem. Meu rosto parece um pouco sem vida. — Besteira! Eu já te vi sem maquiagem tantas vezes. — Duarte contestou, deixando um beijo suave no pescoço dela. — De qualquer jeito, você é linda. Preso no abraço de Duarte, o corpo de Lorena enrijeceu. O simples toque dele lhe causava repulsa. Nesse momento, Duarte pareceu se dar conta de algo e perguntou: — Foi a Naiara, não foi? Ela fez birra de novo no caminho e te irritou? Lorena ficou tensa. Quando Duarte mencionou Naiara, por um instante, ela temeu que ele já soubesse que ela havia descoberto sobre o antídoto. Mas, pensando melhor, percebeu qu
Já que Lorena havia feito um pedido, e Duarte estava de bom humor, ele naturalmente concordou sem hesitar: — Fala! — Ontem, quando passei pelo centro da cidade, vi uma loja para alugar. — Lorena disse com tranquilidade. — Eu só tenho 25 anos, mas você me prende em casa todos os dias, e eu já estou quase virando uma dona de casa. Então, quero abrir meu próprio negócio, encontrar algo para ocupar meu tempo. Quero alugar essa loja e abrir um estúdio de piano, vender pianos e dar aulas ao mesmo tempo. Duarte aprovou a ideia com entusiasmo: — Ótimo plano! Ter o próprio negócio é muito melhor do que trabalhar para os outros e passar raiva. Afinal, se Lorena não tivesse ido trabalhar na Organização de Educação Brilhante, nunca teria conhecido Zeca, e nada daquilo teria acontecido depois. Além disso, desde que o pedido dela não envolvesse deixá-lo, praticamente tudo que Lorena queria, Duarte daria. Ele assentiu e disse: — Pra que alugar? Vamos comprar o ponto comercial. Vou ped
— Rena, você é tão linda... Eu te amo tanto... — Duarte murmurou palavras cheias de desejo, finalmente liberando toda a paixão e o anseio que vinha reprimindo há tempos. Mas ele sequer percebeu a expressão de repulsa e resistência no rosto da mulher sob seu corpo. Só depois de uma hora, aquela entrega intensa chegou ao fim. Duarte envolveu Lorena em seus braços, ainda respirando pesadamente, como se saboreasse os momentos que acabaram de passar. Foi então que Lorena falou, com frieza: — Se já terminou, me solta. Só então Duarte percebeu que havia algo de errado com ela. Constrangido, perguntou: — Eu te machuquei? — Não. — O olhar gélido de Lorena pousou sobre ele. — Você tem técnica e experiência de sobra, é claro que não me machucaria. O tom carregado de ironia fez Duarte despertar de repente. Ele a abraçou com urgência e tentou se justificar: — Eu sei que você não gosta de fazer isso em lugares assim... Me desculpa. — E de que adianta o seu pedido de desculpas
Para fazer Duarte desistir da ideia de casamento, Lorena manteve o rosto inexpressivo e disse: — Me diz... Se eu me casar com você, seus inimigos não vão me transformar em alvo também? Você tem um físico forte, levou um tiro e sobreviveu. Mas eu... Talvez não tenha a mesma sorte! O olhar de Duarte se tornou imediatamente assustador. "É verdade... Por que nunca pensei nisso antes?" Embora aquelas palavras o deixassem desconfortável, ele sabia que, se um dia esse momento chegasse, jamais arrastaria Lorena com ele para a morte. Pela primeira vez, Duarte se arrependia profundamente de ter escolhido um caminho onde precisava viver todos os dias no fio da navalha. Ficou em silêncio por um longo tempo até que, por fim, fitou Lorena intensamente e declarou: — Rena, eu nunca te colocaria em perigo, pode ter certeza. Assim que eu acabar de vez com a família Moreira, eu te levo para o altar! Lorena ficou momentaneamente atordoada. De repente, se pegou pensando: “Se Duarte fosse um
Lorena ficou realmente apavorada ao ver aquela cartela de pílulas anticoncepcionais. Mas ela não ousou entregar Natacha, então encontrou uma desculpa e disse: — Eu tomo esse anticoncepcional porque você mesmo disse que tem muita gente querendo te prejudicar. Fiquei com medo de que, se eu engravidasse, tanto eu quanto a criança nos tornaríamos seu ponto fraco. E se essas pessoas nos usassem para te ameaçar? O que você faria? Duarte, embora gostasse de Lorena e tivesse um temperamento bastante direto, não era ingênuo. Ao ouvir a explicação dela, ele respondeu friamente: — Você está inventando! Dizendo isso, jogou Lorena na cama, pegou a cartela de pílulas, abriu e contou as unidades. Então declarou, com voz sombria: — Se a cada vez que ficamos juntos você toma um comprimido, então você começou a tomar antes mesmo de eu sofrer aquele atentado. Naquela época, eu nunca tinha te contado que estavam tramando contra mim! Lorena, você está cada vez mais mentirosa! Lorena apertou
Lorena percebeu que a expressão de Duarte já não parecia tão assustadora quanto antes e, só então, soltou um suspiro de alívio. Afinal, ela sabia muito bem o quão instável era o humor dele. Por isso, mesmo que sua aversão fosse intensa, não cometeria o erro de provocá-lo novamente. No confronto entre o ovo e a pedra, era sempre o ovo que saía quebrado. Lorena acreditava que, de alguma forma, conseguiria encontrar um jeito de se afastar dele. Para acalmar Duarte, ela se levantou e caminhou lentamente até ele. Com um gesto suave e proposital, envolveu sua cintura e pousou o rosto delicado contra o peito masculino. A submissão inesperada de Lorena dissipou instantaneamente a irritação de Duarte. Ele retribuiu o gesto, abraçando ela com firmeza. Com uma das mãos, ergueu seu queixo delicado, e o olhar profundo e intenso de seus olhos negros cintilou com um brilho ardente. Sua voz ressoou grave e firme: — Rena, eu vou resolver tudo para que você não precise mais se preocupar co
Por isso, Natacha simplesmente disse: — Eu também não sei por que Lorena quer isso. Além do mais, pílula anticoncepcional não é nenhum medicamento proibido. Lá em casa tem um monte delas. Se Lorena quiser uma cartela, não é nada de mais. Duarte semicerrou os olhos e disse: — Vocês têm um monte de pílulas anticoncepcionais em casa? E mesmo assim você deu um filho atrás do outro para o Joaquim? Essas pílulas que vocês compram são todas falsas? Natacha ficou envergonhada com as palavras de Duarte e, para desviar do assunto, aconselhou: — Mano, eu acho que você deveria conversar direito com a Lorena. As mulheres gostam de homens que sejam mais gentis e atenciosos. Além do mais, você é bem mais velho que ela, então deveria ser um pouco mais liberal. — Preciso que você me diga isso? — Duarte reclamou, contrariado. — Se Lorena ficar quietinha ao meu lado, é claro que vou mimá-la. Se ela quiser uma estrela do céu, eu dou um jeito de arrumar uma para ela! Natacha retrucou: — Ah,