Francisco observava enquanto ela se distanciava, uma dor sutil se espalhou pelo seu coração. Ele queria detê-la e questioná-la: ela não nutria sentimentos por ele, será que nutria por Carlos? Contudo, as palavras alcançavam seus lábios e ele as reprimia. Sabia que fazer tal indagação apenas lhe traria problemas.Ele se aproximou de Julieta, que estava agachada:- Não posso abraçá-la, mas carregá-la nas costas é aceitável, certo? Com a lentidão do seu passo, você perderá todo o sangue antes de chegarmos ao hospital.Julieta franziu a testa, já sentindo a gravidade da perda sanguínea. Ela se sentia extremamente fria e sua cabeça girava, tonta. Embora o corte de Dario não tivesse atingido uma artéria, o sangramento era incessante. Ela insistia, ainda com a testa franzida:- Posso caminhar sozinha.O hospital não era tão distante dali, mas Francisco, sem hesitar, a acomodou em suas costas:- Julieta, agora não é momento para teimosias.Sendo carregada, o corpo de Julieta parecia paralis
Quando Rafael ligou, a expressão de Francisco escureceu imediatamente.- Vou enviar alguém para procurá-lo agora, ele não deve ter ido muito longe.O olhar de Francisco brilhou brevemente antes de responder de maneira direta:- Assim que o encontrar, leve ele para um lugar seguro e o mantenha lá. Não comente nada com Julieta. Se ela perguntar, diga apenas que ele já tinha partido quando você chegou.Rafael pensou ter entendido errado:- O quê? Irmão Francisco, por que isso?- Não precisa saber dos detalhes, apenas faça como lhe pedi. - Francisco respondeu de forma desinteressada.Ele foi sucinto na explicação e desligou o telefone.Francisco nunca entrava em um acordo desvantajoso.Julieta poderia querer ver Dario no futuro, mas teria que pagar um preço, como retirar o número dele da lista negra. Ou, então, terminar seu relacionamento com Carlos. Ao menos, ela deveria procurá-lo por conta própria para solicitar ajuda.Francisco refletia sobre isso.O celular de Julieta tocou de repente
Carlos olhou para ela e perguntou:- Aconteceu algo? Ou você enfrentou problemas ao pedir demissão?Julieta permaneceu em silêncio, por um momento, antes de responder honestamente:- Preciso pagar uma multa de rescisão de cinquenta milhões para terminar meu contrato com Francisco. Não tive alternativa senão assinar um acordo com Leonardo.A expressão de Carlos se escureceu cada vez mais:- Por que você não me contou isso? Juli, você realmente me considera seu namorado?O rosto de Julieta estava tenso. Após um momento de silêncio, ela disse:- Veterano, posso resolver isso sozinha.Eles tinham acabado de confirmar seu relacionamento amoroso, de maneira alguma ela pediria esse dinheiro a Carlos. Além disso, se pudesse solucionar o problema com seus próprios esforços, não gostaria de depender de um homem. Pedir dinheiro aos outros a colocaria em uma posição de desvantagem e neste relacionamento, ela aspirava a uma igualdade.Carlos olhava para Julieta, franzindo a testa. Ele não tinha
Julieta franziu a testa de repente. Ela olhou para Francisco com raiva e disse: - Francisco, se você tem algo a dizer, diga, se não, vá embora!Francisco apertou os olhos, surpreso: - Você está me mandando embora?Julieta mordeu o lábio e desviou o olhar, ignorando ele e se voltando para Carlos: - Estou com um pouco de fome.Carlos prontamente serviu a ela uma tigela de canja de um recipiente térmico: - Olívia preparou esta canja para você. Tome um pouco agora. Daqui a pouco vou comprar mais alguma coisa para você comer.Julieta acenou com a cabeça. Ela realmente desejava comer sozinha. Apesar de estar levemente machucada, não se sentia tão frágil a ponto de precisar ser alimentada por outra pessoa. Porém, diante da insistência de Carlos, ela teve que ceder. Neste relacionamento, ela se esforçava para oferecer toda a segurança possível.Julieta aceitou a canja que Carlos levava aos seus lábios, uma colher de cada vez. Francisco, por sua vez, parecia cada vez mais pertur
A expressão de Francisco estava tão sombria quanto possível. Apesar de ter sido ele quem a salvou na noite anterior, agora ela só tinha olhos para Carlos. Francisco estava visivelmente irritado. Julieta, por sua vez, já não se importava mais com ele, nem tinha disposição para isso. Ela só queria saber quem estava por trás de Dario. Anteriormente, ela apenas suspeitava, mas a morte repentina de Dario agora a fazia acreditar nisso, já que sua morte foi extremamente oportuna, parecia claramente um assassinato para impedir que Dario divulgasse informações.Julieta baixou os olhos e, de repente, perguntou:- Francisco, como tem estado a Mayara nos últimos dias?Francisco hesitou por um momento. Então, seus olhos se estreitaram.- Por que está perguntando sobre ela de repente?Julieta encarou Francisco, sem proferir uma palavra. Eles estavam juntos há tanto tempo que Francisco conhecia Julieta até certo ponto. Ele hesitou por um momento antes de indagar novamente:- Você está desconfiada
Julieta olhava para Francisco com uma expressão de desconfiança. Ela sempre suspeitava que esse homem desavergonhado não falava muitas verdades. Estava prestes a dizer algo quando notou uma pessoa se aproximando por trás de Francisco. Um vislumbre de repulsa cruzou o olhar de Julieta. Ela se desvencilhou de Francisco e se virou para sair: - Eu irei sozinha para colaborar com a investigação policial. Francisco permaneceu imóvel, com um semblante sombrio. Ele não a seguiu, apenas observou as duas figuras se afastando. - Sr. Francisco... - Jane observava Francisco atentamente. - Sr. Francisco, Mayara parou de tomar seus remédios novamente, você deveria ir vê-la. Francisco se virou e encarou Jane. Ele não respondeu, apenas se dirigiu ao quarto de Mayara. Jane observava as costas de Francisco, um sorriso fugaz cruzou seus lábios e ela seguiu de perto atrás dele: - Aquela era a Srta. Julieta, certo? Ela é muito bonita. Francisco parou, se virou para olhar para Jane. Esse olhar fez
O desprezo nos olhos de Julieta era evidente, sem qualquer tentativa de disfarce.Francisco, por sua vez, não parecia se importar e se aproximou dela:- O relatório de autópsia de Dario foi liberado.Julieta deu um passo brusco:- E então? A morte dele foi um acidente ou um homicídio?- Homicídio, por asfixia. O período da morte coincide quase exatamente com o momento em que saímos juntos do beco.Julieta sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela jamais imaginou que, sendo uma vítima, acabaria se tornando uma suspeita.- E as câmeras de segurança? - Carlos, incapaz de se conter, indagou.Francisco fixou seu olhar em Carlos:- Sr. Carlos acha que eu sou ingênuo? Após descobrirmos que Dario estava morto, verifiquei todas as câmeras. Naquele intervalo, apenas eu e Julieta saímos do beco.A feição de Julieta se deteriorou instantaneamente.“Quem estaria por trás do assassinato de Dario?”“Qual seria o motivo?”“Seria algo direcionado apenas a mim ou Francisco também está envolvido?”Jul
Francisco parou o punho bem na frente de Julieta. Os olhos do homem exibiam uma dor indissolúvel. - Julieta, você está mesmo protegendo ele? Não tem medo de que eu a acerte? Evidentemente, Julieta sentia medo. Ela conhecia bem a crueldade de Francisco. No entanto, não podia permitir que Francisco continuasse a agredir Carlos. Carlos já havia sofrido bastante por causa dela. Ela não desejava que ele se machucasse mais por sua causa, isso apenas intensificaria sua sensação de culpa. Julieta encarou Francisco por um instante e então soltou uma risada sarcástica: - Francisco, ele é meu namorado. Se não for para protegê-lo, eu deveria proteger você? Essa afirmação causou uma dor abrupta no coração de Francisco. Ele permaneceu imóvel, observando a cena à sua frente, sem saber por quanto tempo, antes de soltar uma risada fria e recuar o punho. Ele simplesmente não disse nada, se virou e seguiu um dos funcionários para dentro. Julieta observou enquanto ele se afastava e só