No entanto, o rosto de Manuel estava assustador, tão profundo quanto a noite escura como tinta, deixando Rosana sem conseguir compreender o que ele estava pensando. Ao chegarem em casa, Manuel não disse uma palavra; ele simplesmente a conduziu em direção ao banheiro. — Manuel, o que você está fazendo? Precisamos conversar sobre isso. Rosana tentou falar calmamente sobre o assunto com ele. Mas Manuel não respondeu, apenas começou a encher a banheira com água quente e disse: — Vai tomar um banho quente primeiro, depois conversamos sobre outras coisas. — Eu não quero! — Rosana exclamou, os olhos vermelhos e inchados. Sua expressão estava decidida, e seus olhos eram desafiadores. — Se você não me explicar direito, eu não vou tomar banho. Manuel respondeu com severidade: — Agora você não está mais me ouvindo, é? Eu te mandei tomar banho! Rosana, se sentindo injustiçada, falou com voz suave: — Você não me disse que me daria liberdade? Por que eu tenho que te obedecer? Ago
Rosana se assustou, mas ainda assim estendeu os braços e envolveu o pescoço de Manuel. Ela se levantou na ponta dos pés, querendo estar ainda mais perto dele.O beijo de Manuel foi suave, como se ele tivesse medo demachucar Rosana, feri-la de alguma forma.Com o tempo, no entanto, Manuel aprofundou o beijo, como se quisesse engolir Rosana e levá-la para dentro de seu corpo, para que, assim, eles nunca mais se separassem.Foi somente quando Rosana emitiu um som de tristeza e dor que Manuel finalmente a soltou, com delicadeza.Ele olhou para os olhos de Rosana, agora vermelhos, e para as lágrimas cintilando em seus olhos escuros como a noite. O coração de Manuel se apertou, como se não pudesse mais suportar.Rosana, com a voz embargada pelo choro, disse:— Eu sei que sua mãe é muito importante para você, e também sei que ela me odeia. Se ela me perdoar, eu vou cuidar dela com você; mas se ela não me perdoar, eu... — Rosana hesitou por um longo tempo, até finalmente completar. — Eu posso
Mesmo que Rosana realmente chegasse à frente de Sra. Maria, quem se machucaria seria Rosana.Manuel a segurou em seus braços, acariciando suavemente os cabelos castanho-escuros de Rosana, e disse em voz baixa:— Rosa, quanto à minha mãe, deixa comigo. Eu prometo que vou dar um jeito de fazê-la te aceitar.— Então, você não pode mais ficar falando em terminar de repente. — Rosana esticou o dedo mindinho e completou. — Vamos fazer um pacto!Manuel riu com um suspiro cansado:— Quantos anos você tem? Ainda acredita nessas coisas?Rosana, no entanto, teimou em segurar a mão de Manuel e fazer o pacto com ele.— Tá bom, depois que fizermos o pacto, você vai logo beber o chá de gengibre. — Manuel rapidamente preparou uma xícara de chá de gengibre e disse, repreendendo ela. — Você ainda está se recuperando do resfriado, com febre, vômito e diarreia... Já esqueceu disso? E ainda se atreve a pegar chuva! Parece que esqueceu tudo o que o médico recomendou.Rosana tomou o chá de gengibre que Manue
Manuel hesitou por um momento, um toque de arrependimento surgindo em seu coração. Ele olhou para Rosana e disse:— Então, que tal você me bater um pouco? Eu prometo que não vou me esquivar nem revidar. Só até você se acalmar, tudo bem?Rosana deu uma risadinha e respondeu:— Eu é que não sou tão violenta! Sou bem gentil, na verdade!— Rosa... — Manuel baixou os olhos, contemplando a mulher em seus braços, que estava tão suave e adorável como um gato. — De repente, percebo que sou menos corajoso que você. Nunca imaginei que você viria até mim.Rosana corou um pouco, tímida, e disse:— Talvez eu te ame mais do que você me ama. Mas, sabe, tomei uma grande decisão para vir aqui. Se fosse antes, eu não teria conseguido fazer isso.— Eu sei. — Manuel a abraçou com carinho, como se estivesse segurando um tesouro precioso. — Por isso, vou te valorizar, Rosa. Você só precisa ficar ao meu lado. O resto, deixa comigo. Eu vou dar um jeito, vou resolver.Rosana corrigiu com seriedade:— Não, a gen
Sra. Maria falou com voz ríspida e determinada:— Só se eu morrer! Se você não expulsar aquela mulher, se não fizer ela abortar o filho, eu nunca mais vou comer! Mesmo que eu tenha te criado, mesmo que tenha me sacrificado por você!Manuel manteve a expressão fechada, o olhar frio como gelo:— Mãe, você é a pessoa mais importante para mim neste mundo, a única com quem tenho um laço sanguíneo. Se você continuar sem comer, como eu posso simplesmente ignorar isso?Sra. Maria, esperando finalmente ter alcançado o ponto de quebra, acreditou que, finalmente, Manuel cederia. Afinal, ela foi quem o gerou, quem o criou, quem fez tantos sacrifícios por ele. E Rosana, o que significava ela na vida de Manuel? No entanto, Sra. Maria não imaginava o que aconteceria a seguir. Manuel puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela.— Já que você não vai comer, a partir de agora, eu vou ficar aqui com você. Eu posso até dar a minha vida por você. Se você não quiser viver, eu vou morrer com você. Mas Rosana
O homem à frente mexeu um pouco a carne do rosto e disse:— Isso não pode acontecer. Pessoas como nós prezam muito pela honestidade. Eu aceitei o dinheiro de alguém, então tenho que fazer o que foi combinado! Se você colaborar um pouco, mais tarde, vai sofrer menos.Rosana já estava prestes a chegar ao quarto. Se conseguisse entrar e fechar a porta rapidamente, poderia pegar o telefone e chamar a polícia.Infelizmente, o plano de Rosana foi percebido pelos homens.De repente, um dos homens se lançou na direção dela, a segurou e foi direto para o seu pescoço, tentando beijá-la.Com raiva, Rosana deu um golpe forte com o cotovelo no queixo do homem e, em seguida, o jogou por cima do ombro, fazendo ele cair no chão.O homem não esperava que Rosana fosse tão habilidosa. Nunca havia pensado que uma mulher seria capaz de derrubá-lo.Os outros, como águias caçando galinhas, não estavam apressados em atacar Rosana. Pelo contrário, começaram a zombar do homem caído no chão.— Não acredita que f
O coração de Joyce batia descompassado, cheio de emoção. "Se eu não posso ter o Manuel, então farei Rosana pagar um preço dez vezes, cem vezes maior que o meu! Caso contrário, não consigo ficar em paz!" ...Bairros com vista para o mar.Rosana estava caída no chão, pressionando com força sua barriga. Mesmo assim, ainda podia sentir o sangue escorrendo de seu corpo, debaixo. Suas extremidades doíam terrivelmente, e cada célula de seu corpo estava cheia de dor. Com toda a sua força, Rosana se arrastou até o quarto. Tremendo, ela conseguiu alcançar o celular na mesa de cabeceirae, com dedos trêmulos, discou o número de Manuel. Naquele momento, Manuel estava no consultório médico. Ele queria organizar a alta de sua mãe, pois, como a Sra. Maria não queria mais receber tratamento, a internação não tinha mais sentido. Se ela continuava a se recusar a comer, poderia causar esse tipo de confusão em casa. Porém, Manuel acabou esquecendo o celular na sala do hospital. Quando a Sra. Maria vi
Manuel dirigia o carro a toda velocidade, finalmente chegando em casa.Ao abrir a porta, ele se deparou com uma cena que fez seus olhos se encherem de lágrimas.O chão estava coberto de manchas de sangue, e os rastros de sangue se estendiam até o quarto.A porta do quarto estava entreaberta.Com passos trêmulos, Manuel entrou e viu uma cena que ficaria marcada em sua memória para sempre.Rosana estava desacordada no chão, com a calça manchada de sangue.Seus cabelos estavam bagunçados e suas roupas, desordenadas.Naquele momento, Manuel quase desabou.Com as mãos trêmulas, ele a levantou e correu para fora.Enquanto dirigia, as mãos de Manuel continuavam a tremer.Ao chegar ao hospital, Rosana foi imediatamente levada para a sala de cirurgia. A mente de Manuel estava vazia, e seu coração parecia apertado, como se estivesse prestes a se partir.Mas ele sabia que, por mais doloroso que fosse para ele, essa dor não se comparava nem um pouco ao sofrimento de Rosana.Os olhos de Manuel esta