Rosana estava deitada tranquilamente na mesa de cirurgia. Não importava o quanto o turbilhão interno estivesse a consumindo, naquele momento, ela já não tinha outra escolha. Este era o caminho que Rosana precisava seguir, uma estrada que ela teria que enfrentar sozinha.— Doutora, eu posso não tomar anestesia? — Rosana olhou para a Sra. Naomi, fazendo a pergunta com seriedade.A Sra. Naomi pareceu surpreso por um momento, mas logo se certificou:— Você não quer a anestesia? Se for assim, o procedimento pode ser um pouco doloroso.Rosana forçou um sorriso e concordou com a cabeça:— Sim, eu não quero a anestesia."Em breve, meu bebê vai sentir muita dor, muita dor. Como mãe, que direito eu tenho de não sofrer? Preciso sentir de forma verdadeira a dor de meu filho se separando de mim. Só assim poderei esquecer completamente o homem que ocupou minha vida por cinco anos."Rosana fechou os olhos e, ao fazer isso, uma lágrima escorreu silenciosamente de seu olho.O som das enfermeiras prep
As lágrimas de Rosana escorriam uma a uma, molhando a camisa cara de Manuel, e isso fez com que o coração dele se apertasse de tristeza. Embora Rosana o xingasse, ela o abraçava com força, como se fosse uma vida que não conseguisse soltar. O que antes parecia um ato de raiva, agora transbordava em dor e desespero. Manuel encostou o queixo no topo da cabeça de Rosana, como se estivesse abraçando um tesouro que tinha perdido e depois reencontrado. Sua voz, suave e cheia de compaixão, soou: — Sim, eu sou o vilão, todas essas coisas são culpa minha. Manuel segurou o rosto de Rosana, molhado de lágrimas, e com o dedo, suavemente, começou a limpar cada uma delas. — Não chore mais, meu coração dói ao te ver assim. Mas quanto mais ele falava, mais Rosana chorava, sem conseguir parar. Desesperado, Manuel a apertou contra si, com paciência, tentando acalmá-la: — Então, quando você voltar para casa, pode me bater o quanto quiser, tudo bem? Pode me bater, mas eu não vou revidar.
Manuel sempre detestou ser ameaçado, e ao ouvir as palavras de Natacha, não conseguiu evitar franzir a testa e retrucar com firmeza: — Natacha, os problemas entre mim e Rosana, a gente resolve sozinhos! Não se coloque como a salvadora da pátria. Eu tenho sido educado com você por causa do Joaquim, mas não pense que tenho medo de você! Natacha, furiosa com a atitude de Manuel, estava prestes a lhe dar uma resposta ácida, mas, de repente, sentiu uma dor forte em sua barriga. Logo em seguida, uma leve quantidade de líquido amniótico começou a escorrer. Rosana, que nunca havia presenciado um parto, não entendeu imediatamente o que estava acontecendo. Manuel também não sabia o que fazer, mas, ao ver Natacha se contorcer de dor e segurando a barriga, agiu rapidamente e chamou o médico. Felizmente, estavam no departamento de ginecologia e obstetrícia, e a Sra. Naomi estava por ali. Rosana, muito preocupada, se aproximou de Natacha e, com a voz tensa de desespero, perguntou: — Na
Manuel falou com voz trêmula: — Ela está na sala de exames. Provavelmente, foi por causa de algo que eu disse que a deixei assim. Joaquim, visivelmente aflito, apontou para Manuel e disse: — Vou acertar contas com você mais tarde! Dito isso, Joaquim correu para encontrar o médico, dizendo que iria acompanhar o parto. Quando Natacha deu à luz Otília e Adriano, Joaquim não estava ao lado dela. Agora, fosse o que fosse, ele não poderia deixar de estar presente no nascimento de mais um filho. Após Joaquim entrar na sala de exames, Rosana e Manuel continuaram esperando do lado de fora. Sentados no corredor do hospital, Manuel pediu para Rosana encostar em seu ombro e descansar um pouco. Ele passou os dedos pelos cabelos de Rosana e perguntou: — Você está com fome? Posso ir comprar alguma coisa para você? Não sei quanto tempo mais a Natacha vai levar para sair. Rosana negou com a cabeça e respondeu: — Não estou com vontade de comer. Só vou ficar tranquila quando ver a
Manuel terminou de falar, e Rosana, de repente, se jogou em seus braços. Seu rosto se enterrou no pescoço de Manuel, e ela o abraçou com toda a força que tinha. Entre soluços, Rosana disse: — Você não vai me enganar, vai? — Não vou te enganar. — Manuel respondeu, também a abraçando com intensidade. O peso que carregava no peito nos últimos dias parecia desaparecer naquele momento. Manuel, de repente, percebeu que, talvez, Rosana fosse muito mais importante para ele do que imaginou. Rosana, tomada pela alegria, começou a chorar. As palavras de Manuel, naquele instante, foram mais tranquilizadoras para ela do que qualquer declaração de amor. Embora soubesse que o caminho deles poderia ser difícil, com muitos desafios pela frente, Rosana se sentia segura, porque enquanto Manuel estivesse ao seu lado, ela não temeria nada. Foi então que a porta da sala de parto se abriu. Uma enfermeira saiu e disse: — O Sr. Joaquim pediu para avisar que a Dra. Natacha já deu à luz e que t
Hana se encostou em Rosana e, só então, começou a se concentrar na comida, que estava uma delícia.Depois, Rosana percebeu o aroma que vinha do andar de baixo. Ela também estava com fome. Quando desceu, Manuel já havia colocado a comida na mesa. Estava bem leve, simples e limpa.Rosana estava prestes a começar a comer quando ele bateu com a colher na mão dela e disse:— Vai lavar as mãos!— Que exagero! — Rosana reclamou, mas mesmo assim, foi até a pia lavar as mãos.Manuel a repreendeu levemente:— Você não entende? A Hana tem muitos parasitas, então, sempre que tocar nela, precisa lavar as mãos!Rosana, sem mais palavras, seguiu as instruções de Manuel.Quando se sentaram à mesa, Rosana finalmente pôde começar a comer.Nos últimos dias, Manuel também não tinha comido muito. Agora, com tudo resolvido, ele sentiu fome e comeu duas tigelas de arroz.Enquanto comiam, Rosana de repente se lembrou de Sra. Maria e, inquieta, perguntou:— E sua mãe? Como ela está? Não aconteceu nada de grave
Rosana estava completamente entregue aos braços de Manuel, que a apertava com tanta intensidade que parecia querer fundir os corpos em um só. O beijo, cheio de desejo e paixão, durou por longos minutos, até que finalmente começou a diminuir. Ambos estavam com a respiração irregular, e Rosana olhou para Manuel, seus olhos como água, suaves e sedutores, despertando nele um desejo ainda mais forte.Manuel engoliu em seco, tentando se controlar, e com a voz rouca e baixa, disse:— Vai tomar banho e dormir!Ao perceber o calor nos olhos de Manuel, Rosana sentiu seu rosto ficar ruborizado, e rapidamente se afastou, correndo para o banheiro. Ela temia que, se ficasse mais tempo, poderiam acabar machucando o bebê.Quando finalmente se deitaram na cama, já era madrugada. Rosana se aconchegou como um pequeno gatinho nos braços de Manuel, apertando ele com força, relutante em soltá-lo.Manuel, um pouco surpreso, percebeu que, antes, nunca tinha notado o quanto Rosana se apega a ele assim. Ele se
Assim, Manuel já não podia mais se entregar aos impulsos de antes, de se entregar à paixão com Rosana. Ele lutava contra a vontade de amá-la novamente, mas a abraçava, envolvendo ela em seus braços.Dormiram até tarde, e só acordaram perto do meio-dia no dia seguinte. Depois de tantos dias de agitação, finalmente tinham tido uma noite de descanso verdadeiro. A sensação de cansaço que os acompanhava havia desaparecido, e eles se sentiam renovados.Quando Rosana acordou, de repente se sentou na cama e exclamou:— Que horas são? Ainda não fomos ver a Natacha! Eu ainda não vi o meu afilhado! Por que você não me acordou?Manuel pegou o celular e lhe entregou, dizendo:— O Joaquim já postou fotos no Twitter. Você estava dormindo como um porquinho, como eu poderia te acordar?Rosana então se lembrou do caos de ontem, seu olhar se suavizou, e sua mão desceu para o ventre. Um sorriso de felicidade brotou em seu rosto quando disse:— Bom dia, meu bebê!Manuel olhou para o ventre plano de Rosana