Manuel deu um leve sorriso e disse:— Então me diga primeiro, qual foi o seu pedido?Rosana mordeu o lábio, suas bochechas coradas, e respondeu:— Como eu poderia te contar? Se eu disser o que pedi, o desejo não vai se realizar.Manuel olhou para ela por um instante e sorriu.— Então, por que perguntou?Nesse momento, Rosana de repente exclamou, surpresa:— Eu esqueci de uma coisa muito importante!Manuel ficou um pouco assustado com sua reação e perguntou:— O que aconteceu?— Acabamos de fazer tudo errado! — Rosana suspirou, desapontada. — Eu li em um livro uma vez, que quando a roda-gigante atinge o ponto mais alto, se um casal se abraçar, eles ficarão juntos para sempre! Mas eu estava tão ocupada fazendo o meu pedido que esqueci disso!Rosana estava visivelmente chateada com a situação.Manuel, apesar de achar a explicação um tanto ingênua, não pôde deixar de sorrir. No entanto, Rosana realmente parecia triste com isso.De repente, um pensamento cruzou a mente de Manuel: "Talvez is
— Rosa... Manuel acabou de chamar o nome de Rosana, mas foi interrompido de repente por ela: — Sr. Manuel, será que eu disse algo errado hoje que te fez ficar irritado? Me diga, eu posso mudar. Os olhos de Rosana estavam ligeiramente avermelhados, como se ela soubesse o que Manuel queria dizer, mas a interrompia, impedindo ele de continuar. Rosana tinha uma sensação, uma premonição, desde o almoço que haviam compartilhado no restaurante. Mas ela não queria acreditar nisso, e ainda mais, não queria que essa má sensação se tornasse realidade. O silêncio de Manuel fez com que o coração de Rosana ficasse apertado, cheia de ansiedade. Ela tentou aparentar calma, e disse: — Ah, você não disse que estava cansado? Eu vou para o banheiro preparar um banho quente para você, assim você pode relaxar e dormir bem, tudo bem? Enquanto falava, ela se preparou para ir em direção ao banheiro. Parecia que Rosana não queria dar a Manuel a oportunidade de falar. Ela não queria ouvir u
Rosana chorou por muito tempo, até conseguir dizer:— Ele me pediu para abortar! Ele não me quer mais!— O quê? — Natacha mal conseguia acreditar no que ouvia, e perguntou, ansiosa. — Mas por quê?Rosana soluçou enquanto respondia:— Eu também não sei, Natacha, eu também quero entender o que está acontecendo com o Manuel!— Assim, fique em casa me esperando. Eu já vou até aí te encontrar.Natacha desligou o telefone e correu para pegar as chaves do carro.Joaquim, vendo a pressa de Natacha, logo perguntou:— O que aconteceu? Já está quase na hora do jantar, você vai sair agora?— A Rosa está em perigo. — Natacha explicou rapidamente, enquanto saía apressada.Joaquim a impediu de sair, dizendo:— Mas isso não faz sentido, você não disse que eles estavam super bem quando saíram de manhã? Além disso, se o Manuel já tinha decidido manter o bebê, e até fugido de seu casamento por causa disso, como ele agora poderia dizer que não quer mais o filho? Não é possível que ele tenha mudado assim d
Assim, Joaquim levou as crianças para jantar, deixando espaço para que Natacha e Rosana conversassem. Depois que os filhos saíram, Natacha finalmente se decidiu a perguntar:— Rosa, o que exatamente o Manuel te disse? Está me parecendo muito estranho... Se ele realmente não quer esse bebê, então tudo o que ele fez por você até agora, todo o sacrifício, o que significa? Você não perguntou claramente o que aconteceu?Rosana negou com a cabeça, com um ar de frustração, e respondeu:— O Manuel não quis dizer nada. Ele só me falou que queria terminar, que me compensaria e pediu para eu abortar.— Esse idiota! — Natacha praguejou com raiva, mas logo tentou se acalmar para não deixar Rosana ainda mais triste. — Será que não tem algum motivo escondido? Talvez ele esteja passando por algo que a gente não sabe... Olha, eu vou pedir para o Joaquim procurar o Manuel e tentar entender o que está acontecendo. Tá bom?Natacha acompanhou Rosana até o quarto de hóspedes e pediu para a Dora levar algo
Natacha temia que Rosana, no fundo, estivesse pensando em algo ainda mais sério. Embora estivesse profundamente irritada, ela sabia que precisava ir até a amiga.No quarto, a cena era desoladora. A comida na mesa estava intacta, enquanto Rosana se sentava sobre a cama, encolhida, como se estivesse tentando se esconder do mundo. Seus olhos, que normalmente eram tão brilhantes, agora estavam vermelhos e inchados. Embora não estivesse chorando naquele momento, seus olhos pareciam vazios, sem brilho, fixados no chão de maneira vazia e apática.— Rosa, come um pouco, vai. — Natacha colocou a bandeja de comida diante dela. — A comida vai esfriar. Mesmo que você não queira comer, o bebê precisa de nutrientes, não é?Rosana forçou um sorriso amargo e respondeu:— Que nutrientes? O pai dele já me abandonou, então não importa o que eu coma, não faz mais sentido!Natacha corrigiu imediatamente, com um tom firme:— Não fala assim! Se o pai dele te abandonou, e você vai abandoná-lo também? Você é a
— O quê? — Natacha disse, surpresa. — A Sra. Maria realmente quer matar o próprio filho! Será que a Sra. Maria sabe da gravidez da Rosana?Joaquim suspirou e respondeu:— A Sra. Maria deve saber, senão ela não teria reagido dessa forma. Além disso, se ninguém pressionar o Manuel, ele jamais deixaria a Rosana abortar o filho. Eu acho que a Sra. Maria sabe de tudo, por isso está ameaçando o Manuel dessa maneira. O Manuel não vai ficar vendo a mãe dele morrer, você não acha?Natacha ficou em silêncio por um momento e falou:— Eu sei o motivo pelo qual a mãe dele odeia a Rosa.Joaquim ficou bastante surpreso e perguntou:— Você sabe?— Deve ser porque, da última vez, eu defendi a Rosana duas vezes, sem dar moral para a Sra. Maria. Então, ela deve ter colocado toda a culpa nisso na Rosana. — Natacha disse, com um tom de culpa. — Eu não imaginava que a Sra. Maria fosse tão cruel, que fosse capaz de não querer nem mesmo o próprio neto ou neta. Olha, se for o caso, podemos ir ao hospital amanh
No táxi.Rosana pediu ao motorista que a levasse para os Bairros com vista para o mar. Durante todo o trajeto, seu coração parecia estar suspenso, apertado, como se estivesse flutuando no ar, mas, ao contrário de antes, sua angústia parecia ter diminuído um pouco."Eu sabia que o Manuel tinha seus motivos. Ele sempre disse que me amava."Finalmente, o motorista a deixou nos Bairros com vista para o mar. Rosana não sabia se Manuel estava em casa, mas ao chegar em frente ao prédio dele, e olhar para o alto, ela finalmente sentiu uma leve sensação de alívio. Manuel estava em casa. As luzes da sala estavam acesas.Rosana imediatamente entrou no elevador e subiu até o andar dele. Chegando na porta, tentou desbloquear com a impressão digital, mas não conseguiu. Tentou também digitar a senha da porta, mas também não deu certo.Sem outra opção, ela pressionou a campainha.Infelizmente, não houve resposta.Desesperada, Rosana decidiu bater na porta com força, gritando:— Manuel, abra a porta!
No entanto, o rosto de Manuel estava assustador, tão profundo quanto a noite escura como tinta, deixando Rosana sem conseguir compreender o que ele estava pensando. Ao chegarem em casa, Manuel não disse uma palavra; ele simplesmente a conduziu em direção ao banheiro. — Manuel, o que você está fazendo? Precisamos conversar sobre isso. Rosana tentou falar calmamente sobre o assunto com ele. Mas Manuel não respondeu, apenas começou a encher a banheira com água quente e disse: — Vai tomar um banho quente primeiro, depois conversamos sobre outras coisas. — Eu não quero! — Rosana exclamou, os olhos vermelhos e inchados. Sua expressão estava decidida, e seus olhos eram desafiadores. — Se você não me explicar direito, eu não vou tomar banho. Manuel respondeu com severidade: — Agora você não está mais me ouvindo, é? Eu te mandei tomar banho! Rosana, se sentindo injustiçada, falou com voz suave: — Você não me disse que me daria liberdade? Por que eu tenho que te obedecer? Ago