Depois de tentar abrir a porta por um bom tempo sem sucesso, Manuel se viu obrigado a bater:— Rosana, abra a porta para mim. — Sua voz estava fria, mas ainda carregava aquela magnetude única que só ele possuía. — Eu sei que você está aí dentro.Rosana ficou parada do lado de dentro da porta, com raiva, e respondeu:— Nunca mais venha aqui me procurar! Sr. Manuel, você tem sua própria casa. Este lugar não é para você, e esse lugar podre também não pode te abrigar!Depois de ouvir essas palavras, Rosana viu que o silêncio se instalou à sua porta. Alguns minutos depois, ela espiou pela fechadura e viu que Manuel já tinha ido embora.Ela soltou um suspiro aliviado, mas não sabia se sentia alívio ou uma tristeza profunda."Enfim, com o temperamento de Manuel, tão orgulhoso, ele certamente não vai tolerar que eu o trate assim", pensou.Ela murmurou baixinho:— Manuel, espero que nunca mais venha aqui.Com isso, Rosana continuou a cozinhar a canja e foi para o banho. Quando terminou, a sopa
Depois de dizer tudo o que pensava, Rosana finalmente conseguiu fazer Manuel entender o que ela queria dizer.Manuel suspirou, se aproximou e, com um gesto suave, limpou as lágrimas que cobriam o rosto de Rosana. Com uma voz suave, perguntou:— Minha mãe veio falar com você?Rosana não precisou responder. Manuel já sabia o que havia acontecido. Ele sabia bem o quanto as palavras da Sra. Maria poderiam ser cruéis, o que explicava o estado de fúria de Rosana.Ele conhecia melhor do que ninguém o quanto Rosana era teimosa e o quanto sua autoestima era frágil.No entanto, Manuel também sabia que sua mãe tinha um limite. Pelo menos, ela não havia tocado em assuntos antigos.— Desculpa. Se minha mãe disse algo que te machucou hoje, eu peço desculpas por ela.Manuel puxou Rosana para seus braços e, acariciando seus cabelos, tentou acalmá-la, suavizando sua frustração e raiva.Rosana, ainda visivelmente chateada, falou com um tom de tristeza:— Embora as palavras da Sra. Maria tenham sido muit
Rosana ouviu a explicação de Manuel, mas de repente o olhou com uma seriedade que ele não esperava, seus olhos refletindo uma mistura de surpresa e curiosidade. Ela estava surpresa, porque o Manuel de antes nunca teria sido tão pacífico ao acalmá-la, muito menos tão paciente ao explicar-lhe essas coisas. Naquela época, com a relação que tinham, Manuel não precisaria explicar nada a Rosana. Quanto mais ela pensava sobre isso, mais uma emoção indescritível parecia preencher seu coração, uma emoção que a fazia querer se enganar, que a fazia se entregar por completo àquela teia que se formava ao seu redor.Rosana se jogou nos braços de Manuel, apertando ele contra si e enterrando o rosto no peito dele.Sua voz saiu tão baixa, quase inaudível, como um sussurro de mosquito, enquanto ela dizia:— Esses dias você não tem me dado atenção, nem respondeu minhas mensagens. Eu não sei, onde foi que eu errei? Mesmo que você vá se casar, deveria me contar. Eu não ia te perturbar, mas não gosto dis
Manuel estava sentado à frente de Rosana, comendo de maneira elegante, completamente diferente dela. Rosana realmente não entendia como poderia existir um homem tão perfeito. Ela pensou no futuro, e a ideia de que talvez todas essas qualidades de Manuel fossem destinadas a outra mulher fez com que seu coração se apertasse, como se estivesse sendo picado por agulhas.— Você ainda vai comer mais macarrão? — Manuel perguntou, olhando ela. — Eu posso dividir um pouco da minha tigela com você. Rosana, após terminar o caldo, negou com a cabeça timidamente e respondeu: — Não, obrigada. Já comi bastante, e amanhã vou acabar ganhando peso se continuar comendo tanto a essa hora. Manuel sorriu suavemente e disse: — E o que tem? Você está muito magra, é bom engordar um pouco. Rosana, envergonhada, lançou-lhe um olhar reprovador. Como podia esse homem ser tão sério fora de casa, mas quando chegava a noite, só pensava em sexo? Mudando de assunto, Rosana, com um toque de curiosidade,
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu