Dalila, irritada, disse: — Então era ela? Não é à toa que seu irmão tem evitado até minhas ligações. Toda vez que falamos duas palavras, ele já diz que está ocupado e desliga. Deve ser a Rosana que o está enredando! — Eu realmente acho que a Rosana tem um certo poder de atração, é impossível para os homens não gostarem dela. — Tamires fez uma careta. — Não é só meu irmão, até o Manuel parece não conseguir esquecer a Rosana. Eu estou começando a me preocupar. Dalila riu e respondeu: — Preocupada com o quê? Por mais que a Rosana seja poderosa, no final, o Manuel não acabou caindo nas suas mãos? O que eu preciso me preocupar mesmo é em como conquistar o coração do seu irmão. — Aliás, esse fim de semana, meu irmão vai levar o Durval para um piquenique no campo. Eu te contei esse segredo, viu? Veja se tem tempo livre. Se puder, vá junto, vai ser uma ótima oportunidade para você criar laços com ele. — Claro que tenho tempo! — Dalila respondeu, empolgada. — Fique tranquila, não vo
Durval, com um semblante emburrado, fez um gesto de súplica com as mãos.Rosana olhou rapidamente para a mãe ao lado. Para ela, neste momento, até mesmo ir a um piquenique com Dedé e os outros seria melhor do que ter que enfrentar tantos desconhecidos na família Sampaio.Gisele, que não compreendia isso, olhou para Durval com uma expressão cheia de hostilidade e disse:— Minha irmã já nos prometeu que amanhã vai almoçar na minha casa. Ela não pode ir ao piquenique com você.— Tia Rosana, isso é verdade? — Durval a olhou com olhar piedoso.Ivone, rápida em suas reações devido à sua longa experiência nesse círculo, sabia exatamente como lidar com diferentes tipos de pessoas. Ela estava completamente ciente de como tratar as situações, principalmente quando se tratava da família Godoy, um grupo com quem não se devia mexer.Por isso, Ivone imediatamente disse:— Já que é assim, Rosa, você pode ir ao piquenique com o Sr. Dedé. Quanto ao nosso almoço em família, podemos fazer em qualquer out
O rosto de Dalila estava extremamente constrangido naquele momento, e ela rapidamente pediu ajuda a Tamires.Tamires sorriu e disse:— Irmão, amanhã você não vai levar o Durval para um piquenique no campo? Eu e a Dalila poderíamos ir com vocês também, assim ficaria mais animado, não é? Caso contrário, só vocês dois, pai e filho, indo para o campo, que graça teria?Durval imediatamente ficou irritado e retrucou:— Quem disse que somos só nós dois? A tia Rosana também vai com a gente!Tamires, surpresa, perguntou:— Rosana? Como assim ela vai com vocês?Durval, orgulhoso, respondeu:— Fui eu quem convidei! A tia Rosana é ótima, eu gosto de brincar com ela.Nesse momento, o rosto de Dalila já não podia ser descrito apenas como "difícil de olhar", estava realmente pálido, quase roxo de raiva.Tamires, desdenhosa, falou para Durval:— Você a conhece há tão pouco tempo! O tempo que você conhece a tia Rosana é bem menor do que o tempo que conhece a tia Dalila, não é? E a tia Dalila não te tra
Tamires estava completamente imersa na felicidade de saber que tanto seu pai quanto seu irmão a apoiavam, sem perceber o brilho sutil nos olhos de Dedé....Na manhã seguinte, Dedé levou o filho até a família Coronado para buscar Rosana.Como o passeio seria um piquenique, Rosana usava uma blusa branca, jeans e tênis, com os longos cabelos presos em um coque, tudo pensado para ser prático e confortável.No entanto, Durval, ao vê-la, não pôde deixar de comentar:— Tia Rosana, você sem saia fica até mais bonita do que nossas professoras com saia!Rosana, um pouco sem graça com o elogio, não pôde deixar de apertar a bochecha macia de Durval e responder:— Você tem uma língua muito afiada, Durval.Era Dedé quem dirigia o carro naquele dia, sem o motorista. De olho no retrovisor, ele olhou para Rosana no banco de trás e perguntou:— Rosa, já tomou café da manhã?Rosana olhou ele, um tanto surpresa. Ela ainda preferia ser chamada de Srta. Rosana, mas Dedé insistiu:— Rosa? O que foi?Rosana
Dalila era muito diferente de Tamires. Tamires sorria com uma inocência que transparecia, impossível de esconder qualquer falsidade ou intenção dissimulada. Mas o sorriso de Dalila, esse, deixava claro, à primeira vista, que havia algo mais por trás dele: uma agressividade escondida em seus olhos. Além disso, Dalila não possuía a suavidade de Tamires, e seus traços faciais, mais marcados, faziam com que ela parecesse, de forma evidente, uma pessoa ríspida e cruel. Rosana não sentia simpatia alguma pela irmã de Tamires. Apenas sorriu com um esforço visível, acenando para Dalila com um simples aceno de cabeça: — Olá. Durval, embora não gostasse nem da tia nem de Dalila, já estava bastante empolgado para o piquenique. — Papai, vamos logo! Lá na cabana ainda tem a toalha que usamos da última vez. Vamos pegar ela. — Disse Durval, já se encaminhando para a cabana de madeira. Rosana olhou ao redor. Apesar de estar em uma área suburbana, dava para perceber que o local tinha sid
Ao ver a cena diante de si, tão parecida com uma família feliz, Dalila sentiu que não podia mais esperar. Aproveitando o momento em que Dedé foi até a cabana buscar algo, Dalila se aproximou de Rosana e Durval, tomando coragem para se intrometer. — Durval, eu também não sei pescar. Você pode me ensinar um pouco? Dalila se sentou ao lado de Durval, forçando um tom de simpatia em sua voz, mas ele mal olhou para ela, respondendo de forma simples: — O que tem para ensinar? É só pescar devagarinho. Foi quando, de repente, Rosana exclamou: — Peguei! Uma grande peixe havia mordido a isca, e Rosana rapidamente levantou a vara de pescar. Durval, entusiasmado, soltou um grito de alegria: — Tia Rosana, você é demais! Eu mal te ensinei e você já pescou esse peixão! Rosana, pela primeira vez na vida, havia pescado um peixe, e a felicidade dela era evidente. Ela se esqueceu, por um momento, das preocupações que a rondavam. Durval trouxe uma cesta vermelha e disse, sorrindo: —
— Durval, Durval! — Dedé, com uma expressão de preocupação, deu leves tapinhas no rosto do filho e disse. — Como você está? Está se sentindo mal? Vamos, eu vou te levar para o hospital.Durval tossiu forte algumas vezes, fez um gesto com a mão e respondeu:— Não preciso ir para o hospital, pai, foi só um pouco de água que eu engoli. Pai, eu realmente deveria aprender a nadar, vai que na próxima vez eu caio na água de novo, o que faço?Durval também não entendia bem o que estava acontecendo ultimamente. Ele andava caindo na água com uma frequência assustadora.Para evitar um acidente mais grave, Durval achava que aprender a nadar era uma habilidade essencial.Rosana estava tão preocupada quanto Dedé. Ela se abaixou ao lado de Durval e perguntou:— Durval, acho que deveríamos ir ao hospital, só para dar uma olhada.— Não tem nada, não. — Durval, deixando o pai limpar seu corpo, sorriu e respondeu para Rosana. — Eu sou forte, não vou me afogar.Enquanto isso, Dalila estava prestes a explo
Manuel sorriu levemente e, com um gesto protetor, envolveu Tamires em seus braços, dizendo:— Por que deixar o erro dos outros te afetar tanto a ponto de prejudicar sua saúde?Tamires, completamente surpresa, jamais imaginaria que Manuel faria algo tão íntimo na frente de Rosana, e muito menos com tamanha demonstração de carinho. Ela sentiu as bochechas corarem e, envergonhada, respondeu:— Então, vou seguir o que você diz, Manuel.Vendo o apoio de Tamires, Dalila se enfureceu ainda mais e aumentou o tom de sua voz:— Srta. Rosana, se fosse você, eu não teria coragem de aparecer aqui. Já teria ido embora. Nunca vi alguém tão sem vergonha, usando um pobre menino inocente para alcançar seus próprios objetivos. Mulheres querendo entrar para a família Godoy não faltam, você não é a única!Durante toda essa discussão, Dedé não se manifestou em defesa de Rosana. Afinal, a antiga relação entre Rosana e Manuel era algo que ele não conseguia engolir.Dedé tinha medo de que Rosana estivesse se a