Julieta ficou em silêncio por um instante:- Ele levou Mayara de volta.Rafael abriu a boca, mas no fim, optou por não dizer nada. Apenas deu partida no carro e conduziu Julieta para longe da multidão, se dirigindo rapidamente ao hospital mais próximo do local do evento.Ao chegarem, Julieta foi imediatamente atendida pelo médico para cuidar do ferimento.- Há alguma forma de evitar medicamentos? - Perguntou ela, em voz baixa.O médico a olhou, surpreso:- Este corte é bastante profundo, é imprescindível tratar.Julieta mordeu o lábio:- Estou grávida, temo que possa afetar o bebê.O médico fez uma pausa:- Compreendo. Então, utilizaremos um medicamento seguro para o feto, mas não tratar poderia resultar em uma infecção.Julieta concordou, aliviada:- Obrigada.O médico sorriu:- Não precisa agradecer. Como está grávida, vamos realizar um ultrassom para garantir que o bebê não foi afetado.- Perfeito.Após o ultrassom confirmar que o bebê estava bem, Julieta pôde finalmente respirar a
Rafael não conseguia negar. Realmente, não parecia haver motivo para Mayara fazer algo assim. A relação entre Francisco e Julieta, para quem observasse mais atentamente, claramente não afetaria Mayara.- Então foi mesmo uma ação espontânea dos fãs? Mas, como a Sra. Julieta mencionou, a relação entre vocês é conhecida por tão poucos, como os fãs poderiam saber? - Rafael expressou sua confusão.Francisco, com a testa franzida, olhava para a cortina de chuva do lado de fora, em silêncio por um momento, antes de responder:- Se mantenha atento à situação com a polícia e me informe assim que obtiver alguma novidade. Além disso, controle a opinião pública online, não quero que rumores desfavoráveis se espalhem.Rafael concordou:- Certo, entendi.Quando Francisco retornou ao carro, encontrou Julieta com os olhos fechados.- Está doendo? - Ele perguntou.Julieta abriu os olhos e olhou pela janela:- O que o Sr. Francisco acha?Francisco manteve uma expressão séria:- Julieta, fui eu quem te
- A delegacia solicitou que eu fizesse uma avaliação dos ferimentos e também preciso colaborar gravando alguns depoimentos.A expressão de Francisco ainda não era das melhores, mas após um momento, ele disse:- Eu te levo até lá.Inicialmente, Julieta queria recusar.O favoritismo de Francisco deixava ela desconfortável.Se os papéis fossem invertidos, se ela estivesse no lugar de Mayara, esse homem certamente investigaria até o fim, em vez de protegê-la.Parecia que ele temia que Julieta fizesse algo prejudicial a Mayara.Embora já aceitasse a realidade há muito tempo, ainda assim, se sentia mal.Às vezes, Julieta realmente invejava Mayara.Desde pequena, sempre esteve cercada por pessoas que a protegiam.Seja Rodrigo ou Jane, todos a tratavam como a menina dos olhos.O mesmo acontecia com seus amigos.Desde a infância, Mayara sempre foi mimada como uma princesa por várias pessoas.Para não mencionar Francisco, que não suportava vê-la sofrer qualquer injustiça.De repente, Julieta se
Ao sair da delegacia, Julieta recebeu uma ligação de Olívia.- Você se machucou ontem à noite?Com um sorriso, Julieta respondeu:- Não foi nada grave, não se preocupe.- Meu Deus, você me assustou, sabia? Só agora vi as notícias na internet, foi um fã da Mayara?- Sim. - Disse Julieta, rindo de si mesma. - Parece que eu estava atrapalhando o relacionamento entre Mayara e Francisco, então decidiram me dar uma lição em nome dela.- Isso é um absurdo completo! Quem está destruindo o quê aqui? Mayara tem algo a ver com Francisco agora? Francisco já esclareceu que aquilo era coisa do passado, Mayara e Francisco não têm nada um com o outro, então o que há para destruir? Enquanto você, que está com Francisco há três anos e agora até tem um filho com ele, quem é que está fora do lugar aqui?Julieta sentiu um amargor.- Não adianta, queria eu ter um status oficial.Olívia engasgou:- Então Mayara tem um status oficial? Ela também não tem um título oficial, como pode ser vista como mais importa
- É tudo culpa sua, desgraçada! Você arruinou a vida da minha filha, eu vou lutar com você! Por quê? Por que não pode perdoar a minha filha? Ela ainda é uma criança!A voz do homem transbordava de fúria.Julieta, contudo, mal conseguia ouvir com clareza.Tudo o que ela podia sentir era dor.Dores agudas no ventre, tão intensas que mal conseguia respirar.- Julieta? - Francisco rapidamente se aproximou, observando o rosto pálido de Julieta, e imediatamente franziu a testa. - Como você está?Julieta segurou a mão de Francisco.- Dói... Meu ventre... Precisamos ir ao hospital... Agora!Francisco estreitou os olhos levemente, ergueu ela nos braços e se apressou para fora.Enquanto se movia, ainda lançou um olhar para trás, na direção do homem.- Atacar alguém em frente a uma delegacia? Espero que isso seja investigado a sério.Os funcionários da delegacia imediatamente sentiram um frio na espinha, concordando rapidamente:- Sr. Francisco, pode ficar tranquilo, vamos cuidar disso.Dito isso
Mesmo naquele momento, ele ainda se recusava a oferecer qualquer esperança a ela.Não desejava o filho.Desde o começo, sua postura nunca se alterou, nem por um instante.Uma resposta simples e resoluta, como uma espada afiada, ceifou todas as esperanças dela.Julieta soltou lentamente a mão que agarrava a de Francisco com firmeza.- Desculpe. - Sussurrou ela, baixinho.Não sabia a quem se dirigia.Talvez fosse para Francisco.Talvez para o filho que carregava no ventre.Ou, quem sabe... Para si mesma.“Desculpe...”Fechou os olhos, enquanto uma lágrima deslizava silenciosamente pelo canto do olho.Já não podia discernir se a dor física superava a dor emocional.Apenas sentia um frio tomando conta de seu ser, ao passo que um fluxo morno descia da parte inferior de seu corpo.Os lábios de Julieta empalideceram levemente.Como se algo estivesse se esvaindo, em silêncio.Francisco segurava o volante com uma das mãos com firmeza.Com a outra, sentiu a mão dela se afastar da sua.Pela prime
- Desde o início, ela sabia que eu não queria esse filho, não deveria ter escondido. - Francisco pronunciou essas palavras e saiu.Rafael o seguiu de perto.- Irmão, o que realmente pensa? A Julieta esteve ao seu lado por três anos, você realmente não sente nada por ela? Se não sente, por que insiste em mantê-la por perto? Seria melhor deixá-la ir, assim, você poderia ficar bem com a Mayara.Francisco parou bruscamente, olhando para Rafael com os olhos semicerrados.- Rafael, não pense que, por ser meu irmão, pode se meter nos meus assuntos pessoais!Rafael engoliu em seco.- Irmão, não é isso que estou tentando dizer, é só que... Deixa pra lá, vou ser honesto com você. No fundo, eu a considerava minha cunhada. De qualquer forma, acho que ela é melhor que a Mayara.Francisco olhou para ele, seus lábios se moveram ligeiramente, mas, no fim, não disse nada.Fora da sala de emergência, Olívia chegou correndo.Ao ver Francisco, correu direto para ele.- O que aconteceu? Como ela pode ter p
O choro no quarto prosseguiu incessantemente.Francisco permaneceu junto à porta, imóvel.Não se podia determinar quanto tempo se passou, mas quando o choro finalmente cessou, ele observou o cigarro em sua mão.Ergueu a mão e descartou o cigarro amassado na lixeira, pegou outro novo e se dirigiu à área destinada aos fumantes.Olívia chegou após o trabalho.Julieta se encontrava sozinha na cama do hospital, seus olhos ainda reluziam com o brilho das lágrimas recém-derramadas.Olívia esboçou um sorriso constrangido.- Na verdade, talvez seja melhor assim. Caso contrário... Você teria que cuidar da tia e do bebê sozinha, o que seria exaustivo.Julieta precisou de um esforço imenso para conter as lágrimas.Ela concordou com a cabeça.- Eu sei.Como poderia não estar ciente de sua própria situação?Talvez, de fato, fosse melhor que o bebê não tivesse nascido.Caso contrário, ele também padeceria junto a ela.Contudo, seu coração permanecia insuportavelmente aflito.Percebendo seu estado, Ol