Manuel caminhou até ela, segurou a mão de Rosana e a puxou para seus braços.Ainda com um sorriso suave nos olhos, Manuel disse a Rosana:— Assim está melhor, minha mulher. Você precisa ter um pouco de ousadia.Rosana piscou, confusa, sem conseguir entender o que se passava na mente de Manuel. Mas, de alguma forma, quando olhou para o Manuel gentil à sua frente, a expressão fria dele no dia anterior surgiu em sua mente como uma sombra.No instante seguinte, Rosana se afastou de Manuel, dando alguns passos para trás, e disse:— Eu não sou sua mulher, Joyce é a sua mulher!Manuel sabia que Rosana ainda estava incomodada com o que aconteceu no dia anterior. Na verdade, ele sabia que ela se importava muito com isso.Manuel também admitia que tinha agido de forma impulsiva no dia anterior, sem pensar nos sentimentos de Rosana. E, se não fosse por ela ainda precisar de sua ajuda para salvar Diego, Rosana provavelmente já teria ido embora.Ele ficou em silêncio por um momento, antes de falar,
Manuel franziu a testa e perguntou:— Como você entrou na minha casa?— Foi sua mãe quem me deu a senha da sua porta. — Joyce disse com uma expressão suave. — Se você ainda estiver trabalhando, pode continuar, eu vou preparar o jantar. Você ainda não experimentou a minha comida!Manuel estava visivelmente irritado, mas Joyce estava dentro de sua casa. Se ele não voltasse, ela não iria embora.Manuel não teve escolha e respondeu:— Não precisa se preocupar, eu já comi. Eu volto daqui a pouco.— Certo, então eu vou esperar você! — A voz de Joyce estava cheia de uma excitação indescritível.Após a conversa com Joyce, o olhar de Manuel se fixou em Rosana, que estava observando ele com um olhar que misturava sarcasmo e deboche.Manuel controlou a raiva, apertou os dentes, guardou o celular e se retirou.Rosana continuava a se acariciar o peito, tentando acalmar a aceleração de seu coração, que batia descontroladamente.Rosana nunca havia se sentido tão grata a Joyce.Se não fosse pela ligaç
Joyce estava tão animada que mal conseguia controlar seu entusiasmo, quase desejando se fundir com Manuel, se colando a ele.No entanto, nos olhos de Manuel, uma sombra de frieza passou rapidamente. Ele olhou para a mulher em seus braços, mas seu rosto não transmitia nenhuma emoção de calor ou carinho.Foi nesse momento que o trovão estourou do lado de fora.Manuel empurrou Joyce gentilmente para longe e disse:— Vai começar a chover, eu preciso pegar as roupas.Joyce, imediatamente, viu ali uma oportunidade para se mostrar útil e disse:— Deixe que eu vá pegar as roupas. Eu sou sua noiva, essas coisas de casa devem ser minha responsabilidade. Manuel, fica aqui esperando um pouco, eu já volto com as roupas.Manuel deu um sorriso suave e respondeu:— Então, obrigado.Joyce já estava completamente encantada por Manuel, seu coração se derretendo diante de sua resposta. Timidamente, ela disse:— A partir de agora, seremos marido e mulher, não precisa me agradecer.Com essas palavras, Joyce
— Sr. Manuel? — Perguntou Cláudio, visivelmente nervoso. — Quando o senhor chegou?Se soubesse que Manuel viria à Marques Advogados naquela noite, Cláudio jamais teria permitido que Isabelly o acompanhasse para o expediente extra.Manuel, muito calmo, respondeu com voz calma:— Acabei de chegar.Isabelly, se sentindo desconfortável, desejou que o chão se abrisse para ela se esconder."Com certeza, acabei de causar um problema para o Cláudio. Será que o Manuel ouviu tudo o que conversamos?"Cláudio estava aterrorizado, temendo que Manuel o repreendesse.No entanto, para sua surpresa, Manuel seguiu em direção ao escritório como se nada tivesse acontecido.Cláudio suspirou aliviado e disse:— Achei que o Sr. Manuel ia me demitir!Isabelly, dando um tapinha no ombro de Cláudio, tentou tranquilizá-lo:— Impossível! Eu fiquei pensando aqui, mas nós não falamos mal do Sr. Manuel em momento algum, né? Se ele fosse te demitir por isso, seria um exagero!— Já chega, fica quieta! — Disse Cláudio,
— Srta. Joyce, você está bem? — Cláudio perguntou, tentando ajudar Joyce a se levantar.Joyce o empurrou com força, se esforçando para ficar em pé. Apontando para ele, gritou:— Como é que você está aqui? E o Manuel, onde está?Cláudio parecia genuinamente arrependido e explicou:— Sinto muito, Srta. Joyce. O Sr. Manuel teve um compromisso de última hora e está com um cliente. Ele lembrou que a senhora ainda estava no balcão e pediu para que eu voltasse para ver se estava tudo bem.— Você está mentindo! O Manuel fez isso de propósito, eu sei! — Joyce tremia de raiva e, talvez, também pelo frio. — Agora entendi, ele está se vingando de mim! Me diz, onde está o Manuel? Eu preciso falar com ele, quero saber se ele está ajudando a amante dele a se vingar de mim!— Srta. Joyce, você errada sobre o Sr. Manuel. — Cláudio lutou para segurar o riso, dizendo com um tom amigável. — Está chovendo tanto lá fora! Como o Sr. Manuel poderia trancá-la lá no balcão de propósito? A senhora é a noiva dele
...No dia seguinte, o tempo estava excepcionalmente claro. A chuva torrencial da noite anterior fez o céu da Cidade M ficar ainda mais azul, e o ar ficou mais puro. Rosana acabara de chegar à editora de revistas quando foi puxada por Isabelly para o escritório, que parecia extremamente misteriosa. — O que foi? — Rosana perguntou, sem paciência. — Vai me contar mais fofoca? Isabelly,se lembrando da cena que presenciou na noite anterior, não conseguiu segurar o riso. Ela tapou a boca e riu um pouco, antes de falar: — Você sabe o que o Sr. Manuel fez ontem à noite, não sabe? Uma coisa que me deixou bem feliz. Rosana olhou para ela com uma expressão confusa. Afinal, naquela noite, ela já sabia que Manuel tinha ido encontrar Joyce. O que Manuel poderia ter feito de tão animador? Isabelly então contou tudo o que tinha acontecido na noite anterior. O rosto de Rosana, antes perdido, foi tomado pela surpresa e incredulidade. — O quê? O Sr. Manuel trancou a Joyce na varanda
Rosana falou com a voz embargada:— Desculpe, Natacha, eu te fiz engravidar e ainda te fiz me preocupar com a minha situação. Eu realmente não sou nada... — Rosa, não diga isso. — O tom de Natacha estava cheio de dor, tentando confortá-la. — Somos amigas há tantos anos. Se não me preocupar com você, quem mais vai? Fica em casa esperando, vou passar aí para te pegar depois do trabalho.Rosana fez uma pausa antes de responder:— Tá bom.Após desligar o telefone, Rosana passou a mão sobre a barriga. Mesmo com toda a dor que sentia, ela não podia evitar: amava aquele bebê. Mas, ao mesmo tempo, sabia que não podia deixar que a criança nascesse sem pai, que fosse rejeitada pela sociedade.Rosana cresceu em uma família monoparental, e sabia bem o que era viver sem a presença de um dos pais. A dor de não ter o apoio deles era algo que a marcava profundamente.Apesar de Rosana entender com clareza o que precisava fazer, parecia que o bebê, de algum modo, sentia a angústia da mãe. Ela sentiu um
— Você se atreve a falar assim comigo? Que direito você tem de falar comigo dessa forma? — A Sra. Maria levantou a mão, pronta para dar um tapa em Rosana, querendo ensinar uma lição a ela.No entanto, antes que ela conseguisse atingir o rosto de Rosana, a jovem a agarrou pelo pulso.Rosana, com calma, disse:— Você é a mãe do Manuel, e eu não quero brigar com você. Mas você também é mulher, e ao colocar toda a culpa em outra mulher, você não acha que está falhando como mulher? — Você! — A Sra. Maria estava completamente fora de si, tomada pela raiva. Se virou para os seguranças e ordenou. — Peguem essa amante sem vergonha! Desde que não a matem, eu me responsabilizo por qualquer coisa que aconteça! Batam forte nela, rasguem a boca dela!Ela acreditava que, com o poder do filho, Manuel sempre resolveria suas confusões, desde que não houvesse mortes envolvidas.Rosana, vendo os homens se aproximando, ficou momentaneamente paralisada. Mas, ao perceber a situação, seu instinto de proteção